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quarta-feira, 24 de julho de 2013

ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO


Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima-
rães
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura
esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto
e do seu contexto.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a
sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima-
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma
única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-
cam de forma recíproca.
Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla-
rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de
trechos considerados não essenciais.
Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare-
ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-
mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e
sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a uma
enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou escri-
to, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que muitos
podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmento, uma
frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais algumas
outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetividade para
que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun-
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi-
das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a
qualquer informação.
A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur-
so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de
um texto literário ou ficcional.
Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um
nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um
contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti-
ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos”
(p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o
sentido original e desejado seja modificado.
Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre-
tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti-
ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de
palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe
ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
(p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro
não geram uma coerência adequada ao entendimento.
Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a
imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lação, errônea, pode ser utilizada.
Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi-
nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão
verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
Elisa Guimarães:
“Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil
deles não causam o incômodo de dez cearenses.
__Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma
palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas
escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82).
Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico
deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já
ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande
valor para tais feitos.
Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri-
meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão
constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu-
ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe-
rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de
raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên-
cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi
escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen-
são apesar da má articulação do texto.
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter-
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti-
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7)
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães,
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva-
mente.
Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí-
do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e
intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas.
O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de-
sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-
bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia
Othon Moacir Garcia:
“O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.

É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta inse-
rido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos de
parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico.
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a-
bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do
outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura
clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim
exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o
que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor.
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa
Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei-
tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande
leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e
dificultando o entendimento teórico.


A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNNCIA E COESÃO
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se-
quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi-
dade e a retomada e garantem a coesão são os refeerentes textuais. Cada
uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-
indo uma cadeia textual significativa. Essa o o o coeesão, que dá unidade ao
texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes
procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não
esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen-
tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são
as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as
orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos
e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmi-
ca articuladora e garantem a progressão textual.
A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas re-
lações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
• enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem-
tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessi-
vos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse ca-
so, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resultado
da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como recur-
so estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do patrão
eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabia-
no sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-
lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143);
• substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos
como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além das
palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológicas e
do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, voar;
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sen-
tido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo
de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico, ex.:
felino, gato);
• nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em
forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
• substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço. O
verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
• enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. Ex.:
O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também dd- - - e-
serto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (VV- - - i-
das Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora concep-
tual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a-
vançar, mantendo-se sua unidade.
2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
• certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
pessoa que fala e com quem esta fala.
• certos advérbios e expressões adverbiais;
• artigos;
• conjunções;
• numerais;
• elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado
anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem
recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-
ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que
marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-
bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú-
blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma
situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e
contexto (extratextual);
• as concordâncias;
• a correlação entre os tempos verbais.
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu-
al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com-
ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
de comunicação, o momento e o lugar da enunciação.
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos:
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan-
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).
Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela-
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”.
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui-
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada
no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comuni-
cativo têm da língua.
A ligação lógica das ideias
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele-
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca-
bular e a elipse.

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