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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014



Sujeito

 (CUNHA, Celso Ferreira da. Gramática da Língua Portuguesa..2ª Ed;RJ: FENAME,1975.p.137-144)
Parte I

O sujeito  é o termo sobre o qual se faz uma declaração
Representação do sujeito:
Os sujeitos da 1ª e da 2ª pessoas são, respectivamente, os pronomes pessoais eu e tu, no singular; nós e vós (ou combinações equivalentes: eu e tu,tu e eles, etc.), no plural.

Os sujeitos da 3ª pessoas podem ter como núcleo:
a)                Um substantivo:
As crianças patinam nas praças.
b)                Os pronomes pessoais ele, ela (singular); eles, elas (plural):
          Ela sorriu tristemente.
c)                 Um pronome demonstrativo, relativo, interrogativo, ou indefinido:      
    Aquilo não seria gente para eles.
         Vejo o céu que ao longe caminha
         Quem te pôs tão taciturno?
         Ninguém acreditava no que estava vendo.
d)                Um numeral:
Dormíamos as duas numa cama estreita.
Desceram ambos para o armazém.
e)                 Uma palavra ou uma expressão substantivada:
O humilde não teme julgamento alheio.
Vulgar é o ler, raro o refletir.
O amar-te é uma coisa e o querer-te para compartir dos seus imensos bens é outra.
f)                  Uma oração substantiva subjetiva:
         Parece-me que o mundo desabava sobre mim.
         Pior seria se o testamento ficasse nulo.
O sujeito pode ser simples ou composto.
         Quando o sujeito tem um só núcleo, isto é, quando o verbo se refere a um só substantivo, ou a um só pronome, ou a um só numeral, ou a uma só palavra substantivada, ou a uma só oração substantiva, o sujeito é simples, Esse o caso do sujeito de todos os exemplos atrás mencionados.
         É composto o sujeito que tem mais de um núcleo, ou seja, o sujeito constituído de:
a)                Mais de um substantivo:
         Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem.
b)                Mais de um pronome:
         Passeamos juntos eu e ela toda esta tarde
c)                 Mais de um numeral:
Passavam devagar, em fila, seis ou sete.
d)                Mais de uma palavra ou expressão substantivada:
         Ser amável e ser egoísta são coisas ao meu parecer distintas.
e)                 Mais de uma oração substantiva:
         Que duas pessoas se amem e se separem é, na verdade, coisa triste, desde que não há entre elas nenhum impedimento moral ou social.
Observação: Outras combinações podem entrar na formação do sujeito composto, sendo particularmente comum a de pronome + substantivo, ou vice-versa:
         Eduardo e eu nos espalhávamos pelos domínios da fantasia.

Sujeito

 (CUNHA, Celso Ferreira da. Gramática da Língua Portuguesa..2ª Ed;RJ: FENAME,1975.p.137-144)
Parte II

Sujeito oculto (determinado)
         É aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado. A identificação se faz:
a)     Pela desinência verbal:
Acordo, sempre, antes do sol.
  O sujeito de acordo, indicado pela desinência-o é eu.
b)    Pela presença do sujeito em outra oração do mesmo período ou de período contíguo:
         Enquanto isso, o mico espiralava tronco abaixo e pulava para o vinhático, e do vinhático para o sete casacas para o jequitibá; desceu na corda quinada do cipó cruz, subiu pelo rastilho de flores solares do uma de gato, galgou as alturas de um Angelim; sumiu nas grimpas; e, dali, vaiou.
         O sujeito de espiralava, pulava, desceu, subiu, galgou, sumiu e vaiou é o mico, mencionado na primeira oração, antes de espiralava.
         Venâncio não se perturbou. Abriu um guarda chuva para não ser inteiramente desmentido pelas goteiras e continuou, na guarita, a falar entusiasticamente ao sol. À limpidez do azul.
         O sujeito de abriu, ser desmentido e continuou a falar é Venâncio, mencionado na primeira oração, antes de perturbou.
         Pode ocorrer que o verbo não tenha desinência pessoal e que o sujeito venha sugerido pela desinência de outro verbo. Por exemplo, neste período:
         Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.
         O sujeito de imaginei, indicado pela desinência verbal, é eu, também sujeito de iniciar, verbo de forma infinitiva sem desinência pessoal.
          Neste outro passo o verto está em forma finita:
         Dessa impassibilidade guardo uma visão que não quisera também antecipar.
         Eu, sujeito de guardo, é também o sujeito de quisera antecipar, perífrase em que o auxiliar de forma verbal finita não apresenta desinência pessoal.
Sujeito indeterminado
         Algumas vezes o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação, ou por não haver interesse no seu conhecimento. Dizemos, então, que o sujeito é indeterminado.
         Nestes casos em que o sujeito não vem expresso na oração nem pode ser identificado, põe-se o verbo:
a)ou na 3ª pessoa do plural:
Nunca lhe deram nada.
Mandaram chamar Isabela.
b) ou na 3ª pessoa do singular, com o pronome se:
Falava-se baixo, num burburinho, num zunzum.
     Precisa-se de operários.
     Os dois processos de indeterminação podem concorrer no mesmo período:
Mataram uma moça! – comentava-se dentro dos bares.
Oração sem sujeito
         Não deve ser confundido o sujeito indeterminado, que existe, mas não se pode ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito.
         Em orações como as seguintes:
                   Chove.               Amanhece.                Faz calor.
Interessa-nos o processo verbal em si, pois não o atribuímos a nenhum ser. Diz-se, então, que o verbo é impessoal: e o sujeito, inexistente.
         Eis os principais casos de inexistência do sujeito:
a)                Com verbos ou expressões que denotam fenômenos da natureza:
Chovia o dia inteiro, a noite inteira.
         No Nordeste faz calor também
b)                Com verbo haver na acepção de existir.
          poemas perfeitos, não há poetas perfeitos.
          dores secas, como há cóleras mudas.
c)                 Com os verbos fazer, haver e ir, quando indicam tempo decorrido:
Aí vai esse poema escrito faz um ano.
Mas muitos anos que o Paraíba não repetia a façanha.
         Levava a preocupação absorvente de encontrar cartas de casa porque vai para dois meses que não as recebo
d)                Com o verbo ser, na indicação do tempo em geral:
Era noite fechada
É tarde, e eles não vêm!
Observações
1ª – Nas orações impessoais o verbo ser concorda em número e pessoa com o predicativo.
2ª – Também ocorre a impessoalidade nas locuções verbais. Neste caso, o verbo principal transmite sua impessoalidade ao verbo auxiliar:
         Lá não pode haver mais bichos do que no meu sertão e eu, graças a Deus, ainda estou aqui, vivo.
3ª – Na linguagem coloquial do Brasil é corrente o emprego do verbo ter como impessoal, à semelhança de haver. Escritores modernos – e alguns dos maiores – não têm duvidado em alçar a construção à língua literária:
         Tem noites em que me dá vontade de gritar, berrar, não sei, fico numa irritação que só vendo.
         Em Pasárgada tem tudo,
         É outra civilização...
4ª - Em sentido figurado, os verbos que exprimem fenômenos da natureza podem ser empregados com sujeito:
         Os oficiais anoiteceram e não amanheceram na propriedade.
         Também a esperança
         Orvalhou os campos da minha visão involuntária..
         De quando em quando rumores surdos trovejavam ao longe.
Da atitude do sujeito
         Quando o verbo exprime uma ação, a atitude do sujeito com referência ao processo verbal pode ser de atividade, de passividade, ou de atividade e passividade ao mesmo tempo.
1.     Neste exemplo:
A madrinha penteava o menino doente.
O sujeito a madrinha executa a ação expressa pela forma verbal penteava. O sujeito é, pois, o agente.
2.                - Neste exemplo:
          O menino doente era penteado pela madrinha.
         A ação não é praticada pelo sujeito menino, mas pelo agente da passiva – a madrinha. O sujeito, no caso, sofre a ação; é dela o paciente.
3- Neste exemplo:
         A madrinha penteava-se
         A ação é simultaneamente exercida e sofrida pelo sujeito a madrinha. O sujeito é então, a um tempo. O agente e o paciente dela.
         Como vemos, na voz ativa, o termo que representa o gente é o sujeito do verbo, o que representa o paciente é o objeto direto. Na voz passiva, o paciente torna-se o sujeito do verbo.
Com os verbos de estado
         Quando o verbo evoca um estado, a atitude da pessoa ou da coisa que dele participa é de neutralidade. O sujeito, no caso, não é o agente nem o paciente, mas a sede do processo verbal, o lugar onde ele se desenvolve:
         Pedro estava alegre, Paulo preocupado.
         O velho parecia em êxtase.
         Incluem-se naturalmente entre os verbos que evocam um estado, ou melhor, uma mudança de estado, os incoativos como adoecer, emagrecer, empobrecer, equivalentes a ficar doente, ficar magro, ficar pobre.

Sujeito – exercícios

1-      Passe para o plural cada uma das orações seguintes. Depois, indique o sujeito e o predicado de cada uma delas.
A) Ocorreu um fato surpreendente.
(B) Sobrou muito pão na festa.
C) basta-me uma frase de incentivo.
D) faltou um bom quadro naquela exposição.
E) Dói-me a perna.
F) Caiu um raio sobre aquela árvore.
G) Desabou um temporal muito forte ontem á noite.
(H) Existe uma cultura muito rica no interior. Desse país.
I) Teu trabalho foi elogiado por todos.

2- Aponte e classifique o sujeito das orações abaixo.
a)      Naquela hora, tocou o sino.
b)      Veio-me à lembrança uma imagem poética.
c)       Passou-me pela memória uma velha lembrança.
d)     Explodiu nova crise no Oriente Médio.
e)      Surgiu um novo medicamento contra essa doença.
f)       Teria ele condição de enfrentar a crise econômica?
g)      São cada vez mais frequentes as denúncias de abuso de autoridade contra a polícia.
h)       Indústrias e industriários não se entenderam sobre salários e condições de trabalho.

3-Reescreva cada uma das orações abaixo de acordo com o modelo proposto.
Alguém precisa de ajuda.
Precisa-se de ajuda.
a)      Alguém acredita em dias mais felizes.
b)      Alguém necessita de auxílio.
c)      Alguém apelou para os mais poderosos.
d)     Alguém assistiu a filmes de terror.
e)      E) Alguém obedece aos impulsos mais nobres.

4- Complete cada um dos pequenos diálogos seguintes com uma frase em que surja o sujeito indeterminado, com o verbo na terceira pessoa do plural.
a)      ......Existe alguma mensagem para mim:?
b)      ......De onde vieram estes pacotes?
c)      .....Quem trouxe este recado?
d)     ....Onde você achou este livro/

5- passe o sujeito das frases abaixo para o plural, fazendo as concordâncias necessárias.
a)      Nesta cidade acontece  muita coisa esquisita.
b)      Não deve lhe interessar tal pormenor.
c)      Vai aparecer método mais eficaz do que este.
d)      Para dar certo, bastaria mias estímulo por parte do governo federal.
e)      Não nos coube o benefício que a lei concedia.
f)       Para a composição da chapa, está faltando apenas um nome.
g)      Adotou o jornalista posição francamente favorável à inclusão do jogador na equipe.
h)      Surgiu, na década passada, novo gênero de música popular.

6- Pluralize as expressões destacadas, fazendo as concordâncias devidas.
a)Ainda há esperança.
b) Ainda existe esperança.
c) Vai haver novo encontro.
d) Não creio que vá existir problema sério.
e) Se existir comprador interessado, tudo estará resolvido.
g) Quando ocorrer novo distúrbio, a polícia prenderá os agitadores.
h)Acontece muita coisa diferente.
i) Faz um ano que de lá voltei.
j) Ainda está faltando sua resposta
l) Deveria haver semelhante reunião?

 

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