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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aspectos pedagógicos


Psicologia e trabalho pedagógico
A resenha a seguir aborda os capítulos “A abordagem inatista-maturacionista”, “A abordagem comportamentalista”, “A abordagem Piagetiana”, “A abordagem histórico-cultural”, As relações da criança com a escrita” e “O estudo experimental da construção da escrita pela criança” contidos no livro “Psicologia e Trabalho Pedagógico” de Roseli Fontana e Maria Nazaré da Cruz que se utilizam de abordagens psicológicas para analisar o trabalho pedagógico.
No capítulo “A abordagem inatista-maturacionista” autoras abordam a perspectiva pscológica “inatista-maturacionista” que entende os fatores hereditários ou de maturação como determinantes para as aptidões individuais e de inteligência. È nesse contexto que surgem o francês Alfred Binet e o norte-americano Arnold Gessell que orientam seus estudos para descrever comportamentos e habilidades típicas de cada faixa etária, ou seja, o que é próprio para cada idade. São esses experimentos que Binet utilizará para a construção dos testes para determinar a idade mental e o quociente de inteligência (QI) da criança. Gessell por outro lado emprega câmeras cinematográficas para registrar os comportamentos da criança e assim estabelece comportamentos típicos de cada faixa etária. Desse modo, a criança “normal” deve apresentar tais comportamentos tenha nascido em qualquer lugar e época. A abordagem inatista-maturacionista marca a relação entre psicologia científica e a educação. No Brasil o primeiro teste para avaliar a prontidão de crianças para alfabetização foi desenvolvido por um educador e colocou em destaque as noções de prontidão, maturidade e aptidão que englobam a teoria.
Em “A abordagem comportamentalista” Fontana e Cruz se debruçam sobre a teoria que enfatiza a influência de fatores externos do ambiente e da experiência sobre o comportamento (do inglês behaviour) da criança. O fundador, John B. Watsson sustentava o comportamento é sempre como resposta do organismo a algum estímulo, cabendo ao comportamentalista descobrir quais são os estímulos que provocam determinado comportamento. Burrhus Frederic Skinner dá continuidades às concepções de Watson e diferencia dois tipos de aprendizagem: por condicionamento clássico e por condicionamento operante. No primeiro a resposta é simplesmente uma reação do organismo e no segundo o comportamento emitido pelo próprio organismo são seguidos por algum tipo de seqüência. As autoras ainda expõem a aprendizagem de comportamentos emocionais, como o medo, pesquisa de Watson e a modelagem do comportamento de Skinner. Entende-se a influência do comportamentalismo na escola por conta da progressão gradual, ou seja, organiza-se a aprendizagem da criança em um processo gradual seguindo a modelagem do comportamento.
“A abordagem Piagetiana” é o capítulo utilizado pelas autoras para esclarecerem a teoria de Jean Piaget que se preocupou na questão de como se dá a elaboração dos conhecimentos humanos (conhecer é organizar, estruturar e explicar a realidade a partir daquilo que se vivencia nas experiências como os objetos de conhecimento) desenvolvendo assim o que chamou de psicologia genética. Segundo Piaget, por meio da ação do indivíduo sobre o objeto se dão os processos de assimilação e acomodação e através desse processo ele adapta-se ao meio e seu próprio funcionamento cognitivo vai se estruturando, se organizando por noções de esquema (reconhecer e diferenciar uma ação de outra) e de equilibração (toda vez que surgem conflitos ou tipos de dificuldade essa capacitada é despertada). Além disso, Piaget concebe um modelo de desenvolvimento cognitivo no qual destaca quatro períodos: o sensório-motor (do nascimento até aproximadamente os 2 anos de idade), o pré-operatório (dos 2 aos 7 anos), o operatório concreto (dos 7 aos 11 anos) e o operatório formal (dos 11 aos 15 anos). Fontana e Cruz ainda exploram o método clínico de Piaget e ressaltam a relevância de seus estudos na comunidade pedagógica brasileira
Fontana e Cruz destinam o capítulo “A abordagem histórico-cultural” à influência do soviético L.S. Vygotsky e seu interesse em explicar como se formaram as características do comportamento humano e sua produção de cultura ao longo da história. Para ele o uso de signos (linguagem) e instrumentos (tudo aquilo que se interpõe entre o homem e o ambiente) define o processo de transformação do eu próprio, indo além de uma experiência pessoal. As origens e as explicações do funcionamento psicológico devem ser buscadas, dessa forma, nas interações sociais. A influência de Vygotsky no ambiente educacional se dá por conta do entendimento da escola e o professor tendo um papel significativo no desenvolvimento dos indivíduos. É nessa interação que se dará o fazer juntos, a demonstração, o fornecimento de pistas e o aumento da proximidade do professor e aluno.
No capítulo, “As relações da criança com a escrita”, Fontana e Cruz apresentam as contraposições dos estudos Emilia Ferreiro e Vygotsky. Ferreiro considera a escrita como processo evolutivo construído pela criança com base no conhecimento que “a priori” já possui. Os estudos de Ferreiro apontam que para se chegar à lógica da escrita alfabética a criança desenvolve uma série de concepções ou hipóteses num processo progressivo e regular que é sistematizado em formas de escrita que evoluem de etapa para etapa.  Por outro lado, para Vygotsky o princípio da escrita compreende uma prática social, uma forma de linguagem. Sendo assim, a elaboração da escrita não começa dentro da criança e sim, nas suas relações sociais. Os estímulos que as crianças recebem (placas, propaganda na rua, supermercado, Tv entre outros) desencadeiam a compreensão da comunicação escrita, seus princípios de organização e sua natureza. Portanto, para Vygotsky existe uma mediação: a partipação do outro no processo que se torna parte da criança, não sendo originada cognitivamente como sustenta a teoria de Ferreiro.
Em “O estudo experimental da construção da escrita pela criança”, as autoras esclarecem os experimentos que culminaram nos conceitos teóricos de Emília Ferreiro. Ela aplicou o método clínico de Piaget a um grupo de crianças de quatro a seis anos de diferentes classes sociais e países (Argentina, México, Espanha e Brasil) que não conheciam os princípios da escrita convencional. Os objetivos eram identificar os critérios em que as crianças se baseiam para aceitar ou rejeitar algo que considera adequado para ler e os meios de que as crianças se utilizam para representar o que querem e como diferenciam suas representações. Por meio desses experimentos, Ferreiro pôde identificar três etapas: o processo pré-silábico, silábico e alfabético. Em primeiro lugar, a criança distingue o desenho da escrita. Em seguida diferencia qualitativamente e quantativamente a escrita produzida com e sem o auxílio de figuras. A terceira etapa se caracteriza pela fonetização da escrita na qual a criança dá atenção às relações entre o contexto gráfico do registro.
Referências
FONTANA, Roseli. CRUZ, Nazaré. Psicologia e Trabalho Pedagógico. São Paulo – SP. Ed. ATUAL, 1997.

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