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sábado, 3 de maio de 2014

É fácil teorizar, a prática é outra realidade, mas vale a pena refletir sobre o assunto....

Qual a sua postura como docente?



Até pouco tempo, bastava ser um professor tradicional, mas, hoje, como o ensino prima pela qualidade e a tendência mais forte é o socioconstrutivismo, é preciso mudar para se tornar um educador.


Segundo o professor Cláudio Marques, capacitar se, formar-se e assimilar conhecimento, além de ter acesso às informações globalizadas, é requisito essencial e de forte impacto na vida dos indivíduos, independente dele ser aluno ou professor.

Partindo desses pressupostos, já não cabe mais o papel de professor tradicional, que apenas ensina o que é preciso, de acordo com a faixa etária da criançada. Para atender às exigências atuais, inspirar e entusiasmar os alunos em direção ao saber, é preciso se tornar um educador, com capacidade de evidenciar a participação do educando como sujeito da própria educação. Portanto, a partir de atitudes provenientes de estudos constantes e da busca incessante pelo conhecimento, novas habilidades - entre as quais saber pensar, ordenar ideias, defender opiniões, comunicar, gerenciar conflitos, persuadir etc. - devem ser incorporadas à postura docente.

Comportamento


Qual a sua postura como docente?

Até pouco tempo, bastava ser um professor tradicional, mas, hoje, como o ensino prima pela qualidade e a tendência mais forte é o socioconstrutivismo, é preciso mudar para se tornar um educador.

A diferenciação entre o professor  e o educador

Para leigos, ela pode parecer mínima, mas cada tipo de   docente tem suas próprias características, que são facilmente percebidas pelas crianças, que passam a fazer comparações e eleger favoritos dentro da escola:

Professor - É o sujeito que repassa conteúdos específicos de uma determinada área, de acordo com o programa proposto pela escola, aos alunos. Sua postura em sala de aula é moldada pela tradição e pela experiência adquirida com o próprio aprendizado e formação. Apesar de se concentrar em suas metas, ele respeita os limites de cada aluno e, sem se envolver emocionalmente com a sala de aula, se expressa exclusivamente de forma técnica.

Educador - Ele interpreta suas próprias aptidões e comportamentos e utiliza cada ideia proposta no processo de aprendizagem. Dessa forma, ele tenta facilitar o entendimento, motiva e participa efetivamente da busca pela solução dos problemas e de cada experiência de transição, mudança de hábito, comportamento, ampliação das possibilidades sinestésicas, visuais e auditivas da criançada. Em paralelo, por vivenciar as dificuldades e as conquistas em sala de aula, sente prazer, alegria e satisfação, diante dos trabalhos efetuados pelos alunos. Ele também se adéqua à realidade encontrada na escola e no seu entorno e, assim, contribui para a construção do caráter dos alunos que, com sua ajuda, aprendem a fazer suas próprias escolhas. 

A importância da mudança


Como o educador é aquele que, além de repassar aos alunos conhecimentos específicos de uma determinada área, preocupa-se com a formação da criança, tanto no aspecto técnico quanto moral, seu objetivo maior é o de informar e formar cidadãos. No entanto, dentro de qualquer escola, tais ações sempre implicam em rompimentos que, por sua vez, podem resultar na disponibilidade para o outro. 

Quando isso acontece, a criança percebe e, ao se sentir responsável pelo próprio aprendizado, descobre-se interessada no saber e acaba por demonstrar seu potencial. Em decorrência, a sala de aula também se transforma num ambiente proveitoso e agradável, capaz de propiciar a busca pela solução dos maiores mistérios da vida. Logo, cabe somente ao docente se conscientizar sobre o que é a postura de um educador, porque, somente dessa forma, ele saberá valorizar as ferramentas que tem, com o objetivo de criar uma didática que fará o aluno ter prazer em aprender, superar seus próprios limites, raciocinar, pensar sistematicamente, refletir, idealizar, criar e solucionar problemas e, em consequência, encontrar caminhos para transformar informações em conhecimento. 

Em meio a tais conceituações, há uma expressão em latim que mostra a essência de todo esse palavreado: "Nemo dat quod non habet." Ao ser traduzido para o português, ela ficaria assim: "Ninguém dá o que não tem."

 Aproveite essa citação e interiorize- se por alguns minutos, reflita sobre sua postura e anseios como docente e, caso necessário, inicie as mudanças necessárias!




Como se resolve a indisciplina?



Não há solução fácil. Mas é essencial trabalhar - como conteúdos de ensino - as questões relacionadas à moral e ao convívio social e criar um ambiente de cooperação.

Conquistar autoridade com o conhecimento e o respeito ao aluno 


Ficar irritado, gritar e castigar os que não se comportam como você quer - atitudes autoritárias e retrógradas - não adianta nada. Quando se tenta impor disciplina, a submissão e a revolta aparecem. "Hoje, isso não se sustenta mais. O mundo é outro".


Seu papel na construção é conhecer como se dá a 
aprendizagem e, com base nessa compreensão, planejar as aulas, além de ter segurança sobre o conteúdo a ser trabalhado. A medida parece muito básica - e é. Ela vale para manter a disciplina e para chegar ao objetivo principal: fazer com que todos aprendam. 

Os caminhos também não são nada que esteja fora de seu alcance. "É preciso verificar a metodologia, pois interagimos com alunos conectados ao mundo por diferentes redes e ferramentas".


 Vale promover mais participação de todos em situações desafiadoras que deem protagonismo a cada aluno. Pesquisas feitas por ela mostram que os alunos querem que o Professor  tenha autoridade também para resolver os conflitos em sala, antes de recorrer à direção (veja na tirinha abaixo como Calvin vive essa situação).



NÃO CONFUNDA REGRAS
Proibir o chiclete é uma convenção (questionável, por sinal). Ser solidário é uma regra moral. Nesse caso, a professora de Calvin misturou tudo. 




REGRAS IMPOSTAS

Quando a conversa é sempre proibida, você perde a chance de favorecer a troca de ideias.


 Conquistar autoridade com o conhecimento e o respeito ao aluno 

Ficar irritado, gritar e castigar os que não se comportam como você quer - atitudes autoritárias e retrógradas - não adianta nada. Quando se tenta impor disciplina, a submissão e a revolta aparecem. "Hoje, isso não se sustenta mais. O mundo é outro".

Seu papel na construção é conhecer como se dá a aprendizagem e, com base nessa compreensão, planejar as aulas, além de ter segurança sobre o conteúdo a ser trabalhado. A medida parece muito básica - e é. Ela vale para manter a disciplina e para chegar ao objetivo principal: fazer com que todos aprendam.

Os caminhos também não são nada que esteja fora de seu alcance. "É preciso diversificar a metodologia, pois interagimos com alunos conectados ao mundo por diferentes redes e ferramentas".


Vale promover mais participação de todos em situações desafiadoras que deem protagonismo a cada aluno. Pesquisas feitas por ela mostram que os alunos querem que o 
Professor  tenha autoridade também para resolver os conflitos em sala, antes de recorrer à direção (veja na tirinha abaixo como Calvin vive essa situação).






NÃO CONFUNDA REGRAS

Proibir o chiclete é uma convenção (questionável, por sinal). Ser solidário é uma regra moral. Nesse caso, a professora de Calvin misturou tudo.


 Ter como objetivo construir um ambiente cooperativo 

Ninguém, em sã consciência, pode deixar a turma fazer o que quiser, num regime anárquico. Longe disso. Um dos maiores desafios é, portanto, construir um ambiente cooperativo, no qual os alunos tenham voz, sejam respeitados e aprendam a respeitar. Isso 
faz com que o comportamento seja adequado naturalmente e não por medo de sanções (no quadrinho abaixo, Calvin e Susi mostram a que ponto pode chegar à situação quando há temor em relação aos possíveis castigos).





EQUILIBRE AS AÇÕES

Calvin provavelmente não fez nada grave, mas a 
expectativa do castigo desproporcional mostra como a escola parece estar acostumada a reagir de maneira inadequada.



 Agir na hora certa e sempre manter a calma

Ficar alerta porque a indisciplina nunca acaba



Mesmo que você aja da forma mencionada nos itens anteriores, em momentos conturbados na sala você tem de manifestar desagrado com relação a comportamentos inadequados. Quando um aluno insiste em conversar sobre o       fim de semana durante a explicação de uma atividade, não basta fazer pequenas mudanças, como colocar a carteira do bagunceiro ao lado da sua mesa, como forma de castigá-lo, e continuar a aula normalmente. Isso não ajuda a resolver o problema em si nem leva a turma a aprender. 

É preciso chamar a atenção, mas sempre com respeito e mostrando que o grupo é que está sendo prejudicado, e não apenas você, pessoalmente. 

Tratar o estudante dessa forma faz com ele também perceba como agir em momentos de
conflito. 



Esse trabalho não tem fim. Mesmo que a equipe pedagógica da escola já esteja atenta e capacitada para encarar a indisciplina , é preciso manter o tema vivo.

Primeiro porque a escola está sempre em movimento.

 A cada ano, chegam novos professores e alunos, que podem não estar alinhados com essa visão. 

Segundo porque diferentes casos de indisciplina vão continuar aparecendo. 






PRESERVE A AUTORIDADE

Em vez de resolver a questão, a professora de Calvin transfere o problema para o diretor que tinha muito menos condições do que ela de intervir na situação.


Incentivar e respeitar a autonomia do aluno

Os problemas de comportamento podem ser um jeito de as crianças mostrarem a você que uma regra é desnecessária ou não está funcionando. Em outras situações, elas esperam chamar a atenção e solicitar que você se aproxime e se interesse pelas ideias delas (na tirinha abaixo, Calvin segue desconsolado para a sala do diretor, face ao desdém da professora diante de sua criatividade). "É como se pedissem por cuidado e apreço ou ainda que se delimite o que se deseja delas com o que está sendo realizado".

Convivendo num ambiente em que atitudes como essas sejam o padrão, a criança vai, aos poucos, adquirindo autonomia e ficando mais apta a tomar decisões responsáveis. Cada aluno, em diferentes situações, coloca sempre novos desafios. Ele necessita de referências e de orientação. O que ele espera é ajuda para pensar. É importante que alguém - na escola, você - coloque as regras, até que, efetivamente convictos, crianças e jovens possam gerenciá-las e, de forma autônoma, viver bem em sociedade.




PROMOVA A COOPERAÇÃO

O clima pautado na colaboração e no respeito é mais eficiente porque não expõe as crianças, como Calvin e Susi, ao medo das sanções.



VALORIZE A AUTONOMIA

Uma aparente indisciplina, como esta bela atuação de Calvin, pode, na verdade, ser uma maneira de o aluno dizer que quer fazer as coisas de um jeito diferente.


Três maneiras eficazes de ganhar o respeito dos alunos 


As crianças e adolescentes de hoje em dia não tem o mesmo respeito que as pessoas da mesma idade de décadas do passado tinham. É uma nova geração, com ideais diferentes, muita tecnologia inserida e pouca vontade de estudar.
Pior que isso, os pais e mães estão trabalhando em tempo integral, tendo pouca participação ativa na educação dos mesmos. Além disso, eles não são tão duros quanto seus pais costumavam ser, ou seja, muitos meninos e meninas estão mimados.

E quem sofre com isso são os professores, pois têm que aguentar estas crianças e adolescentes diariamente, por todo o período matinal. Com isso, os educadores estão com sérios problemas para lidar com eles, e poucos conseguem ganhar o respeito dos alunos.

Dicas para os alunos respeitarem o professor







Para os professores mais antigos, esta nova geração está um caos, mas poucos mudam a forma como tratam os alunos e lecionavam. Em contrapartida, os professores de primeira viagem não sabem como se impor e terem a liberdade para ministrar a aula em paz.

As dicas abaixo podem te ajudar e muito. Seja você experiente ou não, continuar evoluindo é essencial para qualquer profissão, principalmente de educador. 



Caso queira agregar novas ideias ou discordar do que foi dito, deixe - nos comentários!




1 – Cumprir o que prometeu

O grande problema dos professores que não têm pulso firme é ameaçar diversas vezes e não cumprir nenhuma delas. Isso pode ser explicado, pois estas pessoas tem dó de queimar o aluno e prejudica-los, mas é importante cumprir com o que prometeu.
Caso tenha dito que mandará uma advertência para quem conversar, o certo é dar a advertência mesmo!
Desta forma, os alunos verão que o Professor  está falando a verdade e não tem medo de fazer o que disse.
Fazendo algumas vezes, principalmente ao conhecer os alunos e nos períodos críticos, você terá um melhor controle sobre eles. Vale o teste!

2 – Ser consciencioso

Um professor que tem o respeito dos alunos é aquele que se torna um amigo deles. Não confunda amizade com não dar uma nota vermelha! Ser mais próximo dos alunos significa saber lidar quando alguns estão com problemas, tentar ajudar quando a situação estiver feia, oferecer formas honestas de recuperação e assim por diante.

Todos passam por problemas. Não há motivos para tratar os alunos como se não fossem! Se eles perceberem que você se importa, logo, passarão a se importar com você, mesmo que muitos não demonstrem.

Relação interpessoal é assim: tem que saber cultivar!

3– Explicar todos os pedidos

Há muitos professores que não explicam o que estão pedindo! Isso tira a paciência dos alunos, pois muitos querem entender a razão pela qual ele está tomando tal ação. O grande problema é que os educadores pensam que isso é sinal de poder: “Peço o que eu quiser, e eles acatam”. No entanto, o efeito é reverso!
Os alunos não gostam e criam raiva do professor. Depois, fica difícil reconquistar a simpatia, podendo perder o conforto para sempre!


O bom convívio entre professor e aluno – construindo a paz!



·         O educador que promove o diálogo em sala tem mais produtividade e menos estresse.

·         A sala de aula muitas vezes parece um campo de batalha: o professor tenta controlar o aluno que é desrespeitoso e indisciplinado através do “grito”, do autoritarismo. 

O que acontece é que a criança ou adolescente não aceita se submeter à autoridade do professor, ao passo que o educador confunde respeito à autoridade com autoritarismo. 


Realmente não é fácil conter a agressividade dos estudantes com um simples sorriso. 

A 
agressão começa quando o aluno tem a necessidade de dominar para chamar a atenção pra si mesmo. Fato que também acontece com o professor imperioso que impõe regras e quem as desobedece tem que escutar minutos de “sermões” coletivos (para a sala toda) ou punições severas e, muitas vezes, constrangedoras. 

Não há diálogo, não há conversa. Que tipo de orientação o professor está passando para os seus alunos quando grita para chamar a atenção e não conversa? O 
ensino aqui transmitido é o de que não há valores importantes como o de ouvir ou o de respeitar quando o outro fala princípios básicos para a comunicação. 

É oportuno que o professor se mostre aberto e convidativo para o esclarecimento de qualquer dúvida do aluno, bem como do que está se passando na vida 
pessoal desta criança ou adolescente. Há muita influência no comportamento de um indivíduo a respeito do que acontece em casa e que é transferido para a sala de aula.


·         Na maioria das vezes uma conversa individual resolve o problema, pois o diálogo transpõe pré-conceitos formados. Uma conversa com o grupo também pode facilitar muito ou mesmo resolver as dificuldades de indisciplina, violência verbal ou física entre os colegas. Uma sugestão é reservar diariamente de cinco a dez minutos para diálogos entre professor-aluno, os quais podem ser individuais e/ou grupais. 

Os alunos, em 
conjunto com o professor, podem estabelecer as regras para o bom convívio em sala de aula. O estudante que não obedecer alguma conduta é punido. A punição aqui será vista como um aprendizado adquirido através da quebra de um acordo ou como a necessidade de se ter um limite para tudo e não como uma extrapolação do autoritarismo do professor. 

Afinal, não é brigando que conquistamos respeito, mas sim dialogando. Dessa forma, a paz reinará em sala, então, o convívio e o 
ambiente será muito favorável à relação ensino-aprendizagem!



Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe 
Brasil Escola





Aluno, professor e desrespeito



Há um ano, a revista pontocom divulgou aqui que a Câmara dos Deputados estava analisando o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece sanções para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. 

As sanções envolvem suspensão e encaminhamento aos órgãos judiciários competentes, em caso de reincidência. 

Pois bem, depois de um ano, o texto foi aprovado por unanimidade, no último dia 28, pela Comissão de Seguridade Social e Família.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, agora segue para as comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovado, será encaminhado para o Senado.

“Infelizmente, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras, e o número de casos de violência contra professores por parte de alunos aumenta assustadoramente.

 Trata-se de comportamento decrépito, inaceitável e insustentável, que deve ser prontamente erradicado da vida escolar com a adoção de medidas próprias”, destaca a deputada.

De acordo com o projeto, o estudante infrator pode ser suspenso e, caso repita o ato, encaminhando para a Justiça.

 A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), uma vez que estabelece o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade é dever da criança e do adolescente na condição de estudante.

“O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece inúmeros direitos e garantias para a criança e o adolescente e as respectivas obrigações a serem cumpridas pelo Estado e pela sociedade. Todavia, inexistem dispositivos a disciplinar as obrigações que essas pessoas, na condição de estudantes, devem ter perante seus mestres”, afirma a parlamentar.

A Indisciplina na sala de aula - 06/12/2006
Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado





Primeiro dia de aula. 


Professor  novo. Turma pouco afeita ao estudo. No caminho para seus novos afazeres os corredores da escola não parecem nada animadores para o recém-chegado professor. Na sala de aula todos os alunos estão de pé, circulando despreocupadamente, sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando.

Querem falar de outros assuntos, mais próprios e interessantes em sua opinião para pessoas que, como eles, estão em idade para frequentar o Ensino Médio. Matemática não lhes parece parte integrante dos conhecimentos que necessitam para sobreviver na selva que percebem em seus cotidianos. Jaime, seu novo professor, mal consegue se apresentar, pois é interrompido com menos de 10 minutos em sala de aula pelo acionamento do sinal que faz com que todos os alunos saiam rapidamente da classe.

É apenas mais uma entre várias “brincadeiras” promovidas pelos alunos para interromper o trabalho que está sendo desenvolvido. Numa outra aula, quando as primeiras páginas do livro estavam sendo abertas no capítulo sobre frações e porcentagens, surgem dois novos alunos, atrasados, que trazem consigo justificativas que lhes permitem permanecer na aula.

Nenhum dos dois tem os materiais apropriados e ainda desrespeitam o professor com gestos obscenos. Ao ser interpelado pelo professor no final da aula um dos estudantes diz que não tem qualquer interesse pelo que está sendo ensinado e, além disso, ameaça o professor.

Para desestabilizar ainda mais as aulas de matemática, os jovens amotinados passam a assistir a aula tendo a seu lado outras pessoas que, como eles, não estão dispostos a estudar e que, da mesma forma como os primeiros, querem ameaçar e boicotar os esforços de Jaime. Para piorar ainda mais a situação, entre os outros membros do corpo docente a descrença na capacidade dos estudantes também se faz notar.
Nas reuniões pedagógicas ou mesmo nos intervalos (na sala dos professores), fica claro para o novo professor de matemática que entre seus colegas de trabalho não há nenhuma perspectiva positiva quanto ao futuro de seus novos alunos. Nem mesmo entre os pais a educação é vista como uma possibilidade de crescimento, de amadurecimento e de melhores chances no futuro...

A sequencia de acontecimentos acima descritos poderia retratar fatos ocorridos em qualquer escola do Brasil. Apresenta o que para muitos que trabalham com educação seriam situações corriqueiras, do cotidiano de seu trabalho.
Trata-se, entretanto de um recorte feito a partir do filme “O Preço do Desafio” (Stand and Deliver), do diretor Ramon Menendez, produzido pela Warner Bros em 1988 a partir da história real de Jaime Escalante, um professor de matemática.
Quando nos referimos a Instituição Escolar, não podemos deixar de enfocar essa questão que suscita muitas dúvidas a educadores, diretores, pais e até mesmo a alunos: a indisciplina.

- O que é uma classe indisciplinada?

- O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?

No ambiente escolar, as principais queixas dos professores relativamente à indisciplina são: falta de limite dos alunos, bagunça, tumulto, mau comportamento, desinteresse e desrespeito às figuras de autoridade da escola e também ao patrimônio; alguns professores apontam que os alunos não aprendem porque são indisciplinados em decorrência da não imposição de limites por seus familiares; o fracasso escolar seria então o resultado de problemas que estão fora da escola e que se manifestam dentro dela pela indisciplina; de acordo com esses professores, nada pode ser feito enquanto a sociedade não se modificar. Condutas como essas são também observadas em outras instituições particulares e em escolas públicas. Podemos afirmar que no mundo atual a maioria das escolas enfrenta estas questões, que perduram há anos, sofrendo obviamente alterações históricas de acordo com as contingências socioculturais.

Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chega mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo. Nesses casos, os alunos são encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional. Muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.

- Como agir nessa situação? De que forma ajudar?

O que é uma Classe Indisciplinada?

Para iniciarmos uma reflexão sobre essas questões, vamos destacar o que significa a palavra indisciplina a partir de algumas definições quanto ao termo.
Indisciplina – procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião. (Dicionário Aurélio).

De acordo com o sociólogo francês François Dubet (1997), “a disciplina é conquistada todos os dias, é preciso sempre lembrar as regras do jogo, cada vez é preciso interessá-los, cada vez é preciso ameaçar, cada vez é preciso recompensar”. Isso nos coloca diante de um antônimo de indisciplina, nos lembrando de que o respeito às regras dentro de uma instituição é de fundamental importância para o seu funcionamento pleno e que, consequentemente, a indisciplina representa a ameaça pela desobediência às regras estabelecidas. Por isso Dubet ressalta a necessidade dos professores relembrarem as regras e estimularem o seu cumprimento no decorrer do ano letivo.

Segundo o professor Júlio Groppa Aquino: ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade.”
Groppa ressalta que a manutenção da disciplina era uma preocupação de muitas épocas como vemos em textos de Platão e nas confissões de Santo Agostinho, de como a sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem”.
Diante dessa ideia de Júlio Groppa, não podemos deixar de lembrar da forma como as escolas até os anos 1960, conseguiam fazer com que seus alunos se comportassem. A disciplina era imposta de forma autoritária, com ameaças e castigos.

Os educandos  temiam as punições e esse medo levava a obediência e a subordinação. Além de submetidos a uma rigorosa fiscalização, não podiam se posicionar utilizando-se de questionamentos e reflexões. Os professores eram considerados modelos e, em virtude do conhecimento que possuíam, agiam como donos do saber.

“A educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (Freire, 1998) por isso passa a ser chamada de “educação bancária”. Segundo a educadora Rosana Ap. Argento Ribeiro, “a educação bancária é classificada também como domesticadora, porque leva o aluno a memorização dos conteúdos transmitidos, impedindo o desenvolvimento da criatividade e sua participação ativa no processo educativo, tornando-o submisso perante as ações opressoras de uma sociedade excludente. O papel da disciplina na educação bancária é fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno. Nela, a obediência e o silêncio dos alunos são aspectos importantes para garantir que os conteúdos sejam transmitidos pelos professores”.

Atualmente, nos primeiros anos do século XXI, estamos vivendo num outro contexto. Influenciados por mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais, professores e alunos, e mesmo a própria instituição escolar, assumem um papel diferente na sociedade. Nessa nova realidade a educação bancária já não deveria ser aplicada dentro das escolas.

Acredita-se hoje que os professores devem estar mais preocupados com seu aperfeiçoamento, permitindo que seus alunos questionem, tirem suas dúvidas, se posicionem. Enquanto os alunos, por sua vez, têm mais acesso à informação, se consideram livres para questionar, criar e participar. Outro aspecto importante quanto à educação no 3° milênio refere-se ao fato de que a instituição escolar deveria estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade em suas atividades e mesmo, nas propostas curriculares.

François Dubet reforça a ideia de que “os professores mais eficientes são, em geral, aqueles que acreditam que os alunos podem progredir, aqueles que têm confiança nos alunos. Os mais eficientes são também os professores que veem os alunos como eles são e não como eles deveriam ser”.

Quanto às afirmações anteriores percebo em minha realidade que alguns professores se mostram preocupados quanto a sua formação e prática profissional enquanto uma quantidade expressiva ainda demonstra grande resistência à reflexão e ao aperfeiçoamento do seu trabalho por se considerarem experientes e prontos para o exercício do magistério.

No que se refere aos estudantes é possível verificar que há um grande incentivo da família quanto aos estudos e ao mesmo tempo há um maior acesso a recursos que facilitam e promove o processo de ensino-aprendizagem, como livros, computadores, internet, revistas, jornais, filmes... Essa circunstância realmente os torna mais críticos, questionadores e participativos. Porém, nem todos conseguem utilizar essas ferramentas de forma consciente e produtiva.

Os pais, por sua vez, comparecem a escola para presenciar a apresentação de trabalhos realizados por seus filhos apenas como observadores, sem posicionamentos mais efetivos e críticos. Há, porém baixo índice de comparecimento nas reuniões solicitadas pela escola, especialmente entre os pais cujos filhos frequentam turmas da sexta série do ensino fundamental ao ensino médio.

O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?

Sabemos que para obter disciplina em qualquer ambiente em que vivemos não podemos deixar de falar de respeito. Segundo Tardeli (2003), o tema respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral. E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito.

Sabemos que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.

Será que sabemos ouvir nossos alunos? O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem.

É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais”. Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.Com seu projeto pedagógico e as questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos. 

Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar. O professor passa a se preocupar com a motivação de seus alunos, tendo maior compromisso.

Segundo Tardeli (2003), “Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos”.


Como agir nessa situação? De que forma ajudar?


Não podemos deixar de ter como foco em nosso trabalho o SER HUMANO. Precisamos valorizar as pessoas. Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa ideia: “Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário TER PESSOAS para transformar seu sonho em realidade”. Estamos envolvidos com pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, competente e coesa. A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.


Professor refletir antes de aplicar essas atividades.

Educar não é fácil, mas algumas atitudes ajudam a construir uma relação de respeito e confiança.

"É preciso ter coerência, evitar o duplo comando e estabelecer regras claras”.

(Fontenelle, psicóloga e consultora do Instituto Alana)

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