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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Opção de leitura e filme para seus alunos: "O Leitor"
 
 Sinopse: Em 1960, Michael Berg é iniciado no amor por Hanna Schmitz. Ele tem 15 anos, ela 36. Ele é apenas um adolescente. Ela é uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta e finalmente fazem amor. Mas este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece subitamente. Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes.

A vontade de ler este pequeno livro surgiu pelo óbvio destaque que o filme lhe deu, mas também por algumas opiniões bastante positivas que tinha lido. Como o apanhei com 30% de desconto no Continente (a promoção ainda está em vigor), decidi trazê-lo para casa e lê-lo quase de imediato.

O livro fala, numa primeira parte, de um amor pouco convencional entre um adolescente de 15 anos e uma mulher mais velha, Hannah, na Alemanha do início dos anos 60. A juntar a todas as peculiaridades que se desenvolvem nesta relação, junta-se o facto de um dos rituais entre o casal ser precisamente ele ler-lhe romances, enquanto ela escuta avidamente. Mas o livro não trata só deste romance, apesar de ser o ponto central. Na segunda parte do livro, alguns anos decorridos, vamos encontrar Hannah a mãos com a possibilidade de ser castigada por ter sido guarda num campo de concentração e Michael a assistir ao julgamento, debatendo-se com questões morais. Para além da parte de romance, o autor utiliza este livro para reflectir sobre a Alemanha pós-II Guerra Mundial e o conflito de gerações entre quem participou/viveu a Guerra e os seus descendentes. Julgo que uma das mensagens principais acaba por ser a importância de olhar para todos os lados das questões, descartando falsos moralismos. Outra é que nunca é tarde para tentar (não vou concretizar, porque revelaria uma parte importante da história).

Gostei muito da escrita de Bernhard Schlink. Directa, mas poética a espaços. Cheia de reflexões, pequenos detalhes que nos fazem ficar a pensar e personagens muito interessantes na sua complexidade. Eis como se consegue, em relativamente poucas páginas, criar uma história tão rica... Não posso deixar de o recomendar vivamente!


Um adolescente é acolhido por uma mulher também jovem, mas com uma idade que supera em duas vezes a sua.
Depois desse encontro casual, os encontros passaram a ser mais ardentes e o adolescente vive uma fantasia real de ter consigo uma “tutora sexual”, misteriosa, envolvente e decepcionante em relação à sua imatura concepção de amor.
A vida para o adolescente, nesses momentos, se resumia unicamente a satisfação da mais prazerosa necessidade biológica: o sexo. Do ponto de vista schopenhauriano e freudiano isso seria um “pleonasmo”, na qual é muito bem ilustrado nas evidências dos pensamentos e das ações do adolescente para agradar a moça, tendo em vista conseguir para si um envolvente e ardente corpo de mulher. Já para a moça, o sexo não precisava ser dissimulado nas indiretas das relações humanas, ela parecia entender bem que não era mais do que uma satisfação do corpo, uma necessidade biológica, por vezes permutada com o parceiro.
Para ela, a relação com o garoto não tinha aspecto de amor romântico, era livre e naturalmente vivida por ela dentro de sua perspectiva; embora é possível vislumbrar, em alguns momentos, contornos de romantismo por parte da dama – talvez por receio em não frustrar tanto os sonhos do iniciante rapaz, ou porque ela mesma estivesse sentido prazer da companhia, o que em sua vida solitária foi coisa tão rara.
A donzela, de poucas perguntas e poucas respostas, era facilmente cativada por leituras, nas quais se comovia e parecia sentir a vida com toda sua pujança se revelando através das palavras que saiam das leituras de romances e poesias que o adolescente realizava em voz alta. Mas por que a moça não lia ela mesma se gostava tanto assim de livros? Mantido às escusas, o adolescente trocava leituras por sexo.
É assim que se inicia o filme “The Reader” (O Leitor, 2008), do mesmo diretor (Stephen Daldry) do cativante filme “As Horas”.
Nos minutos iniciais o filme parece um estranho romance retirado dos sonhos de um adolescente fantasiando suas primeiras impressões sobre o “amor romântico”, encenado com a bela donzela experiente que iria iniciá-lo sexualmente. Mas o desfecho não será outro senão um envolvente drama com situações que nenhum código moral e ético será capaz de resolvê-las.
Michael Berg (David Kross), um adolescente comum de família de classe média, e Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma solitária donzela que gasta sua vida em uma rotina de trabalho que a sustenta em seu modesto quarto de um condomínio no subúrbio alemão, terão suas vidas marcadas por tramas proporcionadas pelas casualidades dos encontros e desencontros em momentos distintos da vida.
O romance termina repentinamente com o desaparecimento de Hanna, sem direito à respostas, mas com muitos mistérios e frustrações ao sonho do adolescente.
Alguns anos depois, no pós-2ª Guerra, Michael, agora um proeminente estudante de Direito, vê o mundo sair dos trilhos ao reencontrar a misteriosa dama do seu romance de adolescente em condições difíceis e problemáticas ante um julgamento de interesse público: acusação por crime nazista – em Auschwitz.
Diante da situação, uma profusão de pensamentos embaralhados atingem o jovem. E aqui a moral e a ética são destoadas pelo que foi vivido no curto romance de sua adolescência.
Nessas novas configurações da vida de Michael e Hanna, conflitos e angústias não irão faltar. O que proporcionará um desfecho surpreendente aos telespectadores, onde muitos mistérios do romance da história de vida passada de Hanna e Michael poderão encontrar algumas respostas.
A situação vivida por Hanna no julgamento pode ir de “culpada” a “inocente” facilmente: se do ponto de vista de Michael ou do público.
Ao telespectador também cabe, é claro, o seu julgamento. Mas me parece que os códigos de leis morais e éticas serão inócuos para a questão – creio eu ser essa colocação também um pleonasmo.

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