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sábado, 25 de agosto de 2018




'Computador não faz com que se leia menos', diz Ruth Rocha; leia entrevista
BRUNO MOLINERO
DE SÃO PAULO
06/09/2014 s
Há 45 anos, em setembro de 1969, Ruth Machado Lousada Rocha teclava uma máquina de escrever trancada no quarto. Acostumada a criar textos para adultos, ela tentava terminar a sua primeira história infantil, para a revista "Recreio".
Só abriu a porta quando finalizou o conto "Romeu e Julieta", sobre duas borboletas de cores diferentes. Como uma lagarta que sai do casulo,"nascia" ali também a escritora Ruth Rocha.
Mais de 200 livros depois e 12 milhões de exemplares vendidos, Ruth Rocha, 83, conversou com a "Folhinha" em seu apartamento, em São Paulo.

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Folhinha - A infância mudou nesses 45 anos?
Ruth Rocha - As crianças são muito parecidas. Por isso, livros infantis mais antigos e contos de fadas ainda encantam gente do mundo todo.
Mas hoje tem o computador e outras tecnologias.
O problema não é o computador ou a TV, é o uso excessivo deles. Tem criança que fica o dia inteiro com as telinhas ligadas. Não pode. É preciso ter hora para brincar, estudar, sair, comer e, claro, também para o computador e a TV. Tem que ter disciplina.
As escolas atuais estão colocando a disciplina em segundo plano?
Por um lado, as escolas estão muito caretas. Não são nada divertidas. Mas há muitos colégios metidos a modernos que vão para o lado oposto. Como o autoritarismo no passado era grande, eles acabam jogando fora o respeito e a disciplina. Essas escolas também estão erradas. A criança tem que ter regras, senão fica impossível. Ela pede por limites, quer ouvir um "não", seja dos pais ou do professor.
Brincar na rua faz falta?
Faz falta, claro. Mas hoje é muito perigoso. E a criança inventa brincadeiras onde estiver. Quando meus netos eram pequenos, por exemplo, eles transformavam tudo o que eu tinha na sala de casa em pista de carrinho. A imaginação é muito forte.
Usar o computador faz com que as crianças leiam menos?
Não acho. Nunca se vendeu ou produziu tanto livro. Na minha época, não tínhamos opções, meus colegas não conversavam sobre literatura e as escolas não tinham bibliotecas. Conhecíamos só as histórias do Monteiro Lobato. Hoje há mais opções.
Há muitas opções ruins nas livrarias.
Pouca coisa de qualidade é produzida. Existem duas pragas atualmente nos livros: o "bom mocismo" e o politicamente correto. Eles estão matando a literatura infantil brasileira. Ninguém pensa em livros bons para crianças.
A sra. lia muito quando era criança?
Muito. Quando eu tinha 13 anos, decidi ler todos os livros de uma biblioteca circulante que ficava na avenida São Luís. Claro que não consegui. Mas acho que li a biblioteca inteira do colégio Rio Branco, onde estudei e trabalhei.
E ouvia muitas histórias também?
Meu avô era um grande contador de histórias. Era um velhinho engraçado que adorava contar contos de folclore, dos irmãos Grimm, fábulas, histórias das "Mil e Uma Noites". Já meu pai só sabia três histórias: do Aladim, de um homem com a perna amarrada, que eu não sei de onde ele tirou, e outra que não lembro. E minha mãe, quando descobriu o Monteiro Lobato, lia várias histórias para a gente.
Há algum tema impossível de escrever?
Já fiz histórias sobre preconceito, autoritarismo e até adaptei a "Ilíada" e a "Odisseia", de Homero (700 a.C.). Só não consigo fazer histórias tristes. Preciso de esperança.
Quais seus planos para o futuro?
Voltar a escrever. Tive que parar por um tempo, pois deu um trabalho muito grande fazer a reedição da minha obra de ficção pela editora Salamandra. Foram quase 120 livros.
Planeja fazer lançamentos em livro digital?
O livro digital não pegou no Brasil. Eles geralmente não aproveitam a tecnologia que têm à disposição. Eu vendo muito livro, mas minhas obras disponibilizadas em e-book não vendem nada. Talvez um dia o livro físico acabe, mas esse movimento ainda não começo

terça-feira, 21 de agosto de 2018


Aula de português para a formação de leitores
Fonte: https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/2506/aula-de-portugues-para-a-formacao-de-leitores
Autora: Margarete Schlatter (professora da UFRGS)

15 Agosto 2018

Ler é atribuir sentidos aos estímulos visuais (verbais e não verbais) em um texto com base num propósito de leitura. Essa atribuição de sentidos será moldada pelas experiências anteriores do leitor com eventos de leitura semelhantes ao que está vivenciando, práticas sociais mediadas por esses textos, tema em foco, informações pressupostas ou indiretamente acionadas pelo texto, outros textos, desejos, expectativas, receios ou preconceitos, repertórios de recursos linguístico-discursivos que conhece. Isso quer dizer: em cada nova situação, em que é necessário ler, diferentes compreensões serão possíveis por conta das relações que o leitor poderá estabelecer entre os estímulos visuais, o propósito de leitura naquela situação específica e seus conhecimentos prévios, que podem ou não ser suficientes.
Para atribuir sentidos ao texto, (re)agir e posicionar-se criticamente diante dele, o leitor precisa, simultaneamente:
  • decodificar o que está escrito, combinando letras, sons e imagens, relacionando-os com significados possíveis;
  • participar do texto, lançando mão de conhecimentos prévios sobre o tema e sobre a participação no ato de leitura;
  • responder ao texto, levando em conta a expectativa de leitura criada pelo gênero do discurso e pelo propósito específico do ato de leitura que está vivenciando;
  • analisar o texto como um produto cultural, reconhecendo que qualquer texto resulta de um ponto de vista e, como leitor, o sujeito também aborda o texto a partir de um lugar sócio-histórico.1
Promover um ensino que forme leitores proficientes significa criar oportunidades para a prática de todas essas ações. Na posição de leitores mais experientes, podemos levar os alunos pela mão, para buscarem no texto as compreensões que entendemos como preferíveis. Isso pode ser feito a partir de atividades de leitura, de estudo do texto e da análise de possíveis efeitos de sentido dos recursos linguístico-discursivos utilizados. Essas atividades integram ler, anotar, compartilhar e justificar compreensões com vistas a construir e aprofundar entendimentos coletivamente. Explicito a seguir alguns pressupostos sobre leitura e ensino da leitura que embasam o trabalho a ser feito com os alunos.

Leitura: uma prática social e compartilhada
  • A leitura é uma atividade que se faz em conjunto com outras pessoas. Embora o ato de leitura muitas vezes seja individual, a leitura de um texto raramente se encerra nesse ato: compreender um texto envolve contar e comentar o que se leu, ouvir o que os outros compreenderam, justificar reações ao texto, defender, confirmar, mudar entendimentos.

  • O ato de leitura exige disposição, atenção e esforço, tendo em vista um propósito de leitura e possíveis interações com outras pessoas, seja em alinhamento com elas, seja contra elas.

  • A participação intensa em atividades que requerem leitura e produção textual proporciona exposição continuada às formas e aos modos de expressão escrita, familiaridade com um repertório que pode facilitar a leitura e a produção de textos. Mas ser leitor experiente em determinados textos não o torna automaticamente experiente em outros. Seguimos aprendendo a ser bons leitores por toda a vida. Mesmo em relação aos textos que já lemos, uma nova leitura e uma discussão com outros leitores muitas vezes abre reiteradas possibilidades de compreensão.

  • A experiência continuada com determinados textos em determinada esfera de atuação e o propósito de leitura comum aos participantes são elementos que contribuem para se chegar a interpretações preferidas e defensáveis, em detrimento de outras interpretações que serão consideradas incompletas, equivocadas ou pouco defensáveis para esses leitores.

  • É importante interpretar e aceitar toda e qualquer leitura genuína como reveladora dos conhecimentos prévios que cada um traz para atribuir sentido ao texto. São as interpretações colocadas em debate que podem promover outras perspectivas de análise das informações mobilizadas no texto e dos possíveis efeitos de sentido pretendidos. E são as defesas e explicações das interpretações feitas que possibilitarão ajustes, novas leituras e leituras mais próximas das que buscamos como leitores proficientes.
Ensino de leitura: práticas e etapas
Com base nos pressupostos da página anterior, ensinar a ler significa formar leitores que poderão reconhecer que o texto expressa o ponto de vista de um autor, (re)agir com criticidade diante do que estão lendo, compartilhar, justificar e discutir interpretações e fazer coisas no mundo a partir da interação com o texto. Para que o aluno possa encarar os desafios da leitura, é importante que fique claro, desde o início, que ele não enfrentará sozinho esse trabalho.
Como mediador da leitura, o professor pode planejar atividades que motivem os alunos a ler, que ativem seus conhecimentos prévios sobre o tema e sobre os gêneros do discurso focalizados. Também é importante que as atividades de leitura possam promover ações coletivas (em pares, grupos ou com a turma toda) de levantamento de conhecimentos prévios e de hipóteses sobre o que será lido, de busca e troca de informações, de discussão sobre os entendimentos do texto, de estudo do texto e aprofundamento da leitura e de compartilhamento de ideias. Nas páginas 40 e 41, para orientar o planejamento das sete atividades2, apresento algumas perguntas que podem auxiliar.
Uma maneira de promover a formação de leitores proficientes é propor atividades coerentes com as expectativas de leitura criadas pelos gêneros do discurso, tendo em vista que assim os leitores em formação poderão se familiarizar com as atividades sociais mediadas por esses textos e, conhecendo essas expectativas, também possam romper com as convenções quando desejarem ou quando for relevante para as práticas sociais de leitura em que estão participando.
Se o texto é relevante para a temática em pauta, o professor pode criar oportunidades para interpretações compartilhadas por meio de atividades que, em primeiro lugar, esclareçam as razões para o esforço que está por vir e que ajudem nesse percurso. Em seguida, o professor pode propor atividades que promovam dinâmicas variadas e possibilidades de construir entendimentos com a ajuda de leitores mais experientes. A tensão entre desafio e ajuda está presente em todos os eventos de aprendizagem. Queremos propiciar que todos possam avançar, compartilhando conhecimentos com a mediação de quem é mais experiente. Potencializar as diferentes vivências com textos de modo positivo em sala de aula cria oportunidades para que os próprios alunos possam se alternar com os colegas e o professor nas mediações que forem relevantes para a formação de leitores proficientes.
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* Este artigo tem como base o conteúdo do curso on-line “Leitura vai, escrita vem: práticas em sala de aula”, do Programa Escrevendo o Futuro, elaborado por Margarete Schlatter em coautoria com Camila Dilli e Letícia Soares Bortolini para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo Futuro.
1. LUKE, A.; FREEBODY, P. “Further notes on the four resources model”, 1999. Disponível em . Acesso em 3/4/2018.
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sexta-feira, 10 de agosto de 2018


PLANO DE AULA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: CHAPEUZINHO VERMELHO



OBJETIVO GERAL
Através de uma história, valorizar a confecção de um brinquedo.
Estimular a linguagem oral.
Desenvolver a imaginação, fantasia e criaividade.
OBJETIVO ESPECIFICO
Estimular a criatividade por meio da criação de um brinquedo
METODOLOGIA
Contar a História da Chapeuzinho Vermelho.
Conversar sobre a história, extrair as lições, como obedecer a mãe, dentre outras.
Montar uma oficina para a confecção de uma boneca personalizada, chapeuzinho vermelho.
RECURSOS
Livro de História, cartazes ou fantoche
Pano, tesoura, linha, cola, hidrocor, olhos plásticos, manta acrílica, lã, retalhos de tecido, agulha.
PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Em uma roda de conversa avaliar o nível de compreensão sobre o teor do conto e o prazer de confeccionar coletivamente a boneca.