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segunda-feira, 1 de março de 2021

 

Conteúdos e metodologias específicas de Alfabetização e Letramento

fonte:unopar

 1 A questão dos métodos nos processos de alfabetização e letramento

Ao nos referirmos aos processos de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita é imprescindível estudar as questões metodológicas pelas quais os educadores organizam o seu trabalho pedagógico. Essa discussão é necessária, pois muito se fala que a alfabetização e o letramento dependem do emprego de bons métodos de ensino. A questão metodológica na organização desses processos é fundamental, mas é preciso ressignificar o próprio conceito de método no contexto específico da aprendizagem da leitura e da escrita. Gostaria de apresentar para você um breve resumo dos métodos de alfabetização que foram utilizados na história da alfabetização no Brasil. Os teóricos classificam os métodos de ensino em dois grandes grupos, baseados nos princípios psicológicos neles envolvidos: os sintéticos e os analíticos. Outros admitem ainda um terceiro grupo, o analítico-sintético ou mistos, resultantes da combinação dos dois processos. 

 

 Métodos sintéticos

Os métodos sintéticos subdividem-se em:

a)     alfabético: o aluno aprende as letras isoladamente, liga as consoantes às vogais, formando sílabas; reúne as sílabas para formar as palavras e chega ao todo (texto);

b)     fonético ou fônico: o aluno parte do som da letras, une o som da consoante ao som da vogal, pronunciando a sílaba formada;

c)     silábico: o aluno parte das sílabas para formar palavras.

 Métodos Analíticos

Os métodos analíticos subdividem-se em:

a)     palavração: este método parte da palavra. Existe aqui a preocupação de que vocábulos apresentados tenham sequência tal, que englobam todos os sons da língua e as dificuldades sejam sistematizadas gradativamente. Depois da aquisição de determinado número de palavras, formam-se as frases;

b)     sentenciação: esse método parte da frase para depois dividi-la em palavras, de onde são extraídas os elementos mais simples: as sílabas;

c)     conto, estória (global): esse método é composto de várias unidades de leitura que apresentam começo, meio e fim. Em cada unidade, as frases estão ligadas pelo sentido para formar um enredo, havendo uma preocupação quanto ao conteúdo que deverá ser do interesse da criança.

 

Métodos Mistos ou Ecléticos

Os métodos ecléticos são os analítico-sintético ou sintético-analítico. Têm como características as atividades simultâneas de análise e síntese, compor e decompor (ou vice-versa) no âmbito de uma lição, a partir da qual os alunos são levados a analisar, comparar e sintetizar, simultaneamente, até se familiarizarem com os elementos da linguagem e dominar o mecanismo da leitura.

Quando pensamos num ambiente alfabetizador, imaginamos que a criança num ambiente alegre, repleto de letreiros, embalagens, jornais, revistas, livros para que ela tenha acesso ao mundo da escrita. É inegável que a criança brinca, independente do apoio ou a promoção do adulto. Além disso, a criança não precisa de nenhum incentivo para iniciar uma brincadeira. O educador no planejamento e construção do ambiente alfabetizador pode criar ambientes lúdicos com materiais escritos significativos ao universo infantil para que as crianças vivenciem o letramento de maneira intencional.

Brincar no processo de alfabetização e letramento integra as atividades e deve fazer parte do trabalho pedagógico. Para a criança, ela está apenas brincando, mas o educador, profissional teoricamente sofisticado, esse brincar é dotado de muitos significados e promove o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. De acordo, com Piaget, os jogos fazem parte do ato de educar, num compromisso consciente, intencional e modificador da sociedade; educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente. Antes disso é um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo (WAJSKOP, 1995, p.63).

Várias são as formas de brincar e, em todas elas existem o processo de criatividade e construção. O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e brincando. Por meio de jogos e brincadeiras, a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldades de aprendizagem.A criança frente a situações lúdicas desenvolve o funcionamento do pensar e alcança níveis de desempenho que só por meio da estimulação e do brincar são atingidos. É essencial que a criança brinque. Brincando, cantando, se expressando, contando, brincando com as histórias ou simplesmente ouvindo-as, ela estará se desenvolvendo como um ser integral. Brincar em sala de aula proporciona momentos ricos em interação e aprendizagem, auxiliando tanto os professores como as crianças no processo de ensino e aprendizagem. Por meio do brincar há criação, imaginação, antecipação e inquietação. Assim, transforma-se, levanta-se hipóteses e traça estratégias para a busca de soluções. 

Entendemos que utilizar uma proposta que privilegie o brincar (brincadeiras, jogos, histórias, dramatização e manifestações artísticas) atraia, motive e acima de tudo, convoque a criança a participar. Esta participação espontânea faz com que ela se torne uma “pesquisadora” consciente do objeto de ensino, objeto que nós os professores colocamos ao seu alcance. Desta forma, gerenciamos o aprendizado à medida que escolhemos o que colocamos à disposição desta pesquisa, o conteúdo que julgamos ser importante e estar no momento adequado para a criança aprender. Consideramos que o brincar deva ocupar um espaço central na educação das crianças e, entendemos que o professor é figura fundamental para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo material e partilhando das brincadeiras. 

Se, para criança, a escrita é uma atividade complexa, o jogo, ao contrário, é um comportamento ativo cuja estrutura ajuda na apropriação motora necessária para a escrita. Ao lado das atividades de integração da criança à escola, deve-se promover a leitura e a escrita juntamente, utilizando-se para isto a dramatização, conversas, recreação, desenho, música, histórias lidas e contadas, gravuras, contos e versos. O jogo se convenientemente planejado, é um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento sistemático. Três aspectos, por si só, justificam a incorporação do jogo nas aulas: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais. Os jogos fornecem um suporte metodológico importante, pois através deles, os alunos podem criar, pesquisar, brincar e aprender. Quando a criança brinca, ela o faz de modo bastante compenetrado, nesse momento, ela não está preocupada com a aquisição do conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou física, mas, é nesse momento que ocorre a aprendizagem.

Porém essa perspectiva não é tão fácil de ser adotada na prática. Podemos nos perguntar: como? O bom uso de jogos em aula requer que tenhamos uma noção clara do que queremos explorar ali e de como fazê-lo. Questões práticas quanto à implantação dos jogos e quanto à regularidade com que o jogamos também precisam ser discutidas para que possamos tirar pleno proveito do jogo como recurso pedagógico e instrumento de trabalho. A partir da construção e da vivência em ambientes lúdicos com materiais escritos, a criança poderá ter a oportunidade de apresentar um comportamento de letramento. A grande contribuição da construção desse ambiente é a possibilidade de proporcionar o contato com a leitura e a escrita de maneira contextualizada, divertida e, acima de tudo, com possibilidade de transformação.

 

Saiba Mais

·                  BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi; ROSA, Ester Calland de Souza (orgs.). Leitura e produção de textos na alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Disponível em: http://www.ceelufpe.com.br/e-books/Leitura_Livro.pdf

·                  SILVA, Alexsandro da; MORAIS, Artur Gomes; MELO, Kátia Leal Reis de (orgs.). Ortografia na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível em: http://www.ceelufpe.com.br/e-books/Ortografia_Livro.pdf

·                  PERRUSI, Ana Carolina; LEAL, Telma Ferraz (orgs.). Produção de textos na escola: reflexões e práticas no ensino fundamental. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível: http://www.ceelufpe.com.br/e-books/Producao_Livro.pdf

2 O Planejamento Pedagógico em relação à leitura e escrita

É fundamental planejar. Planejar permite tornar consciente a intencionalidade que preside a intervenção; permite prever as condições mais adequadas para alcançar os objetivos propostos; e permite dispor de critérios para regular todo o processo. Se admitirmos que as finalidades da educação – favorecer o desenvolvimento da criança em todas as suas capacidades – alcançam-se mediante o trabalho que se realiza em torno dos conteúdos que fazem parte do currículo, é inegável que a análise e a tomada de decisões sobre o planejamento constituem um elemento indispensável para assegurar a coerência entre o que se pretende e o que se sucede na sala de aula. Planejar é refletir sobre o que se pretende, reflexão como se faz e como se avalia. Trata-se de uma reflexão que permita fundamentar as decisões que são tomadas e observadas pela coerência e pela continuidade. 

REFERÊNCIAS

BASSEDAS, E. Aprender e ensinar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998.

CARDOSO, Beatriz, EDNIR Madza. Ler e escrever, muito prazer! São Paulo: Ática, 1998.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. 3ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.

OLIVEIRA, V.B (org). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos de idade. Petrópolis: Vozes, 2000.

WAJSKOP, G. O Brincar na Educação Infantil. Cadernos de Pesquisa, 92, 62-69, 1995.

FERREIRO, Emilia, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

SOARES. Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, Minas Gerais, n. 25, p. 5-17, jan./fev./mar./abr./ 2004.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41ª ed.Cortez. 2001.

TFOUNI, L.V. Letramento e alfabetização. São Paulo, Cortez,1995.

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