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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Identificando mecanismo de coesão referencial



Seu objetivo peculiar é desvendar o que diferencia
 um texto de um não-texto.Por Elenilza Maria de Araújo

O presente artigo visa demonstrar a coesão referencial em textos, sendo que este é um
 dos propósitos da Linguística Textual, posto que a função dos marcadores textuais 
é concatenar ideias para uma possível  formação de um todo discursivo. 
Este trabalho busca efetuar também algumas reflexões sobre o processo de coesão
 referencial, considerando-o não um fenômeno sintático-textual, mas um princípio
 discursivo que revela a função desse fenômeno para organização das ideias no
 âmbito textual. Dessa maneira, pode-se explicar que de alguma forma não é possível
 que um texto se articule sem algum tipo de costura ou de elo coesivo: de amarração.
 Por isso, acredita-se que o referido trabalho possa contribuir, de certa forma, para o
 reforço ao uso e/ou função dos elementos de referências em construções de textos. 

É interessante lembrar que Koch explica que “a reativação de referentes no
 texto é por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se,
 desse modo, cadeias mais ou menos longas” (2007, p. 47).

Com isso a autora reforça a ideia de que a função dos elementos marcadores no
 texto é de reativar algo colocado antes ou depois dos discursos. Com base 
 nisso, procurou desenvolver uma pesquisa bibliográfica que objetivasse melhorias
 no ensino de língua portuguesa, principalmente no que alude o mau uso de elementos
 remissivos, como também a boa colocação desses elementos em textos. 
Diante disso, pretende-se apresentar uma pesquisa teórica em que se tem a opinião
 de vários pesquisadores que seguem uma linha de raciocínio ligada ao texto
 com a finalidade de dar sustentação às opiniões da pesquisadora. Reforça-se
 que a coesão referencial é executada com o auxílio de vários elementos de
 natureza gramatical e cada um tem uma função peculiar dentro da superfície textual.

COESÃO TEXTUAL E MECANISMOS
O fenômeno da coesão tem sido objeto de estudo por vários pesquisadores, 
objetivando desvendar a função dos elementos referenciais dentro do texto.
Halliday e Hasan (apud KOCH), definem coesão textual como “um conceito
 semântico que se refere às relações de sentido existentes no interior do texto
 é o que definem como um texto” (1996, p. 17).

Nesse sentido, percebe-se que a coesão pode estabelecer uma relação de 
sentido no texto, posto que forma um elo coesivo com o que está dentro
 do texto (endofórico) e para fora (exofórico).

Beaugrande e Dressler (apud KOCH), por seu turno, defendem a coesão 
 em conformidade com os componentes da superfície textual —
 isto é, “as palavras e frases que compõem um texto encontram-se
 conectadas numa sequência linear por meio de dependência de ordem 
gramatical” (1996 p. 18).
 Assim, pode-se dizer que a coesão tem a função de ligar cadeias coesivas
 formando uma dependência entre tais elementos numa sucessão linear,
 responsável, por um fator fundamental, a textualidade.Assim, pode-se explicitar
 que a coesão, para ser alcançada, necessita da união de elementos que funcionem
 como “veículos” de ancoração  para o seu funcionamento na superfície do texto.
Marcuschi define os elementos de coesão como “aqueles que dão conta da
 estruturação da sequência do texto (1995, p.18)”, afirmando que não se trata 
de princípios meramente sintáticos, mas de “uma espécie de semântica de sintaxe
textual”, isto é, dos mecanismos  formais de uma língua que permitem estabelecer,
 entre os elementos linguísticos do texto, relação de sentido.

Tal premissa opõe-se à opinião de Halliday e Hasan (apud Koch 1996), 
 que argumentam que a “coesão” é uma condição necessária, embora não
 suficiente para criação textual. Com isso Marcuschi (1995) explica que existem
 textos sem auxílio de elementos coesivos, mas o sentido
se dá ao nível contextual, como também há texto auxiliado de mecanismos
 de coesão, com discursos isolados, sem condições necessárias para formação
 textual.

Vale lembrar, de acordo com a opinião do último, que para haver
 funcionamento das coesivas muitas vezes é preciso que o contexto dê
 sustentação, assim facilitará a formação de um sentido no texto. 

Abaurre et al pede que se pense na construção de uma casa. Todos
 sabem que as paredes são essenciais para sua sustentação (2004).

No texto, as ideias, as informações e os argumentos equivaleriam aos 
tijolos, que, dispostos lado a lado, permitem que as paredes de uma casa 
sejam erguidas. 
Nessa perspectiva e de forma analógica, percebe-se que, assim como
 a casa, acontece também com o texto, pois na primeira se colocam 
apenas os tijolos, um ao lado do outro, não conseguindo concretizar 
uma construção e na segunda precisa-se juntar os em agrupamentos 
para que se estabeleça uma ligação entre eles, assim como a argamassa 
que vai ser usada para unir os tijolos da construção. 
Em outras palavras, Koch afirma que “o conceito de coesão textual 
diz respeito a todos os processos de sequencialização que asseguram
 (ou tornam recuperável) uma ligação linguística significativa entre
 os elementos que ocorrem na superfície textual” (1996, p. 19). 

COESÃO REFERENCIAL
Koch chama de coesão referencial “aquela em que um componente da 
superfície textual faz remissão a outro(s) elemento(s) do universo textual
 (1996, p. 30). Com isso a autora chama este de elemento de referência
 ou referente textual, enquanto aquele, forma remissiva ou referencial. 

Os elementos de referência, nesse caso, são usados para reforçar uma
 ideia dita antes da forma remissiva, como também antecipar algo que
 vai ser dito posteriormente. Concretiza-se que só haverá paralisação
 no uso desses elementos com o aparecimento de novas manifestações
 discursivas, que consequentemente trarão à tona novas formas remissivas,
 sem com isso fugir da temática textual.

À remissão feita para trás dá-se o nome de anáfora e a remissão feita 
para a frente recebe o nome de catáfora (Koch 1996). 

Observe-se os exemplos:
 anáfora
Ú1-Luana mora com a tia. Ela faz faculdade de direito. 
Ela – retomada de Luana
2- João ganhou um cachorro. O cachorro chamava-se lulu. 
“Um  catáforaÚcachorro”, 
informação para a frente, “o cachorro”  

Halliday diz que:
Os elementos de referência são itens da língua que, em vez de 
serem interpretados semanticamente pelo seu sentido próprio, 
relacionam-se a outros elementos necessários a sua interpretação.

 A referência pode ser situacional (extratextual) ou textual
 (apud Fávero e Koch, 2000 p. 38).

Reforça-se essa ideia dizendo que há referência textual quando
 se trata de elementos que estão explícitos ao texto e que a 
situacional necessita da ajuda de outros elementos
 fora do texto que são atraídos com a manifestação de inferências. 

Fávero e Koch inferem que:
Através da anáfora estabelece-se uma relação coesiva de referência
 que permite a interpretação de um item pela relação em que se 
encontra com algo que o precede no texto e um elemento de referência 
é catafórico quando sua interpretação depende de
 algo que se segue no texto (2000 p. 39). 

Koch postula coesão por remissão como fator que desempenha
 de (re)ativação de referentes, quer a de “sinalização” textual (2007, p. 47).


CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado proporcionará à pesquisadora, de certa forma,
 uma reflexão sobre elementos marcadores em textos. 
Convém lembrar que os textos estão presentes diariamente e
 que de algum modo as pessoas os constroem num ato comunicativo,
 mesmo involuntariamente, utilizam os mecanismos de coesão
 nos atos discursivos. 

Assim, pode-se inferir, através das experiências que já se tem como docente,
 que os alunos que conseguem usar com maior clareza os mecanismos de coesão
 em textos são exatamente os que  têm um melhor desempenho nas aulas de leitura
 e produção de textos. Com isso argumenta-se que é papel do professor estar 
sempre à procura de maiores informações sobre o assunto em 
questão, com o objetivo de reforçar a importância desses mecanismos em textos. 

Em observância a isso, espera-se que o corpo docente procure uma melhor
 interação relacionada à escritura de textos enfatizando o funcionamento
 dos marcadores textuais. Nesse sentido, esclarece que esse trabalho 
priorizou realizar uma discussão acerca dos elementos referenciais,
 enfocando seu funcionamento na tessitura do texto. 

Assim, através do trabalho bibliográfico, espera-se poder 
ter contribuído no trabalho com textos dentro do processo  ensino-aprendizagem.

Os termos “anáfora” e “catáfora” dicionarizados
O dicionário Michaelis registra os termos da seguinte forma:
a.ná.fo.ra  sf (gr anaphorá) Ret Repetição de uma ou mais palavras no
 começo de dois ou mais versos, orações subordinadas ou sucessivas, para efeitos 
retóricos ou poéticos.
ca.tá.fo.ra
sf (gr kataphorá) Med 1 Sonolência mórbida, sem febre nem delírio.

 2 Estado de letargia alternada com vigília, sendo ambas imperfeitas.

 3 Ling Antecipação de um signo, a ser enunciado na sequência.

 Em: Aqui, em São Paulo, todos correm, o signo aqui é catafórico, porque 
se refere a um item que vem enunciado depois.

Porém, o Dicionário Aurélio registra somente o significado de 
catáfora na medicina: Catáfora. 
(Do gr. kataphorá.) S.f. Patol. Sonolência mórbida, sem febre nem delírio.
 E também: “letargia entremeada por períodos de despertar incompletos”.

 O dicionário ignora seu significado como  vocábulo da linguagem literária.

No Dicionário de Semiótica, de A.J. Greimas e J. Courtês, a palavra catáfora
 é definida da seguinte forma: “Ao contrário da anáfora, mas traduzindo 
como ela a mesma relação de identidade parcial entre dois termos inscritos 
no eixo sintagmático do discurso, a catáfora se caracteriza pelo fato de
 o termo retomado preceder o termo em expansão.”

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa diz que anáfora é o “processo
 pelo qual um termo gramatical (um pronome ou um advérbio de lugar, p. ex.)
 retoma a referência de um sintagma anteriormente us. na mesma frase
 (p. ex.: Comeram, beberam, conversaram, e a noite ficou nisso) ou no
 mesmo discurso (p. ex.: Fui ao Museu de Artes Modernas. Lá, encontrei 
vários de meus amigos)”.

A catáfora é definida pelo Dicionário de Termos Linguísticos do seguinte
 modo: “relação de dependência entre A e B em que B precede A numa
 relação paralela à da anáfora. Exemplo: "desde que a Maria o deixou,
 o João nunca mais foi o mesmo", o significado do pronome complemento
 (o) da primeira oração é determinado pelo     sujeito nominal (o João)
 da segunda oração.”
Fonte:
http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/
gramatica-ortografia/30/artigo219546-2.asp

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