e-book "Supere a si mesmo todos os dias"

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quinta-feira, 20 de maio de 2021

 fonte:Unopar-autor desconhecido

Esse processo de compreensão da motricidade humana, que permite a relação e interação do sujeito com o meio que ele vive, não acontece de maneira repentina, rápida e objetiva. Pelo contrário, essa compreensão do ser humano interagindo com o mundo, parte de um processo longo, dinâmico e contínuo.

 

Sugestão de leitura: “O Nascimento da Inteligência na Criança”, Jean Piaget, 1936.

 

A partir da compreensão das fases de desenvolvimento do ser humano, pode-se definir com o indivíduo estabelece a relação com seu meio.

 

 

Primeira e Segunda Fase

 

O princípio dessa interação com o mundo se realiza, inicialmente, pelo funcionamento dos movimentos reflexos, estes advindos da herança genética enquanto espécie humana. Piaget (1987, p. 39) apresenta que o reflexo é um "[...] mecanismo fisiológico hereditário e por muito bem fixado que pareça em seu automatismo imutável, nem por isso é menos suscetível de acomodação gradual à realidade exterior".

 

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA32YAB/epistemologia-genetica-piaget-resumo

 

O início do comportamento motor, para o autor, se apresenta no funcionamento dos reflexos. Quanto mais os reflexos vão se exercitando, mais vão se (re)organizando e, nessa (re)organização, adaptando-se a algumas modificações que, ao funcionar, vão se incorporando por influência do meio exterior.

 

Terceira Fase

 

Na terceira fase, os esquemas de ação se constituem em um conjunto mutuamente coordenado de movimentos e se compõem em uma totalidade indissociável, ou seja, há uma totalidade em bloco. Quando a criança se defronta com uma nova solicitação, à qual não possui um esquema constituído, ela lança mão desses esquemas. Portanto, ainda não há intencionalidade, toda tentativa de conservar o resultado interessante está fundamentada no passado.

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm

 

Quarta Fase

Já na quarta fase, a principal característica é a distinção desde o início entre os ‘esquemas meios’ e ‘esquemas fins’ e, essa distinção já pressupõe uma coordenação intencional. E para que possa haver esta distinção entres os esquemas, é necessário haver um processo de tomada de consciência, como ocorria já nas fases anteriores (tomada de consciência em atos), ou seja, a criança, em sua ação, passa dos êxitos desta (resultados) para os mecanismos que permitem atingir uma finalidade. 

 

 

Quinta Fase

Na quinta fase, a coordenação dos esquemas torna-se mais complexa, pois eles estão, agora, mais enriquecidos, mais flexíveis, se comparados com os estágios anteriores. A criança pode direcioná-los melhor para a resolução de problemas em uma tentativa dirigida.

 

Sexta Fase

Nessa sexta fase, também, encontramos uma continuidade e uma descontinuidade. É continuidade à medida que os mesmos esquemas são exercitados e coordenados tornando-se mais complexos. E é descontinuidade quando se realiza a "passagem" do plano motor para o plano mental, no qual a criança já não fica somente dependente de sua ação. Agora a ação é evocada mentalmente.

Para saber mais acesse o link e assista ao vídeo e aprofunde seu conhecimento sobre o desenvolvimento humano a partir da teoria de Jean Piaget:

 

 

A partir do entendimento de como a criança processa e assimila as informações na interação com o meio, desde o seu nascimento, podemos começar a pensar e refletir sobre as seguintes questões nas aulas de educação física, principalmente, reconhecendo a sua importância na formação e desenvolvimento dos indivíduos: Quais estímulos podem ser enfatizados ao longo do processo de ensino e aprendizagem que contribuirão com essa assimilação e acomodação? Quais conteúdos da educação física podem auxiliar nesse processo? Quais estratégias metodológicas podem ser aplicadas? De que forma podemos avaliar os nossos alunos? Todas essas questões implicam no entendimento de como uma aula de educação física deve ser estruturada e aplicada.

Refletindo sobre esses conhecimentos, identificamos, portanto, que a proposta de Manuel Sérgio, a partir da motricidade humana, considerando o desenvolvimento do homem em sua totalidade, pode ser melhor compreendida quando entendemos de que forma se dá o desenvolvimento da inteligência na criança. Ou seja, para que o movimento seja assimilado, ele precisa ter um significado para a criança, evitando, desse modo, aulas que priorizam apenas o saber fazer, negligenciado o entendimento do saber sobre e o saber ser.

 

Referências

 

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm

 

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA32YAB/epistemologia-genetica-piaget-resumo

 

O Nascimento da Inteligência na Criança. Jean Piaget. 1936.

 

 

 

 

 

terça-feira, 9 de março de 2021

 TEORIAS PEDAGÓGICAS E DIDÁTICA

Sandra Regina dos Reis

 Fonte:UNOPAR -março 2021

 Iniciaremos nosso estudo diferenciado teoria educacional, teoria
pedagógica,organização do trabalho pedagógico e didática.

 

 

teoria educacional trata dos fins da educação e da relação da educação e sociedade, apontando as relações que se estabelecem entre essas duas realidades. A teoria pedagógica se propõe a objetivar e orientar o trabalho do professor e da instituição escolar no processo de ensino e aprendizagem. A organização do trabalho pedagógico ou a organização pedagógica do trabalho se inclui dentro da teoria pedagógica com uma especificidade de condução do processo de trabalho em sala de aula. A didática é uma parte ou uma dimensão da organização do trabalho pedagógico que se refere mais especificamente ao fazer do professor enquanto ensinante e ao fazer do aluno enquanto aprendente. A didática possibilita a articulação entre ensino e sociedade, buscando a compreensão de qual concepção de homem e sociedade fundamentam determinada forma de se organizar os objetivos, os conteúdos, os procedimentos, os recursos e a avaliação da aprendizagem. Mas, então, o que estuda a didática? Na formação do professor, a didática consiste em uma disciplina que discute o processo de ensino e aprendizagem, possibilitando uma reflexão sobre o papel social da escola, em uma visão contextualizada e histórica. Para Libâneo (2002, p. 8) a didática consiste em uma disciplina que se dedica ao estudo do “[...] processo de ensino no qual os objetivos, os conteúdos, os métodos e as formas de organização da aula se combinam entre si, de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa”. O ensino pode ser definido como um processo de comunicação com propósitos bem definidos, sendo uma ação intencional, que acontece através de ações planejadas, possibilitando a construção do conhecimento necessário à inserção social. O trabalho em sala de aula está associado às concepções sobre educação que o professor acredita. A sala de aula é um espaço rico de interações, onde todos podem ter acesso ao conhecimento se respeitada suas individualidades. 

Para saber mais, leia “O essencial da didática e o trabalho de professor – em busca de novos caminhos” de José Carlos Libâneo, disponível em: http://www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/didaticadoprof.pdf

Considerando que o campo da didática é o ensino, compete a ela, investigar os nexos entre ensino e aprendizagem para propor princípios, formas, diretrizes comuns e fundamentais ao ensino (Libâneo, 2002). Porém, para compreendermos a didática precisamos situá-la no tempo, isto é, conhecer sua evolução no contexto da história da educação. A didática desde os seus primórdios percorreu um longo caminho, do ponto de vista de sua teoria e prática, sendo voltada na escola tradicional para conteúdos e regras, caracterizada por um formalismo lógico. Falar em didática tradicional é lembrar autores como Comênio, que escreveu o livro denominado “Didática Magna” sendo considerado, dessa forma, o pai da Didática. Comênio (1592-1670) defende um método único e define a didática como a arte de ensinar tudo a todos. Comênio partia do princípio que a educação deve oferecer a sabedoria, a moralidade, a religião e levar o homem a felicidade eterna com Deus, pois é um direito natural das pessoas. Acreditava que a assimilação dos conhecimentos não acontecia de forma instantânea e valorizava a percepção sensorial dos alunos, sendo que o planejamento de ensino deveria obedecer à natureza infantil, ou seja, cada conteúdo de uma vez. No tocante ao Brasil, Veiga (2000) caracteriza o percurso histórico da didática dividindo-o em dois momentos: de 1549 até 1930 e o segundo de 1930 até a atualidade. O período inicial da Didática de 1549 a 1930 iniciou com a vinda dos padres jesuítas ao Brasil. “A educação não era considerada um valor social importante. A tarefa educativa estava voltada para a catequese e instrução dos indígenas, entretanto, para a elite colonial, outro tipo de educação era oferecido”. (VEIGA, 2000, p. 34). A educação dos jesuítas era contrária ao senso crítico e pregava formas dogmáticas de pensamento, privilegiando a memória e a formação do caráter. Pregavam uma educação não crítica, valorizando a memória e o raciocínio e privilegiando formação dos padres e a didática era voltada para um conjunto de regras. Com a expulsão dos jesuítas, inicia-se uma nova fase com Marquês de Pombal que é marcada pela educação laica, na qual professores leigos assumem o ensino por meio das aulas régias. O ensino permaneceu centrado no professor, transmissor da cultura geral de forma enciclopédica. A didática nesse período estava centrada no “intelecto, na essência, atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos, os métodos são princípios universais e lógicos” (VEIGA, 2000, p. 36). O método aplicado era o de Hebart que propunha os como passos: a preparação, a apresentação, a comparação, a assimilação, a generalização e a aplicação.

Aprofunde seu conhecimento, lendo o texto “A trajetória histórica da didática “ de Amélia Domingues de Castro, disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_11_p015-025_c.pdf

 

Assista ao vídeo Didática Geral: A Identificação da Didática, disponível em: http://youtu.be/pDMjytkuJJw

Agora que assistiu ao vídeo, reflita como a didática evoluiu e como os avanços nesse campo tem contribuído para o processo de ensino e aprendizagem.

Vamos agora, dar sequência ao nosso estudo, conehcendo mais um pouquinho sobre a didática e as tendências pedagógica.

O segundo período da história da didática marcado por Veiga (2000), que se inicia na década de 30 e estende-se até a atualidade. No período de 1930 a 1945, ocorreram transformações de cunho socioeconômico, e se iniciou no Brasil o período republicano marcado pelas concepções humanistas. Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova contou com a participação de vários educadores como Lourenço Filho e Anísio Teixeira. Caracterizou-se como um movimento de reação ao desinteresse político da época pela educação, sendo influenciado por ideias humanistas e pelas ideias de Dewey. A escola nova é respaldada em princípios psicológico, voltado ao desenvolvimento humano. Valoriza a pedagogia experimental, na qual os conteúdos cognitivos se deslocam para os métodos e processos pedagógicos, o centro do processo de ensino passa a ser o aluno. Preocupa-se com o interesse, a espontaneidade, a qualidade. Ensinar é criar condições de aprendizagem. O importante não é aprender, mas aprender a aprender. O professor assume o papel de estimulador e orientador da aprendizagem. Essas ideias perdem força no período de 1937 a 1945 com a ditadura Militar de Getúlio Vargas. Porém, ressurgem com o movimento desenvolvimentista e a educação popular de Paulo Freire no final dos anos 50 e início dos anos 60. Novamente são abortadas com a ditadura militar dos anos 60 e 70. Nesse período, o Brasil importa modelos de educação por meio de diversos acordos com os Estados Unidos, baseados na tendência tecnicista “inspirada nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade”. Ocorre a fragmentação do trabalho pedagógico (VEIGA, 2000, p. 34). O tecnicismo na educação é marcados pela visão da escola como empresa (centrado no fordismo), pela racionalidade técnica, pela valorização do planejamento, pela divisão de tarefas entre quem planeja e quem executa, pela tecnologia educacional e por questões metodológicas colocadas acima do próprio conhecimento. A didática assume um caráter técnico e prescritivo, sendo encarada como mero repasse de técnicas e formas de ensinar. Com esse perfil, é introduzida como disciplina nos cursos de formação de professores. Acentua-se ainda mais a desvinculação entre teoria e prática e “o formalismo didático por meio dos planos elaborados de acordo com normas prefixadas. A Didática é concebida como estratégia para alcance dos produtos previstos para o processo ensino e aprendizagem” (VEIGA, 2000, p. 41). Surgem no Brasil, na década de 80 as teorias crítico-reprodutivistas ou progressistas que buscam combater o caráter reprodutor da escola. Nessas, a didática deixa em segundo lugar a dimensão técnica e o senso crítico, passa a ser objetivo de professores e alunos. A perspectiva dialética traz desafios como a superação do formalismo didático priorizando a articulação e o trabalho dialético, avançando na reflexão. A educação não é mais ou processo de facilitação ou transmissão, mas de mediação, voltando-se para as camadas desfavorecidas economicamente. A didática vai além dos “métodos e das técnicas, procurando associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, técnico-político, ensino-pesquisa” (VEIGA, 2000, p. 39). Assim, a didática busca recuperar suas atividades pedagógicas, analisando a realidade social e buscando mudanças na docência, através de seu compromisso com a formação. 

Aprofunde seu conhecimento, lendo o texto “Tendências Pedagógicas” disponível em

http://academico.ifam.edu.br/Uploads/MATERIAIS_AULAS/29039-Tend%C3%AAncias_Pedag%C3%B3gicas.pdf

 

Resumo:

Nessa webaula você foi levado a conhecer um pouco sobre a didática e as teorias pedagógicas. Fizemos um breve passeio pelo contexto histórico, a fim de conhecer a história da didática e conceituá-la. Situamos o surgimento das teorias pedagógicas nas tendências pedagógicas que marcaram cada época e que ainda são presentes até os dias de hoje.

Referências

LIBÂNEO, José Carlos. Didática: velhos e novos temas. Edição do autor. Maio de 2002. Disponível em: http://www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf

VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Coord.). Repensando a didática. 16. ed. Campinas: Papirus, 2000.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Cidadania: origem do conceito

 

Fonte: Unopar março 2020

A palavra cidadania tem origem do latim civitas que quer dizer cidade. Sua origem remonta à Grécia antiga, nas cidades-estados, a polis, ou seja, as cidades-estados gregas, cujas características eram equivalentes ao que conhecemos hoje como cidade. Neste contexto histórico estava relacionado aquele indivíduo que vivia na cidade-estado e gozava de plenos direitos de vida. Era cidadão nas cidades gregas aquele que era livre e podia usar, por exemplo, da palavra em locais públicos, neste caso na ágora, praça pública Grega. A civilização grega inaugurava uma grande revolução na história da humanidade. As decisões eram tomadas publicamente, na ágora, por meio da palavra, do argumento, não mais pela força, pela violência. Trata-se da superação institucional da força em detrimento do argumento. Algo inédito da história da humanidade. Era um modo de diferenciar pessoas gregas das demais, escravizadas em razão da dominação de suas comunidades pelos gregos.  

Mulheres e escravos, os metecos, não podiam fazer uso da palavra, o direito de falar era restrito a homens adultos. Mesmo que nos pareça estranho era um avanço significativo que culminou, gradativamente, com as mudanças que temos hoje.  

São dos gregos e seu sistema político que estruturamos muitas das vivências atuais. Tratavam-se de povos bastante avançados para sua época e guardadas as devidas proporcionalidades históricas, muito avantes em relação ao seu tempo. É deles também a responsabilidade pelo desenvolvimento do conceito de Democracia. Algo que não é tema de nossa aula neste momento.  

Enfim, é na Antiguidade Grega que a humanidade deu um passo importante afim de superar o entendimento da condição de nascimento. Até então, um indivíduo possuía determinadas obrigações e concessões (não podemos falar em direito nesta época, porque esse conceito ainda não existia) em razão do seu nascimento ou por suas conquistas físicas, por meio da força. Inaugura-se uma nova forma de condição no mundo, a capacidade de argumentar, ou seja, um resultado do pensamento, da racionalização da vida humana.  

Portanto, todo homem adulto que pertencia à cidade, e não fosse escravo ou mulher, era igual entre si, e podia ter a mesma condição.  

Ao longo de muitos séculos o conceito de cidadania aprimorou-se e semanticamente não quer dizer atualmente apenas que alguém mora ou pertence a uma cidade, está relacionado à capacidade e à condição de exercer direitos e deveres em uma determinada comunidade e contexto social. Desenvolvemos direitos civis e políticos e todos, indistintamente, sejam mulheres, homens, negros, brancos, crianças, de qualquer nacionalidade ou idade, podem exigir e exercer seus direitos.  

Algo que remonta a milhares de anos atrás, fruto da ação filosófica da humanidade, resultou em algo tão crucial e determinativo para que nossa vida atual fosse mais confortável. Uma das formas de exercer a cidadania é o voto.

CIDADANIA E VOTO

O voto é uma das formas de exercermos a cidadania e é sobre esse exercício que vamos tratar aqui.

VOTE CONSCIENTE. MAS, CONSCIENTE DO QUÊ ?

Uma das frases mais ouvidas em época de eleições é faça um voto consciente. Certamente você já ouviu isso algumas vezes nessa época de campanhas. Mas a verdade é que votar consciente é muito mais fácil falado do que dito. Qual seria a fórmula para votar consciente? Que passos você deve seguir para ter certeza de que está fazendo uma boa escolha? Vamos aqui trazer algumas ideias que você deve ter em mente na hora de escolher seus candidatos.

 

O QUE, AFINAL, É UM VOTO CONSCIENTE?

Quando se fala em votar conscientemente, faz-se referência à importância de um voto tomado a partir de informações adequadas, que apontem ao eleitor que o votado é quem está mais apto a atender às demandas da população. Em certo nível, trata-se também de um voto “desapegado”: antes de pensarem vantagens pessoais, o eleitor deve pensar na coletividade, nas pessoas que o rodeiam: o que elas querem? O que eu acredito que elas precisam? É esse tipo de questionamento que deve estar na mente de um eleitor na hora de definir seu voto.

Um voto consciente é feito com a consciência de que foi feita uma escolha adequada. Você deve ser capaz de dizer: com um conhecimento adequado sobre os candidatos em questão, escolhi aquele que acredito estar mais apto a gerir o patrimônio e o interesse públicos.

 

ALGUNS PONTOS PARA OBSERVAR ANTES DE DEFINIR SEU VOTO

Enumeramos algumas das melhores práticas na hora de definir o voto. Veja:

1) CONHEÇA OS CARGOS A QUE OS CANDIDATOS ESTÃO CONCORRENDO

Em 2016, temos eleições para os cargos de prefeito e vereador. Ambos possuem diferenças entre si. Muitas vezes, um candidato pode ser uma ótima pessoa, mas simplesmente não ter perfil para o cargo a que está concorrendo.

2) CONHEÇA OS CANDIDATOS, PARTIDOS E/OU COLIGAÇÕES

Cada candidato deve elaborar e apresentar um programa de governo. Conheça as propostas principais de cada candidato e veja com quais delas você mais se identifica. A afinidade ideológica é muito importante, afinal existem grandes ideias sobre a melhor maneira de se gerir uma sociedade.

Entretanto, ainda fica faltando considerar um aspecto importante: a lisura do candidato. Seria aquele um candidato corrupto, interessado apenas no que ele pode ganhar para si com a política? Qual o passado desse candidato? Outro ponto importante é perceber se o candidato possui uma vida dedicada à política. Estar envolvido com a política há muito tempo pode ser um sinal positivo –já que pode demonstrar que o candidato realmente se dedica a isso –, como pode também ser um sinal negativo, afinal, existe a possibilidade de ele estar envolvido em negociatas escusas que existem nesse meio.

De qualquer forma, saber a história do seu candidato em detalhes revelará coisas importantes sobre seu passado e suas convicções e lhe dará uma ideia melhor sobre sua aptidão ao cargo em questão. E como ir atrás dessas informações? O Tribunal Superior Eleitoral mantém um site com diversas informações sobre os candidatos durante as eleições. A internet oferece farto material sobre a política brasileira e pode trazer muitas informações sobre os candidatos que você está avaliando.

Além disso, o horário eleitoral gratuito pode ser uma importante ferramenta nessa tarefa, apesar que de que você deve levar em conta que os principais candidatos possuem mais tempo de propaganda, como também são respaldados por equipes profissionais de marketing, que calculam todos os movimentos deles, a fim de torná-los mais agradáveis ao público.

Outro ponto importante é: em que partido ele milita? Esse partido formou coligações com outros partidos? Quais foram eles? Tudo isso é importante, afinal não há candidaturas independentes no Brasil. Assim, todos os candidatos estão inseridos na lógica da política partidária. Quer saber mais sobre os partidos políticos brasileiros?

 

3) CONHEÇA AS REGRAS DO JOGO

As eleições podem ser encaradas como um grande jogo, uma disputa condicionada a um conjunto de regras que as tornam (em teoria) mais justas e democráticas.

· Você sabe como ficaram as regras do financiamento de campanhas?

· Já ouviu falar sobre o quociente eleitoral, que ajuda a definir quem estará na câmara de vereadores da sua cidade?

· Sabe como se divide o tempo no horário eleitoral? E o que é permitido ou proibido como parte de uma campanha política (showmícios, distribuição de brindes, etc.)? Todos esses detalhes contam bastante e é importante que você, como eleitor, os entenda.

 

4) SAIBA EM DETALHES AS OPÇÕES QUE VOCÊ TEM NA HORA DE VOTAR

 

Não esqueça os números de seus candidatos! De preferência, anote-os e leve com você no dia da votação. Você pode anular seu voto ou deixá-lo em branco. É um direito seu, mas lembre-se:  ambos acabam por invalidar seu voto e ter impacto zero na apuração do resultado (apenas dá uma forcinha para o candidato mais votado). Cabe a você decidir se anular o voto é mesmo a decisão mais acertada.

 

5) NÃO VENDA SEU VOTO!

Além de ser obviamente uma prática ilegal, tratar seu voto como mercadoria é de um descaso inadmissível. Ao fazer isso, você já elege uma pessoa que se utilizou de métodos imorais para chegar a um mandato político. Seu trabalho junto ao poder público já nasce manchado e não tem a menor garantia de que será pautado em prol do cidadão. E você abdica de seu papel como cidadão. A democracia é jogada no lixo.

 

6) NÃO SE ESQUEÇA DA IMPORTÂNCIA DO VOTO

Todos estamos carecas de ouvir sobre a importância de votar. Desde pequenos nos falam que votar é uma questão de cidadania; que é um direito social conquistado a duras penas no Brasil; e que é expressão da vontade popular, que é soberana em uma democracia.

Infelizmente, votar parece ser mais uma daquelas situações em que existe uma grande dificuldade de se associar a ação à sua consequência. Muitos acreditam que não faz a menor diferença gastar tempo pensando no melhor candidato –afinal, dizem, eles são todos iguais e no fim das contas sempre se revelam corruptos. Ainda pior do que esse grupo de pessoas descrentes da política são aqueles que negociam seu voto por vantagens pessoais, como cargos comissionados e benesses “informais” (para não dizer ilegais) junto ao poder público –apenas mais um dos traços do patrimonialismo ainda presente no Estado brasileiro. Ainda existem aqueles que acreditam que a política é um jogo de cartas marcadas e que os políticos são apenas fantoches na mão das pessoas e empresas que realmente possuem o poder.

O fato é que um voto consciente sempre será melhor do que um voto não consciente: um voto vendido, anulado, ou feito na brincadeira. Se existem problemas que precisam de uma mudança que vai além da consciência ou da instrução dos eleitores, eles não podem impedir ninguém de exercer sua responsabilidade como cidadão.

CIDADANIA E VOTO

O voto é uma das formas de exercermos a cidadania e é sobre esse exercício que vamos tratar aqui.

VOTE CONSCIENTE. MAS, CONSCIENTE DO QUÊ ?

Uma das frases mais ouvidas em época de eleições é faça um voto consciente. Certamente você já ouviu isso algumas vezes nessa época de campanhas. Mas a verdade é que votar consciente é muito mais fácil falado do que dito. Qual seria a fórmula para votar consciente? Que passos você deve seguir para ter certeza de que está fazendo uma boa escolha? Vamos aqui trazer algumas ideias que você deve ter em mente na hora de escolher seus candidatos.

 

O QUE, AFINAL, É UM VOTO CONSCIENTE?

Quando se fala em votar conscientemente, faz-se referência à importância de um voto tomado a partir de informações adequadas, que apontem ao eleitor que o votado é quem está mais apto a atender às demandas da população. Em certo nível, trata-se também de um voto “desapegado”: antes de pensarem vantagens pessoais, o eleitor deve pensar na coletividade, nas pessoas que o rodeiam: o que elas querem? O que eu acredito que elas precisam? É esse tipo de questionamento que deve estar na mente de um eleitor na hora de definir seu voto.

Um voto consciente é feito com a consciência de que foi feita uma escolha adequada. Você deve ser capaz de dizer: com um conhecimento adequado sobre os candidatos em questão, escolhi aquele que acredito estar mais apto a gerir o patrimônio e o interesse públicos.