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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A chuva | Edi Fonseca lê o poema de Arnaldo Antunes



Ler e escrever textos.Começar a ensinar e aprender com textos faz toda a diferença. Ingressar no mundo da leitura e escrita a partir de discursos significativos, como são os textos, contribui para que, ao mesmo tempo que está aprendendo, a criança vivencie situações sociais reais, em que compartilha com um grupo, por exemplo, o gosto por ouvir histórias. Aprender com textos é muito diferente de aprender com palavras soltas. Um texto caracteriza-se por um conjunto de palavras ou frases que tratam do mesmo assunto, portanto, pode-se dizer que ele possui coerência. Além disso, um texto apresenta continuidade, organização e progressão nas informações que contém. Em um texto, as expressões não são postas ali de forma aleatória, mas, pelo contrário, todos os elementos presentes estão a serviço da coesão. Ou seja, deve haver integração tanto no conteúdo abordado quanto na forma como é escrito. O texto se faz com linguagem, mas ela, por si só, não garante uma definição. Isso porque a linguagem que se utiliza para contar uma história é diferente da que usamos nas conversas do dia a dia, ou daquela empregada em um discurso político, por exemplo. Na escrita também há variações que dependem do uso que se faz da linguagem: será diferente ao escrever uma carta, um conto ou uma receita culinária. Portanto, na escola, é importante trabalhar com os textos de forma a garantir situações em que apareçam as diferentes linguagens e seus usos. Assim, o professor deve procurar ler diariamente para as crianças os mais diversos tipos de textos. Um dos mais frequentes, com o qual se trabalha na faixa etária dos 4 aos 6 anos, é tipo narrativo.

Um comentário:

  1. A Chuva

    A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios.
    A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as
    praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu
    as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua
    cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a
    favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A
    chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A
    chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva
    destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A
    chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva
    derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o
    pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a
    sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina.
    A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos.
    A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A
    chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os
    móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as
    cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de
    vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A
    chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A
    chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva
    molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva
    regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez
    muitas poças. A chuva secou ao sol.

    Poema de Arnaldo Antunes, ilustrado por Nina.

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