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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A importância da cultura digital na aprendizagem










Consultora em tecnologia e educação aborda as tecnologias educacionais como um desafio para as novas formas de ensinar e aprender

Em um mundo cada vez mais digital, com uma enxurrada de informações enviadas e recebidas a cada instante, através de meios tecnológicos diversos, é preciso saber aproveitar o aprendizado. Em sala de aula, o desafio dos docentes é aprender a usufruir as chamadas TDICs – Tecnologias Digitais de Informação e de Comunicação – incorporando-as nas práticas educativas. Mas como unir tecnologia e educação para dar uma aula? Confira a nossa entrevista com Maria Aparecida José, consultora em Tecnologia e Educação. Cidinha, como é conhecida no ambiente profissional, fala sobre a importância do uso das tecnologias integradas ao currículo e sobre como a cultura digital pode modificar o processo da aprendizagem.

TecEduc – Como se configura a cultura digital frente às inúmeras possibilidades propiciadas pelos meios de comunicação? Existe uma nova forma de busca pelo conhecimento?
Cidinha – A cultura digital se constitui no uso dos diferentes dispositivos digitais e das linguagens que se constroem em torno do que denominamos mundo digital. A comunicação se traduz por diferentes formatos digitais – vídeos, áudios, animações, imagens – que convergem para múltiplos contextos, sejam os das redes sociais, dos ambientes de aprendizagem ou dos aplicativos que conectam pessoas em tempo real, por exemplo. Então, de fato, existe uma nova forma de busca pelo conhecimento, que está mais acessível, mais distribuído e digitalmente mais armazenado em comparação com as antigas formas, como os livros, enciclopédias ou bibliotecas. Hoje, lidamos mais com recursos abertos, com licenças livres, tanto de aplicativos quanto de conteúdos. Somos mais propensos a sermos produtores na rede do que meros usuários. No entanto, apesar de tudo estar mais próximo a nós, a um “clique” do mouse, quais fontes são fidedignas em relação ao universo que se abre diante de nós e como desenvolver a educação nessa perspectiva é nossa problematização atual.

TecEduc – Qual é o grau de inserção, de apropriação e de construção da prática pedagógica em meio a essa cultura? Como podemos visualizar o cenário pedagógico a partir das tecnologias nas escolas?
Cidinha – Se já somos os construtores da cultura digital a cada momento em que nos utilizamos das tecnologias para produzir a vida social, por que, em sala de aula, a incorporação de contextos digitais de aprendizagem ainda não potencializa novas práticas pedagógicas? Sabe-se que a presença das interfaces digitais na mediação das aprendizagens não necessariamente altera o cenário pedagógico escolar. Mas, se o currículo dialogar com a cultura digital, reconstruindo, a partir disso, a cultura de aprendizagem até então constituída na cultura escolar, estaremos, de fato, caminhando em direção a mudanças significativas nos modos de ensinar e de aprender. Esse é o sentido da inserção e da apropriação das tecnologias, como possibilidade para outras práticas em educação.

TecEduc – Levando em conta a disseminação dos conteúdos digitais, a ampliação da mobilidade e a popularização das redes sociais, como os docentes podem associar o ensino a essas potencialidades?
Cidinha – Já é inquestionável que as tecnologias devem ser adotadas e utilizadas em integração com o currículo. O que fora da escola produz cultura digital, como as redes sociais, que colocam pessoas em conexão, produzindo conteúdos, é um dos exemplos que nos ajuda a refletir. Vamos observar que a disseminação e a ampliação da mobilidade e da conectividade são a base para se falar em cultura digital. A escola “off-line” no sentido da articulação com o mundo digital permanecerá assim, se não for compreendida como igualmente produtora de conhecimento na sociedade contemporânea. Não há mais espaço para conteúdos que esvaziem o protagonismo de professores e alunos no uso das tecnologias em sala de aula.

TecEduc – Neste contexto digital, como é a receptividade dos alunos às novas formas de aprendizado? E como as salas de aula podem ser enriquecidas com a evolução da tecnologia na educação?
Cidinha – Estamos em convivência com uma geração de múltiplas interfaces digitais. Por diferentes caminhos elas se comunicam, produzem, criam, recriam, consolidam pertencimentos aqui ou ali, nos inúmeros espaços digitais que têm à disposição. Por outro lado, ainda há um descompasso entre o mundo da escola e o mundo que para os adolescentes e jovens é de estrutura digital. Uma mensagem pode ser trocada instantaneamente, mas isso é entretenimento. Ou é currículo escolar? Quando uma mensagem é da ordem do currículo, da aprendizagem e quando se caracteriza como algo fora do que costumamos legitimar? Quem dará o tom da diferença nas aprendizagens diante de contextos semelhantes? Assim, falar na integração do currículo às tecnologias, na verdade, é buscar equacionar essas novas formas que, embora sob um mesmo dispositivo digital, se revelam totalmente separadas em relação à cultura de ensinar e de aprender.

TecEduc – Como é possível formar um aluno para produzir em rede, frente a uma sociedade que, muitas vezes, relativiza a autoria e estimula a apropriação indébita e indiscriminada de conteúdos disponíveis na Internet?
Cidinha – Com a ampliação de uso das tecnologias em nossas vidas também se ampliam as possibilidades de acesso ao conhecimento, por diferentes fontes, sequer imaginadas antes dos conhecidos “buscadores”. O aluno em sua relação com as interfaces digitais não só é um buscador, ou como se diz, um navegador. Nos tempos de conectividade e mobilidade, do “tudo ao mesmo tempo agora”, eles se tornam protagonistas que alimentam e são alimentados com informações através da rede. Publicam e publicizam seus conteúdos. E nos cabe, por outro lado, ao estimular esse protagonismo, formar para a ética do compartilhamento e da autoria. Nesse sentido, nós professores, ao integrarmos as tecnologias à sala de aula, devemos considerar que, na cultura digital, nossos alunos podem ser buscadores, navegadores, autores e intérpretes e isso não depende das tecnologias e sim do processo educativo que com elas estabelecemos.

TecEduc – Você considera que os docentes já estão atentos à importância da cultura digital no universo pedagógico? Como os professores devem encarar o desafio de associar a cultura digital ao currículo educacional?
Cidinha – As reflexões em torno do uso das tecnologias na educação já ultrapassaram a mera discussão de sua importância, avançando no sentido de sua intencionalidade pedagógica. No entanto, não são os artefatos da cultura digital que estão em pauta, pois surge um novo dispositivo a cada obsoletismo funcional de outro e isso se dá de forma muito dinâmica e acelerada. A questão a considerar é relacionada ao currículo, ao desenvolvimento de práticas pedagógicas mediadas por tecnologias. O ensino da geografia, por exemplo, pode ser o mesmo diante das novas possibilidades de se ver o espaço, seja por GPS ou por mapas interativos? Certamente as tecnologias reestruturam o modo como vivemos e isso não é privilégio da vida social em si, é fundamentalmente parte do processo educativo que integra a vida como um todo.

Fonte: http://www.positivoteceduc.com.br/palavra-do-especialista/importancia-da-cultura-digital-na-aprendizagem/

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