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sábado, 29 de agosto de 2020

A chuva | Edi Fonseca lê o poema de Arnaldo Antunes



Agora, aprecie a linda interpretação de Edi Fonseca, no vídeo acima.


A chuva


A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva 

molhou os transeuntes.

 A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas

. A chuva enfureceu as marés. 

A chuva e seu cheiro de terra. A chuva

 com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou 

a favela.

 A chuva de canivetes.

 A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e 

seu brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva.

 A chuva destroçou os guarda-chuvas.

 A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva 

caiu. A chuva derramou-se.

 A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o para-brisa.

 A chuva acendeu os faróis.

 A chuva  tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva

 encheu a piscina. A chuva  com as  gotas grossas. A chuva

 de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas.

 A chuva  senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. 

A chuva empenou  os móveis.

 A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas.

 A chuva e seu baque seco.

 A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo.

 A chuva pingou  pelo teto. 

A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. 

A chuva derrubando raios.

 A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros.

 A chuva mijou no telhado.

A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. 

A chuva fez muitas poças.

 A chuva secou ao sol.


ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1996.

Para você pensar: o que chamou a sua atenção em relação a
 forma como o poema está organizado? 
Que efeito provoca em você a repetição da palavra chuva? 


Por que realizar a leitura em voz alta?

Para iniciar a reflexão sobre o trabalho de leitura em voz alta pelo 

professor de textos poéticos é pertinente pensar na resposta

 de uma questão fundamental: 

Por que ler em voz alta textos poéticos (poemas,

histórias rimadas, quadrinhas)

 para as crianças?

 

Leia os itens abaixo e reflita sobre o(s) que mais se 

relaciona(m) com o que 

você acredita:

 

  • Ler em voz alta textos diversos é importante porque a leitura é 
  • fundamental  em todas as disciplinas. 
  • Além disso, a literatura ajuda as crianças a 
  • compreenderem melhor o que leem.
  • Ler em voz alta qualquer texto literário é
  •  importante para a formação  dos alunos porque
  •  a literatura é um patrimônio da humanidade e
  •  todos têm direito a ela. Como diria Antônio Candido, 
  •  a fantasia 
  • presente na literatura é essencial para a vida.
  • Ler textos em voz alta é fundamental porque a 
  • linguagem literária  é produzida de modo diferente 
  • daquela que usamos no dia a dia.
  •  Esse diferencial aproxima as crianças a 
  • um uso sofisticado da linguagem.
  • Ler em voz alta deve ser uma prática divertida,
  •  alegre e descontraída.
  • Por isso, não devemos exigir nada dela. A ideia
  •  é apenas ler.
  • Ler em voz alta é importante porque podemos
  •  trabalhar com a  fluência leitora das crianças e ajudá-las
  •  a dar um ritmo melhor quando leem.

 


Leitura: Indivisíveis





Nem sempre estamos habituados à leitura de textos poéticos, não é mesmo?

 No vídeo a seguir você poderá ouvir e se encantar com a leitura de um texto poético.

O que são textos poéticos?

"Os textos poéticos expressam a beleza por meio da linguagem. Colocam a língua em primeiro plano por meio do uso de recursos que fazem a linguagem adquirir forma literária. 

 

Para as crianças, assim como para a maioria das pessoas, o que caracteriza os textos poéticos são a sua musicalidade (que consiste em um uso característico de vogais, consoantes, cadências e ritmos) e sua forma gráfica (a disposição em versos e estrofes). Sem esses dois aspectos, sonoro e gráfico, o texto não será identificado como poético. No caso dos poemas, por exemplo, podemos identificar essas duas características por meio de recursos como aliteração (repetição da mesma consoante), assonância (repetição da mesma vogal) e rima (repetição de sons) que se organizam em unidades rítmicas denominadas versos. A combinação dos versos ao longo do poema é denominada estrofe. 

 

A presença de recursos linguísticos que exploram a sonoridade das palavras, conferindo um ritmo próprio ao texto e favorecendo a construção de significado, é um dos elementos que tornam a recitação atraente para as crianças, já que elas gostam de brincar com palavras, criando-as e reinventando-as."



sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Garotas Valentes, Histórias Divertidas!




O livro Zloty
Agora, assista novamente ao trecho que se inicia no minuto 7 e termina no final do vídeo. Nele, Daisy apresenta o livro Zloty. Sua tarefa será prestar atenção na fala dela para verificar os critérios que podem ser considerados para a escolha deste livro.

Garotas Valentes, Histórias Divertidas!




Você vai assistir agora a um vídeo do canal A cigarra e a formiga, em que Daisy Carias indica livros. Assista-o na íntegra e observe o que ela destaca em cada título, selecionando critérios que conferem qualidade literária às obras.

 tipos de classificação para os textos narrativos. gêneros adotados pelo Projeto TRILHAS. São eles:

As histórias com engano
Narrativas com personagens bem caracterizados favorecem o desenvolvimento da capacidade de se colocar no lugar do outro para entender suas ideias, seus propósitos, desejos e pensamentos. No caso das histórias com engano, muitas vezes essa intenção só é percebida completamente pelo narrador, quando esse se apresenta no texto como narrador onisciente, ou seja, aquele que tem pleno conhecimento das situações narradas, dos sentimentos e objetivos de cada personagem. Os personagens não possuem o mesmo domínio da trama e, por isso, são “enganados” uns pelos outros nessas histórias. O leitor, por sua vez, tem à sua frente todas as informações necessárias para compreender a situação de engano. Ao ler esse tipo de história, as crianças interpretam que alguém está enganando quando diz uma coisa, mas pensa outra. À medida que lerem esse tipo de texto, elas serão capazes de entender a diferença entre ação e intenção. Portanto, quando temos a oportunidade de trabalhar textos com essas características, vale a pena dedicar especial atenção e incluir conversas que façam as crianças pensarem sobre a relação entre os personagens, suas ações, pensamentos e intenções ao longo da narrativa.
Caderno de orientações histórias com engano (p. 1)

As histórias com repetição
As histórias com repetição oferecem às crianças a possibilidade de imaginar acontecimentos, que ocorrem de forma muito parecida, diversas vezes em uma mesma narrativa. Por meio desse movimento repetitivo da estrutura do texto, as crianças têm a oportunidade de compreender melhor a narrativa e de se apropriar de seu texto, chegando, muitas vezes, a realizar leituras autônomas dessas histórias. Portanto, deve haver lugar no dia a dia das crianças para que elas ouçam histórias com repetição. É um bom momento para fazê-las aprender mais sobre a nossa língua. Caderno de orientações 
histórias com repetição (p. 1)

As histórias clássicas
As histórias clássicas permitem a construção de um repertório literário compartilhado, que ao longo da vida funciona como referência cultural. Oferecem vantagens interessantes, como a possibilidade de conhecer histórias que lidam com a totalidade de uma situação, em que há uma organização temporal e hierárquica entre os acontecimentos. Além do mais, essas histórias tradicionais exploram conteúdos de extremo interesse para as crianças, como medos, anseios, abandono, crescimento, engano, o bem e o mal etc. 
Em geral, as histórias clássicas já fazem parte do repertório de leitura para as crianças pequenas. Muito provavelmente elas até já conhecem algumas das histórias mais tradicionais. Excelente: quanto mais conhecida, melhor. A partir do que já sabem, torna-se possível promover atividades que permitam abordar diferentes aspectos presentes no texto, que ficam invisíveis para as crianças, se não são abordados intencionalmente.

Histórias de animais 
O que são histórias de animais?
Histórias de animais -são narrativas cujos personagens são animais com características humanas. Trata-se de uma das mais antigas maneiras de contar uma história. Em sua maioria, são fábulas, cujo desfecho reflete uma lição ou mensagem com a intenção de mostrar o que é certo e o que é errado, propriedade essencial das fábulas. A moral é o aspecto mais visível das fábulas e nem sempre aparece destacada em uma frase no final do texto. Muitas vezes, encontra-se implícita na fala final de um dos personagens, por exemplo. As histórias de animais podem também aparecer sob a forma narrativa de contos curtos, sem uma moral explícita, cujos personagens, no entanto, apresentam características e ações muito semelhantes às dos personagens que compõem as fábulas: predomínio de um comportamento típico que, em confronto com outro, provoca determinadas consequências sobre as quais se pode extrair algum ensinamento. Poderíamos dizer que as histórias de animais comunicam-se fortemente com os pequenos leitores por seu caráter verossímil (que se assemelha ao real), pois tratam de temas da realidade humana por meio da ação de personagens alegóricos que se deparam com situações muito concretas. 
Caderno de orientações histórias de animais (p. 1)

Histórias com acumulação
As histórias com acumulação
As histórias com acumulação lançam mão de um recurso muito interessante que favorece a compreensão e a memorização do texto pelas crianças, permitindo uma leitura autônoma. Por exemplo, as histórias com acumulação apresentam um evento desencadeador da narrativa, que a partir daí é contada de maneira repetitiva, ou seja, a mesma ação é realizada por diversos personagens e a repetição de um mesmo acontecimento se dá por acumulação: surge um personagem, que não consegue resolver a questão levantada pela história, aparece outro, que também não consegue, e assim sucessivamente. Esse tipo de estrutura facilita a antecipação do que virá por parte das crianças, tornando mais fáceis a leitura e a retenção da história.
.........
Quais critérios você utiliza?
Em uma reunião de trabalho, os professores alfabetizadores de uma escola pública foram convidados pela coordenadora a selecionarem livros para ler em voz alta a seus alunos e socializarem os critérios que os motivaram nas escolhas. A orientação foi de que cada escolha estivesse atrelada a algum aspecto literário que eles gostariam de abordar com os alunos.







Leia os depoimentos abaixo e reflita sobre o(s) que mais se aproxima(m) de seus critérios na hora de escolher um livro, para ler em voz alta, com o objetivo de abordar aspectos literários por meio da conversa literária.



Professora 1 – Busquei um livro que tivesse ilustrações que dialogassem com os textos, ou seja, que complementassem o sentido da história. Então, podemos dizer que o critério utilizado foi a relação entre texto e imagem.


Professora 2 – Eu queria um livro que tivesse um texto bem escrito, com boas descrições e uma linguagem literária que enriquecesse o repertório dos alunos. Por isso, escolhi um conto de fadas. Então, o critério utilizado foi a qualidade do texto literário.


Professora 3 – Escolhi um livro cujo tema me ajudasse a trabalhar um projeto sobre cidadania desenvolvido na escola. Então, o critério foi o tema.


Professora 4 – Para aumentar a frequência de leitura de contos, escolhi um livro que trouxesse uma coletânea com textos diversos. Então, o critério utilizado foi o gênero.


Professora 5 – Gosto de escolher livros considerando as preferências das crianças, de modo que eu possa ampliar o repertório literário delas. Então, o critério utilizado foi o interesse dos alunos. 


Professora 6 – Eu gosto de escolher livros diversos que tenham uma temática leve, que sejam próximos ao universo infantil e que não assustem as crianças. Por isso, não leio os que têm como tema a morte, a solidão ou qualquer outro assunto que considero difícil para elas. Então, meus critérios foram a diversidade e a temática.
Critérios segundo Marina Colasanti
Marina Colasanti, escritora renomada, em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo defende duas posições importantes quando se refere à literatura infantil. A primeira delas é de que a literatura não está a serviço de outros conteúdos do currículo ou de princípios morais. Na segunda, ela afirma que o adulto não deve subestimar a inteligência infantil, já que as crianças são capazes de ler todos os tipos de textos, até os mais difíceis, seja pela linguagem complexa como também pelo tema abordado.
Uso utilitário da literatura
Outro pressuposto mencionado por Marina Colasanti consiste em não ler um livro para trabalhar conteúdos alheios à literatura quando se tem como intencionalidade a formação do leitor literário. Podemos identificar logo na capa e na resenha que um livro foi produzido com o objetivo de utilizar a literatura para aprender conteúdos de outras áreas.
Yolanda Reyes
Yolanda Reyes, especialista da área, afirma:“A literatura não pretende explicar valores, letras do alfabeto, regras de polidez ou mensagens ambientais. Leia nas entrelinhas e não escolha um livro só pelo seu tema, mas pela sua forma e pela maneira como um autor constrói uma voz e um mundo próprios.”[FONTE: Yolanda Reyes em Como escolher boa literatura para crianças. www.revistaemilia.com.br. Set./2011]




Literatura na escola





Regina Scarpa, especialista em alfabetização, nos instiga a pensar em como podemos propor uma conversa apreciativa após a leitura. No vídeo, ela nos oferece uma dica valiosa: o de não atrelar a apreciação a um julgamento de valor ou a fechar a discussão em uma moral que deva ser aprendida pelos alunos.

DGCyE - Situaciones didácticas en el inicio de la alfabetización


Como realizar uma conversa literária?

Estamos chamando de conversas literárias aquelas que se realizam em um processo de leitura em voz alta pelo professor, seja ela durante ou depois da leitura, em que o objetivo é trocar impressões pessoais sobre o lido e destacar aspectos da obra que merecem ser observados e analisados.

Aindan Chambers, em seu livro Dime, traz uma citação de uma fala de uma menina de 8 anos. Ela diz: “Não sabemos o que pensamos sobre um livro até que tenhamos falado dele”. Com isso, acreditamos na importância dessas conversas, pois é possível haver uma troca efetiva entre os leitores e se beneficiar da competência do outro para compreender melhor o que se lê. 

Vamos ver uma transcrição de uma conversa literária do livro O túnel, de Anthony Browne.

Para conhecer o livro e parte da atividade acesse o link:o vídeo


o personagem como foco

Agora leia a transcrição de uma parte da conversa literária:


 

Professora – A partir de que momento, no texto, vocês perceberam uma mudança entre eles? 

Alunos  – Onde ele é feito de pedra.

 

Professora – Onde ele está transformado em pedra? Vamos para essa parte. Eu passei?

Aluna – Está distraída?

Professora – Sim. (risos)

Aluno – No primeiro, ele estava como uma pedra. No segundo, estava se movendo. No outro a cabeça era de pedra e, no outro, não.

 

Professora – E o que fez transformar essa pedra em menino?

Aluna – Porque a irmã o abraçou.

Aluno – Porque derreteu com o sol.

 

Professora – Vejam, ela diz que o abraço da irmã e ele diz que foi o sol. Eu vou ler:  “ela abraçou a figura dura e fria e chorou. Pouco a pouco a estátua começou a mudar de cor e foi ficando mais macia e morna”.

Aluno –  Porque ela gostava dele.

Aluno – Porque a irmã e o irmão não se gostavam e por isso o irmão se transformou em estátua. E depois eles ficaram juntos.

Aluno – E depois a irmã o abraçou.

 

Professora – Vamos escutá-lo. O que queria dizer?

Aluno – Nas duas partes daqui está escuro. Na outra está um pouco escuro e, na outra, não.

 

Professora – Ele está mostrando algo relacionado às ilustrações. Você acha que tem algo a ver com a história esta escuridão e esta claridade?

Aluno – Sim, porque ela o abraçou.

Aluno – Ali enxergamos tudo escuro porque o irmão era de pedra. E quando está assim é porque começou a tirar todas as pedras.

 

Professora – Ou seja, quando ele estava transformado em pedra, a floresta também estava escura. Por que vocês acham que a floresta estava tão escura?

Aluno – Porque eles não gostavam um do outro. Aí ficou claro porque passaram a se gostar.

 

Professora – Quer dizer que... vamos pensar isto juntos... 

Aluno – Os irmãozinhos...

 

Professora – Ah! E como você percebeu tudo isso?

Aluno – Porque quando ela o abraçou começou a clarear a grama e as árvores e o céu.

Aluno – Porque era como um feitiço que fez tudo... a floresta.

 

Professora – Olhem o que viu Milagros... Olha...Diego...

Aluna – Está vendo que aqui está envolvendo algo?

 

Professora – Vejam o que ela está dizendo: aqui a parte escura é tudo com pedrinhas, mas quando ela o abraça e ele se transforma de volta em Juan...

Aluno – São como luzes. Amarelas.

Aluno – Luzes amarelas.

Aluno – Porque aqui se abraçaram e terminaram felizes.

Aluno – Na parte mais escura tem a sombra mais escura.

 

Professora – A parte mais escura tem sombra mais escura. Você falou...alguém falou de um feitiço...o que fez pensar que aconteceu um feitiço aqui? 

Aluno – Quando o abraçou e o feitiço se rompeu..

Os livros ilustrados no processo de alfabetização

Odilon Moraes fala sobre a produção e as características do livro ilustrado





O que são textos narrativos?


"Um texto narrativo é uma forma de discurso que pode ser apresentada oralmente, por escrito ou por meio da relação entre o discurso e as ilustrações (o que é mais frequente nos livros de literatura infantil). A narrativa organiza-se em torno de uma situação inicial, que é transformada a partir das ações de um ou mais personagens, chegando a um clímax com conflito e finalizando com um desfecho. A trama de uma narrativa se desenvolve por meio de episódios que, por sua vez, são compostos de acontecimentos encadeados de forma causal. Os acontecimentos da trama se desenvolvem em um espaço e tempo, que juntos constituem o cenário da narrativa. Os personagens são fundamentais em uma narrativa, de modo que, sem eles, pode-se dizer que não há narração."
Caderno de estudos - TRILHAS para ler e escrever textos, (p. 10)

BNCC
  As práticas docentes que possibilitam o desenvolvimento das seguintes habilidades especificadas na Base Nacional Comum Curricular.
BNCC – Educação Infantil – Poéticos e narrativos - Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre os gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo à estratégia de observação gráfica e/ou leitura.
BNCC – Ensino Fundamental - Habilidades possíveis de serem trabalhadas com os alunos (em relação a leitura)
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.
(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.
(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.
(EF02LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, textos literários, de gêneros variados, desenvolvendo o gosto pela leitura.
(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.

Refletir sobre a importância da escola e do professor como mediador na formação do leitor literário

O que é livro ilustrado?
Existe atualmente no mercado editorial brasileiro um considerável aumento no volume de publicações de livros ilustrados. O termo livro ilustrado pode gerar equívocos, pois é possível pensar que são livros que apresentam ilustrações, o que é um erro de interpretação. Para compreender esse novo gênero da literatura, assista ao vídeo com as explicações de um grande ilustrador e especialista no assunto, Odilon Moraes, e de Carolina Moreyra, sua companheira na produção do livro Lá e aqui.

Leitura: A incapacidade de ser verdadeiro

fonte: Portal trilhas - leitura apreciativa

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

 Matemática na educação infantil

fonte:https://www.colaboraread.com.br/aluno/conteudoweb/index/2504105402?atividadeDisciplinaId=10563136

Ainda pequenas, as crianças constroem conhecimentos matemáticos durante a realização de suas atividades cotidianas. Esses conhecimentos variam muito de acordo com a cultura e o meio social aos quais elas pertencem. Tais conhecimentos constituem um interessante ponto de partida para novas aprendizagens, já que, segundo o artigo 29 da LDB de 1996 ([s.p.]), a educação infantil:

Citação

[...] tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Fonte: <https://goo.gl/12ErP1>. Acesso em: 13 out. 2016.

As crianças entram em contato com noções matemáticas quando ouvem e falam sobre números e também ao resolver pequenos problemas que envolvem:


Comparação

Agrupamento

Separação

Ordenação

As instituições de educação infantil são as responsáveis por articular as experiências adquiridas fora da escola com os conhecimentos matemáticos escolares e para isso precisam organizar situações que desafiem os saberes iniciais das crianças, ampliando-os e sistematizando-os, a fim de ajudá-las a organizarem melhor as suas informações e estratégias, bem como proporcionar condições para a aquisição de novos conhecimentos matemáticos.


Para Lorenzato (2006), o ensino da matemática na educação infantil deve aproveitar os conhecimentos e habilidades de que as crianças são portadoras e, ainda, explorar os três campos matemáticos: o espacial, das formas; o numérico, das quantidades; e o das medidas.

X

Três campos matemáticos

Para garantir o sucesso no aprendizado das crianças, Lorenzato (2006) sugere que o professor comece o trabalho com o desenvolvimento de noções básicas relacionadas aos três campos, como: grande/pequeno, maior/menor, grosso/fino; mais/menos, muito/pouco, igual/diferente; aberto/fechado, em cima/embaixo, direita/esquerda, entre outros.

Para trabalhar as noções matemáticas básicas, o professor pode propor que as crianças passem por um circuito de obstáculos no qual poderão experimentar essas noções. O circuito deve ser preparado com obstáculos altos e baixos, com túneis grandes e pequenos, possibilidades de passagem por cima e por baixo, pela direita e pela esquerda.

Circuito

O professor pode simplesmente solicitar que a criança percorra livremente esse circuito ou, então, direcionar o caminho a ser percorrido pela criança, com orientações como: “passar por cima” ou “passar pelo obstáculo mais baixo”.

Em termos de conteúdo, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) sugere que seja trabalhada com crianças de 0 a 3 anos a utilização da contagem oral, de noções de quantidade, de tempo e de espaço, em jogos, brincadeiras e músicas junto com o professor e nos diversos contextos nos quais as crianças reconheçam essa utilização como necessária.


O RCNEI sugere também a manipulação e a exploração de objetos e brinquedos, em situações organizadas, de forma a existirem quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar, dentre outras (BRASIL, 1998).

D-14 - A matemática na educação infantil - pressupostos para o trabalho ...

Fonte:https://www.blogger.com/blog-this.g?n=D-14+-+A+matem%C3%A1tica+na+educa%C3%A7%C3%A3o+infantil+-+pressupostos+para+o+trabalho+...&source=youtube&b=%3Ciframe+width%3D%22459%22+height%3D%22344%22+src%3D%22https://www.youtube.com/embed/uTAYlVXK9a4%22+frameborder%3D%220%22+allow%3D%22accelerometer;+autoplay;+encrypted-media;+gyroscope;+picture-in-picture%22+allowfullscreen%3E%3C/iframe%3E&eurl=https://i.ytimg.com/vi/uTAYlVXK9a4/hqdefault.jpg

 fonte:http://s3.amazonaws.com/cm-kls-content/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_MATEMATICA/U2/S3/index.html

Objetos e habilidades da unidade temática álgebra na educação infantil

Para compreendermos o processo de ensino-aprendizagem sobre álgebra, iniciaremos os nossos estudos identificando os objetos e habilidades da unidade temática álgebra na educação infantil.


Os objetos de conhecimento que tratam de álgebra sempre estiveram presentes no currículo de matemática nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, mas, com o advento da BNCC, o conjunto de conhecimentos algébricos passou também a ser considerado nos anos iniciais do ensino fundamental.


Isso se deve, em parte, aos resultados positivos de pesquisas acadêmicas que buscaram inserir conteúdos algébricos já nos primeiros anos da educação básica, pesquisas essas que têm sido divulgadas tanto em âmbito nacional quanto internacional, por meio de periódicos, dissertações, teses, entre outros.


De modo geral, tais pesquisas apresentam potencialidades nos processos de ensino‑aprendizagem em sala a respeito do componente curricular de matemática e buscam identificar “o que” e “como” explorar conteúdos relacionados à álgebra, à educação algébrica e ao pensamento algébrico desde os primeiros anos de escolarização.

Ao longo dos anos, o ensino de álgebra e o entendimento a respeito do que deve ser ensinado relacionado à álgebra, foi sendo modificado. Segundo Schelller, Bonotto e Viali (2016, p. 703) antes, a álgebra era restrita ao ensino de “simplificação de expressões algébricas, resolução de equações ou aplicação de regras para operar com símbolos” e o conhecimento algébrico na atualidade foca o desenvolvimento do pensamento algébrico e os significados atribuídos a ele.


No sentindo de atualizar o ensino de matemática para as demandas da sociedade, o National Council of Teachers of Mathematics (NCTM, 2000; 2007), um órgão responsável por incentivar e divulgar pesquisas no âmbito da educação matemática nos EUA, também tem incentivado o desenvolvimento do pensamento algébrico já nos primeiros anos da educação básica.


Estudos divulgados por Lins e Gimenez (1997), Kieran (2004), Schliemann, Carraher e Brizuela (2007), Kaput, Carraher e Blanton (2008) e Silva, Savioli e Passos (2015), dentre tantos outros, baseados no contexto histórico do desenvolvimento da álgebra, reforçam que o desenvolvimento do pensamento algébrico ocorra simultaneamente ao pensamento aritmético já nos primeiros anos da educação básica. Esse argumento decorre da própria caracterização de álgebra, pois, segundo o NCTM (2000, p. 37), a “[...] álgebra engloba as relações entre quantidades, o uso de símbolos, a modelagem de fenômenos, e a alteração do estudo matemático”.



Fonte: Shutterstock.

Tais relações entre quantidade são também desenvolvidas na Unidade Temática números já nos primeiros anos do ensino fundamental, por isso, o reforço em desenvolver em conjunto pensamento algébrico e pensamento aritmético. 

Objetos e habilidades da unidade temática álgebra nos anos iniciais do ensino fundamental

A respeito de como o ensino de álgebra foi se modificando com o passar dos anos, Kieran (2007) aponta que:


Álgebra não é apenas um conjunto de procedimentos envolvendo os símbolos em forma de letra, mas consiste também na atividade de generalização e proporciona uma variedade de ferramentas para representar a generalidade das relações matemáticas, padrões e regras. Assim, a álgebra passou a ser encarada não apenas como uma técnica, mas também como uma forma de pensamento e raciocínio acerca de situações matemáticas. 


(KIERAN, 2007, p. 5, tradução nossa).

De acordo com Blanton e Kaput (2005, p. 413) o pensamento algébrico pode ser caracterizado como um processo em que “[...] os estudantes generalizam ideias matemáticas a partir de um conjunto de casos particulares, estabelecem essas generalizações através de discurso argumentativo, e expressam-nas de formas progressivamente mais formais e adequadas à sua idade”. Para isso, durante esse processo, os alunos podem fazer uso de diferentes tipos de linguagem, tais como escrita, oral, gráfica entre outras.


Desse modo, o pensamento algébrico desenvolvido já nos anos iniciais da educação básica possibilita que os alunos compreendam padrões, consigam relacionar diferentes coleções de objetos utilizando objetos de conhecimento matemático, inclusive relações funcionais, e consigam analisar e representar situações-problema fazendo uso de símbolos algébricos.

Com relação aos documentos nacionais, podemos identificar nos Parâmetros Curriculares Nacionais de matemática que o ensino de álgebra era contemplado no eixo de números e operações e tinha como objetivo que os alunos: 


Soubessem utilizar representações algébricas para expressar generalizações a partir de operações aritméticas. 

Observassem regularidades em sequências numéricas. 

Compreendessem o conceito de incógnita e de variável a partir da dependência na variação entre grandezas. 

Analisassem e determinassem o valor numérico de expressões algébricas.

Contudo, o ensino de álgebra aparecia apenas a partir do 7º ano do ensino fundamental, não havendo qualquer indício de desenvolvimento do pensamento algébrico ou de habilidades algébricas anterior a esse ano de escolarização.


A evolução da unidade temática álgebra na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental

Com a implementação da Base Nacional Comum Curricular, a álgebra passou a ser uma das unidades temáticas de ensino do componente curricular de matemática em toda a etapa do ensino fundamental. Com isso, foram incluídas habilidades a serem desenvolvidas com os alunos do 1º ao 9º ano. Além disso, o foco do ensino dessa UT do 1º ao 5º ano é o desenvolvimento do pensamento algébrico, e não o saber determinar mecanicamente operações algébricas.


Ainda, os objetos de conhecimento da álgebra, nos anos iniciais do ensino fundamental, focam em perceber e estabelecer padrões e regularidades, nas propriedades de operações e no conceito de igualdade, em estabelecer ideias de proporcionalidade e equivalência, entre outros.

Contudo, nessa etapa, não se devem utilizar letras para expressar regularidades, mesmo que sejam simples. Também é possível identificar relações entre as unidades temáticas álgebra e números, principalmente ao explorar com os alunos sequências, tanto no trabalho de determinar os termos ausentes de uma sequência como em escrever sua regra de formação.


Já as noções de equivalência podem ser desenvolvidas a partir de atividades de reconhecimentos, tais como: 


Se 4 + 5 = 9 e 9 = 6 + 3, então 4 + 5 = 6 + 3.

Atividades desse tipo têm a função de levar o aluno a perceber que o sinal de igualdade não é apenas para expressar o resultado de uma operação. Nesse sentido, é possível desenvolver um pensamento algébrico funcional, explorando noções intuitivas de funções com os alunos ao propor que resolvam situações-problema que envolvam uma variação proporcional direta entre duas grandezas, sem que seja necessário utilizar a regra de três.


Na educação infantil, os objetos de conhecimento e habilidades do componente curricular de matemática se concentram no Campo de Experiências (CE): “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”, por isso, não há habilidades específicas para o desenvolvimento de objetos de conhecimento algébricos, mas na BNCC há habilidades nesse CE que desenvolvem simultaneamente mais do que uma unidade temática.


Nessa etapa da educação básica, as crianças pequenas primeiro começam a aprender a respeito dos números baseados em permanência de objetos. Quando já conseguem ter noção da existência de objetos, passam então para identificar quantidades de um mesmo objeto.


Desse modo, a ideia de número é elaborada e desenvolvida com os alunos a partir da ideia de número para expressar quantidades. As crianças vão aprendendo a agrupar e a contar quantidades de objetos.


Assim, as crianças estabelecem correspondências físicas entre os conjuntos com diferentes materiais e mesma quantidade e podem generalizar para desenvolver a correspondência um a um.

Nessa etapa é possível identificar duas habilidades propostas pela Base Nacional Comum Curricular que permitem explorar e devolver o pensamento algébrico com os alunos, que são as habilidades EI03ET07 e EI02ET08. Na Base (BRASIL, 2018), elas são enunciadas como:


(EI03ET07): relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em uma sequência.


(EI02ET08): registrar com números a quantidade de crianças (meninas e meninos, presentes e ausentes) e a quantidade de objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros etc.). 


(BRASIL, 2018, p. 52, grifos do autor)

A avaliação da unidade temática álgebra na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental

No primeiro ano do ensino fundamental há duas habilidades relacionadas a Unidade Temática álgebra que parecem relacionar-se como evolução das habilidades da educação infantil que exploram conceitos de álgebra, são as habilidades EF01MA09 e EF01MA10. Segundo a Base (BRASIL, 2018) elas são enunciadas como:


(EF01MA09): organizar e ordenar objetos familiares ou representações por figuras, por meio de atributos, tais como cor, forma e medida.


(EF01MA10): descrever, após o reconhecimento e a explicitação de um padrão (ou regularidade), os elementos ausentes em sequências recursivas de números naturais, objetos ou figuras. 


(BRASIL, 2018, p. 279)

Com isso, para avaliar os alunos nessas primeiras etapas da educação básica, deve-se levar em consideração que a ênfase é que os alunos desenvolvam o pensamento algébrico e estabeleçam significados para objetos de conhecimento algébricos. Isso pode ser evidenciado quando os alunos compreendem e representam relações entre grandezas, equivalências, variação, interdependência e proporcionalidade.

Os alunos devem, ao final do 5º ano do ensino fundamental, conseguir perceber regularidades e padrões em sequências numéricas e não numéricas, para que possam analisar e resolver problemas cujo valor é desconhecido de antemão, mas que os procedimentos e análises façam sentido para os alunos e não se reduzam a uma memorização de procedimentos.


Além disso, ao longo dos cinco anos iniciais do ensino fundamental, cabe ao professor avaliar continuamente se os alunos estão desenvolvendo o pensamento algébrico. Para isso, deve-se verificar se os alunos conseguem perceber regularidades, generalizar padrões e entender propriedades de igualdade.


Como os objetos de conhecimento e habilidades de cada UT não devem ser trabalhados de maneira estanque, é importante que o professor avalie se os alunos conseguem estabelecer articulação entre as UTs números e álgebra, quando exploram sequências numéricas (como as tabuadas) e noções de equivalência (por exemplo: 3 + 3 = 5 + 1).


Por fim, na educação infantil, a avaliação permite ao professor verificar o quanto cada aluno conseguiu desenvolver das habilidades propostas no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. Deve proporcionar ao professor reavaliar as atividades propostas e replanejar suas práticas. A avaliação nesses primeiros anos deve ser a partir de diferentes registros, tais como orais e por desenhos.

 


"A respeito da avaliação contínua, em toda a educação infantil, o pedagogo deve verificar se os alunos conseguem identificar e registrar quantidades utilizando diferentes registros, tais como escrito com algarismos, por desenhos e oralmente.Aprendizagem da Matemática"


O processo de ensino-aprendizagem sobre números

fonte:Aprendizagem da Matemática.http://s3.amazonaws.com/cm-kls-content/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_MATEMATICA/U2/S2/index.html


O processo de ensino-aprendizagem sobre números

Objetos e habilidades da unidade temática números na educação infantil

Para entendermos a respeito do processo de ensino-aprendizagem sobre números, iniciaremos os nossos estudos compreendendo os objetos e habilidades da unidade temática números na educação infantil. A Base Nacional Comum Curricular propõe o ensino-aprendizagem pautado no desenvolvimento de competências ao longo de toda a educação básica. Sendo assim, o documento apresenta competências gerais a todos os componentes curriculares e também competências específicas para o ensino de matemática.

Para desenvolver tais competências específicas desse componente curricular, a BNCC organizou a educação infantil em cinco campos de experiências:

“O eu, o outro e o nós”.

“Corpo, gestos e movimento”.

“Traços, sons, cores e formas”.

“Escuta, fala, pensamento e imaginação”.

“Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”.Cada campo de experiência tem objetivos de aprendizagem que são organizados por três faixas etárias: 


Bebês (de zero a um ano e seis meses).

Crianças bem pequenas (de um ano e sete meses a três anos e onze meses).

Crianças pequenas (de quatro anos a cinco anos e onze meses).


No Ensino Fundamental, a Matemática está estruturada em cinco unidades temáticas: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas e probabilidade e estatística. Elas estão, estruturadas em diferentes habilidades que devem ser exploradas do primeiro ao quinto ano.

Ainda que a organização do desenvolvimento de habilidades na educação infantil e no ensino fundamental sejam diferentes na BNCC, é possível identificarmos no campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”, na educação infantil, o incentivo a desenvolver conhecimentos matemáticos. Assim, na tabela a seguir, apresentamos as habilidades dessa etapa de ensino que estão relacionadas à UT números.


Habilidades da educação infantil relacionadas à UT números

Habilidade

Relação com a unidade temática números

Comentários

Fazer contagem oralmente em diversas situações.

As crianças bem pequenas começam a entender o sistema numérico a partir de suas interações com pessoas e objetos à sua volta.

Nesse caso, é preciso propiciar situações em que ele possa fazer contagem, como em jogos de percurso simples, movendo a peça de acordo com a quantidade sorteada em um dado, ou ainda brincar de cantigas de roda que tratem de sequência numérica.


Relacionar números a quantidades.

As crianças pequenas constroem o conceito de número nesta fase a partir da visualidade e do concreto. Depois que conseguem distinguir os objetos à sua volta, as crianças começam a registrar suas quantidades.

Nessa situação é importante deixar que as crianças brinquem com diferentes materiais e que os organizem em grupos para contá-los.


Registrar com algarismos quantidades.

As crianças bem pequenas gostam de realizar a contagem de objetos em situações lúdicas.

Nesse caso, é preciso propor às crianças situações em que possam contar, recitar sequências numéricas e serem incentivadas a registrar quantidades utilizando desenhos e algarismos.

Fonte: adaptado de Brasil (2018).


Objetos e habilidades da unidade temática números nos anos iniciais do ensino fundamental

Segundo a BNCC, no ensino fundamental, o objetivo da unidade temática números é:


[...] desenvolver o pensamento numérico, que implica o conhecimento de maneiras de quantificar atributos de objetos e de julgar e interpretar argumentos baseados em quantidades. No processo da construção da noção de número, os alunos precisam desenvolver, entre outras, as ideias de aproximação, proporcionalidade, equivalência e ordem, noções fundamentais da Matemática. Para essa construção, é importante propor, por meio de situações significativas, sucessivas ampliações dos campos numéricos. No estudo desses campos numéricos, devem ser enfatizados registros, usos, significados e operações. 


(BRASIL, 2018, p. 268).

Assim, nos anos iniciais do ensino fundamental o trabalho com números visa desenvolver nos alunos a capacidade de resolverem problemas envolvendo números naturais e racionais, atribuindo diferentes significados às operações, e a capacidade de conseguir argumentar, analisar e justificar os procedimentos que utilizaram para resolver os problemas e o resultado que obtiveram.


Além disso, no trabalho com essa UT, pretende-se desenvolver com os alunos o uso de diferentes estratégias de cálculo, como o cálculo por estimativa, o cálculo mental, utilizando algoritmos, calculadora, ferramentas gráficas e softwares.


O trabalho com essa unidade temática nos cinco primeiros anos do ensino fundamental também busca desenvolver habilidades relacionadas à leitura, à escrita e à ordenação dos números a partir da identificação de características do sistema de numeração decimal, com ênfase na noção de valor posicional dos algarismos.


Para ampliar e desenvolver a construção da ideia de número, a Base Nacional destaca a importância de se propor aos alunos tarefas envolvendo medidas e que busquem explorar tanto números naturais quanto números racionais (decimais e fracionários).


A evolução da unidade temática números na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental

Ao falar da evolução do trabalho com a matemática na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a BNCC indica que:


A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo. 


(BRASIL, 2018, p. 53, grifos do autor).

Assim, o documento nacional aponta para a necessidade de se elaborarem portfólios, relatórios e outros registros a respeito das experiências vividas pelos alunos na primeira etapa da educação básica, contribuindo para que os professores dos anos iniciais do ensino fundamental conheçam o histórico dos alunos para dar continuidade e ampliar os conhecimentos já experienciados.

Desse modo, nos primeiros anos do ensino fundamental deve-se retomar as experiências já vividas pelos alunos para sistematizar as noções e conhecimentos matemáticos que eles já têm.


Fonte: Shutterstock.

O ensino de números na educação infantil deve capacitar os alunos, ao concluírem essa etapa da educação básica, a poder identificar e registrar quantidades fazendo uso de diferentes maneiras de representação, como escrita, oral, por desenhos, utilizando algarismos, entre outras.

Já no ensino fundamental, as habilidades desenvolvidas com os alunos não ficam restritas a conteúdos aritméticos envolvendo as quatro operações básicas, mas retomam, entre outros, conteúdos de contagem e a ideia de número, construídos na etapa anterior, para aprofundá-los e superá-los.

Ainda nessa etapa, são considerados os objetos de conhecimento: 


Contagem (ascendente e descendente, indicar quantidades, ordens ou códigos para organizar informações).

Leitura, escrita e comparação de números naturais e racionais (representados por frações e por números decimais finitos) até a sexta ordem.

Representação de números naturais e racionais na reta numérica.

Construir fatos básicos da adição, da subtração, da multiplicação e da divisão.

Resolver situações-problema envolvendo as quatro operações.

Para facilitar a transição entre as etapas de ensino, a BNCC propõe um equilíbrio nas mudanças que serão inseridas, como avaliar e explorar somente aquilo que o aluno é ou não capaz de fazer, dando a ele a ideia de continuidade dos conteúdos já estudados, e não conhecimentos matemáticos fragmentados e desconexos.

Desse modo, deve-se prezar por um ensino-aprendizagem dos significados dos objetos matemáticos e suas aplicações fazendo, para isso, uso de diferentes recursos didáticos, que, segundo a BNCC (BRASIL, 2018, p. 298), incluem “[...] malhas quadriculadas, ábacos, jogos, livros, vídeos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de geometria dinâmica”.


A avaliação da unidade temática números na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental 

Outro aspecto relevante a ser considerado no ensino-aprendizagem de números é a avaliação da aprendizagem identificando no que o aluno avançou e no que ele tem dificuldades. Para isso, deve-se considerar a avaliação de maneira contínua e diversificada em sala de aula e faz-se necessário também considerar os conhecimentos prévios que o aluno tem para traçar objetivos a serem desenvolvidos no ensino-aprendizagem em sala de aula.



Fonte: Shutterstock.

Assim, pode-se fazer uso da avaliação individual, em grupo, oral, por registros escritos ou desenhos para que seja possível identificar o desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos, considerando os três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa.

Já nos anos iniciais do ensino fundamental, o pedagogo deve avaliar, à medida que os objetos de conhecimento progridem nos cinco anos dessa etapa, se os alunos são capazes de elaborar e resolver situações-problema que envolvam tanto números naturais quanto números racionais (na representação fracionária e na representação decimal finita), evolvendo significados diferentes para cada operação, tais como juntar, repartir, dobro, separar, partes de um todo, entre outras.


Além disso, com o passar dos anos, os alunos devem saber justificar os procedimentos que utilizam para resolver situações-problema, argumentando a partir das propriedades das operações vistas nesses cinco anos de escolarização. E o pedagogo deve verificar também se os alunos desenvolvem estratégias de cálculo mental, por estimativas, utilizando calculadora ou fazendo o uso de algoritmos para resolver situações-problema.


Fonte: Shutterstock.

Concluindo o quinto ano, os alunos devem ser capazes de ler, escrever e ordenar tanto números naturais quanto números racionais, fazendo o uso de argumentos construídos a partir de características do sistema de numeração decimal, em especial considerando o valor posicional dos algarismos.

Por fim, a avaliação da unidade temática números deve considerar, entre outros aspectos, que o aluno conheça maneiras de quantificar características de objetos, analisar situações envolvendo quantidades e desenvolver ideias de aproximação, proporcionalidade, equivalência e ordem.

Vimos as características de unidade temática, objetos de conhecimento e habilidades, segundo a BNCC; conhecemos maneiras de explorar a unidade temática números na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; e identificamos possibilidades de avaliar a aprendizagem da unidade temática números nas duas etapas iniciais da educação básica.

Fonte: Shutterstock

 Seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil. Segundo a BNCC, são eles:

Fonte:http://s3.amazonaws.com/cm-kls-content/201902/INTERATIVAS_2_0/APRENDIZAGEM_DA_MATEMATICA/U2/S1/index.html

1-Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)

2-Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)

3-Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)

4-Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)

5-Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)

6-Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)

 A matemática nos anos iniciais

Jogos e situações-problema

Semelhanças e diferenças

Classificação, ordenação e seriação

Correspondências e agrupamentos

Conjuntos

Números e quantidades

Aprendizagem da Matemática



Competências gerais e específicas para o ensino de matemática

A matemática na educação infantil

Veremos brevemente a seguir, o processo histórico da consolidação da matemática na educação infantil. Na sequência, estudaremos sobre o letramento matemático, a matemática e as competências gerais dos anos iniciais do ensino fundamental e as competências específicas da matemática na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.

Para entendermos os objetivos da matemática nos primeiros anos de formação das crianças, é preciso entendermos de maneira geral o modo como se consolidou a educação infantil em nosso país, pois a educação infantil era, até o final da década de 1980, denominada como educação “pré-escolar” e, por não ser obrigatória, era tida como uma etapa preparatória a educação formal. 

1988 / 1996

Com o advento da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) (BRASIL, 1996), promulgada em 1996, a educação “pré-escolar”, passa a integrar a educação básica e a ser também uma obrigação do Estado garantir que todos tenham acesso a essa etapa de formação.

2006

Em 2006, há uma alteração nas LDBEN que muda de oito para nove anos a etapa do ensino fundamental e, com isso, a educação infantil passa a atender alunos entre 0 e 5 anos e 11 meses.

2009 / 2013

Com a Emenda Constitucional nº 59/2009 (BRASIL, 2009), e posteriormente com uma emenda nas LDBEN em 2013 (BRASIL, 2013), que a educação básica torna-se obrigatória dos 4 anos aos 17 anos.

Considerando esse histórico, podemos perceber que a orientações para o trabalho com crianças antes de ingressarem nos anos iniciais do ensino fundamental foi sendo sistematizado e formalizado com o passar dos anos.

As DCNEI estabeleceram os eixos estruturantes das práticas pedagógicas da Educação infantil: interações e brincadeira. 

Tendo apresentado esses dois eixos estruturantes das práticas pedagógicas, a BNCC propõe que eles sejam desenvolvidos a partir da garantia de seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil. Segundo a BNCC, são eles:


Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. (BRASIL, 2018, p. 38, grifos do autor)


Fonte: Shutterstock.

No que se refere à matemática, para que sejam garantidos tais direitos da criança, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) (BRASIL, 1998) já apontava que:

• A abordagem da Matemática na educação infantil tem como finalidade proporcionar oportunidades para que as crianças desenvolvam a capacidade de:


• Estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações espaciais etc. [...]


• Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano;


• Comunicar ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas a quantidades, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática;


• Ter confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos prévios. 


(BRASIL, 1998, p. 215).

Nesse sentido, a BNCC corrobora o RNCEI argumentando que, por meio de experiências, as crianças constantemente se deparam com situações relacionadas a conhecimentos matemáticos, tais como: contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, grandezas e medidas, identificação de figuras geométricas planas e espaciais, reconhecimento de numerais ordinais e cardinais, entre outros (BRASIL, 2018).


Ou seja, na educação infantil, é necessário que os alunos experienciem situações cotidianas em que a matemática se insere. Para isso, faça uso de observação, materiais manipuláveis (tais como ábaco, material dourado, escala de cuisenaire), de investigação e de noções de localização, de elaboração de hipóteses e pesquisas para o estudo da matemática, a partir do estímulo da curiosidade e de questionamentos. 

O letramento matemático

Nesses primeiros anos de formação, as crianças passam por muitas mudanças durante seu desenvolvimento que impactam diretamente suas relações consigo mesmas, com as pessoas a sua volta e com o seu entendimento de mundo. Por isso, as aulas de matemática devem promover interações com o espaço, com a sociedade e com cultura em que os alunos estão inseridos, além de explorarem as múltiplas maneiras de linguagens, como a escrita, a oral, a visual e a linguagem matemática.


Deve-se ampliar o desenvolvimento da oralidade, da percepção do mundo a sua volta, da compreensão e da representação de informações com o objetivo de favorecer a alfabetização e o letramento matemático. Para isso, pode-se fazer uso de signos matemáticos, manifestações artísticas, Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

A matemática e as competências gerais dos anos iniciais do ensino fundamental 

Percebemos que, cada vez mais, tem se tornado uma necessidade que os indivíduos de nossa sociedade desenvolvam conhecimentos e habilidades utilizadas para interpretação e análise crítica de uma gama de informações expostas todos os dias às pessoas, frequentemente de maneira instantânea. Por isso, são propostas diretrizes de ensino já para os primeiros anos de formação das crianças de modo que desenvolvam competências e habilidades para interpretar e explorar as tecnologias digitais de informação e comunicação.


Fonte: Shutterstock.

Assim, os conhecimentos matemáticos devem ser entendidos como uma maneira de proporcionar aos alunos a participação ativa na sociedade em que estão inseridos, pois tais conhecimentos fornecem às crianças ferramentas que possibilitam o desenvolvimento de estratégias para resolver problemas, comprovar e analisar resultados, entre tantas outras possibilidades.


Nesse caminho, a BNCC propõe o desenvolvimento de uma educação integral, que pode ser entendida como uma educação em que os diferentes componentes curriculares são articulados, opondo-se ao paradigma da fragmentação e do ensino estanque.

Desse modo, o ensino-aprendizagem deve ser desenvolvido a partir de situações da vida real do aluno, que tenham sentido em seu cotidiano. Para isso, a BNCC tem como um dos pilares pedagógicos que os conteúdos propostos nos currículos sejam desenvolvidos por meio de competências e habilidades.


Segundo a BNCC:


[...] competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. 


(BRASIL, 2018, p. 8).

A Base Nacional Comum Curricular, embasada em princípios éticos, sociais, políticos e culturais, propõe o desenvolvimento de dez competências gerais que deverão ser desenvolvidas durante a educação básica. Tais competências relacionam-se entre si e entre todos os componentes curriculares. Assim, o ensino pautado no desenvolvimento dessas competências permite estabelecer uma educação integral, por meio do desenvolvimento de habilidades em cada componente curricular.


Competências específicas da matemática na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental

Além das competências gerais, existem competências específicas das diferentes áreas de conhecimento (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza) e competências específicas de componentes curriculares (língua portuguesa, arte, educação física, língua inglesa, geografia e história).


É fazendo o uso de tais competências, gerais e específicas, que se busca desenvolver o letramento matemático no ensino fundamental. 


Por fim, podemos entender que é o letramento matemático que possibilita aos alunos entenderem a importância dos conhecimentos matemáticos para compreenderem e inserirem-se no mundo desenvolvendo raciocínio lógico, crítico, investigativo e entendendo que a matemática pode ser prazerosa de se aprender.

 O conhecimento matemático visa contribuir para uma educação integradora, possibilitando que os alunos desenvolvam um senso de investigação e formulação de perguntas para que eles consigam reconhecer a matemática inserida em situações cotidianas. Além disso, possibilita também explorar e interpretar diferentes tipos de linguagens, em especial a linguagem matemática.

 Flávia Pizzirani  - Unopar - 2020-A educação matemática no Brasil

Estudar a história da matemática é a mesma coisa que estudar a história do ensino de matemática?A resposta é não. Estudar a história da educação matemática não se resume em estudar a história da matemática ou em se estudar as políticas e os projetos educacionais ao longo do tempo. Esse estudo deverá envolver o conhecimento histórico das práticas pedagógicas dos professores e de como essa prática vem se modificando ao longo do tempo.

A primeira escola a se instalar no Brasil foi a jesuíta, que chegou ao país por volta de 1550, instalando-se primeiramente em Salvador. Nessas escolas, havia pouco espaço para o conhecimento matemático, visto que o objetivo principal era a formação em humanidades clássicas (GOMES, 2012).

Com a saída dos jesuítas do Brasil em 1759 em decorrência de uma ordem do Marquês de Pombal, a educação sofreu uma grande perda no país, visto que restaram apenas poucas escolas, que eram dirigidas por outras ordens religiosas, além de instituições de ensino militar.

Durante o Brasil Imperial, a matemática estava presente no ensino das primeiras letras, que para os meninos consistia em “ler, escrever, as quatro operações aritméticas, frações ordinárias, decimais e proporções, noções gerais de geometria, gramática da língua nacional, moral cristã e doutrina católica” (GOMES, 2012, p.15).


Vamos conhecer as datas de destaque para a matemática no Brasil:


1550 – Escola Jesuíta

1759 – Saída dos jesuítas

1772 – Aula Régia

1808 – Escolas de Engenharia

1831 – Colégio Pedro II

1890 – Reforma Benjamin Constant


Observe a seguir as datas de destaque a partir de 1900:


1920 – Escola Nova

1931 – Reforma Francisco Campos

1950 – Movimento da  Matemática Moderna

1970 – Abandono da geometria

1985 – Mudanças no ensino de matemática

1996 – Lei de Diretrizes e Bases


Os principais conceitos desenvolvidos na Grécia Helênica.


Matemática Pitagórica:  


Teorema de Pitágoras

Grandezas irracionais

Identidades algébricas

Resolução geométrica de equações quadráticas

Identidades algébricas

Transformação de áreas

Sólidos regulares


Matemática de Tales a Euclides: 


Instrumentos de Euclides

Duplicação do cubo

Trissecção do ângulo

Quadratura do círculo


Matemática Pitagórica:  


Teorema de Pitágoras

Grandezas irracionais

Identidades algébricas

Resolução geométrica de equações quadráticas

Identidades algébricas

Transformação de áreas

Sólidos regulares


 Entre as várias tendências em educação matemática, podem-se citar seis delas.

fonte :Unopar 2020


Resolução de problemas – essa metodologia desenvolve no aluno a capacidade de utilizar seus conhecimentos, juntamente com as informações fornecidas, para solucionar um problema. Ela desenvolve no aluno a criatividade, o senso crítico, a capacidade de resolver situações desafiadoras, de interagir entre os pares e de desenvolver a comunicação.

Modelagem matemática – o uso de modelos matemáticos reais como metodologia de ensino instiga o aluno a investigar situações reais. Nessa metodologia, uma situação-problema é trazida do cotidiano para estudo e discussão, no intuito de formalizar um modelo, motivando os alunos à produção do conhecimento matemático e colaborando para a formação de um sujeito crítico reflexivo quanto ao papel da matemática na sociedade.

Etnomatemática – essa metodologia considera os saberes matemáticos adquiridos em ambiente não escolar para desenvolver os conhecimentos escolares. Conhecer o ambiente sociocultural do aluno é parte fundamental para o desenvolvimento dessa metodologia.

História da matemática -  o uso da história da matemática em sala de aula pode despertar nos alunos o interesse pelos matemáticos famosos, auxiliá-los a relacionar etapas da história da matemática com a evolução da humanidade e também promover a arte da descoberta e o seu método.

Jogos matemáticos – os jogos matemáticos aliam a atividade lúdica com a aprendizagem, despertando no aluno o interesse pelo assunto. Eles criam situações que permitem ao aluno desenvolver métodos de resolução de problemas e estimulam a sua criatividade num ambiente desafiador e ao mesmo tempo gerador de motivação.

Uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) -  O uso das TIC como suporte às aulas de matemática possibilitam que os alunos deixem de desempenhar um papel apenas de “coadjuvante” para exercer um papel de “colaborador” em todo o processo de ensino e aprendizagem, pois ela torna o aprendizado mais dinâmico, possibilitando uma interação maior entre alunos e professores.

 Aprendizagem da Matemática

As orientações para o ensino da matemática no Brasil

A necessidade de se repensar a forma de se ensinar matemática tem provocado, desde a década de 1990, muitos estudos, pesquisas, práticas e debates sobre o assunto.

Grupos de pesquisa ligados a universidades e a outras instituições brasileiras desenvolveram inúmeros trabalhos e propostas curriculares visando repensar o ensino dessa disciplina, de modo a reduzir as dificuldades ligadas à sua aprendizagem.

A matemática possibilita a resolução de problemas da vida cotidiana, tendo muitas aplicações no mundo do trabalho e sendo essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares, por isso seu papel é fundamental para o exercício da cidadania.

Para Blumenthal ([s.d.]), os PCNs fazem várias sugestões de alteração no ensino da matemática, entre elas:

A eliminação do ensino mecânico da matemática

A avaliação como processo contínuo no fazer pedagógico

O uso de recursos didáticos (calculadoras, computadores, jogos) durante todo o ensino fundamental

A ênfase ao trabalho em pequenos grupos em sala de aula

A revisão dos conteúdos propriamente ditos

O revigoramento do cálculo mental, em detrimento da matemática do ''papel e lápis''

A iniciação de forma sistematizada em matemática deve acontecer quando a criança se aproxima dos 6 anos de idade, quando a enorme curiosidade e a vontade de aprender possibilitam uma progra­mação mais dirigida às diversas áreas do conhecimento (CAMPOS, 2009).

Para Corsino (2009), é preciso encorajar as crianças dos anos iniciais da educação fundamental a “identificar semelhanças e diferenças entre diferentes elementos, classificando, ordenando e se­riando; a fazer correspondências e agrupa­mentos; a comparar conjuntos; a pensar sobre números e quantidades de objetos quando estes forem significativos para elas, operando com quantidades e registrando as situações-problemas (inicialmente de forma espontânea e, posteriormente, usando a lin­guagem matemática). É importante que as atividades propostas sejam acompanhadas de jogos e de situações-problemas e que promovam a troca de ideias entre as crian­ças” (CORSINO, 2009, p. 45).

A matemática nos anos iniciais

Jogos e situações-problema

Semelhanças e diferenças

Classificação, ordenação e seriação

Correspondências e agrupamentos

Conjuntos

Números e quantidades

Para Ferreira e Freitas (2014), a preparação oferecida nos cursos de Pedagogia e de Licenciatura em Matemática é frágil no que diz respeito ao aprofundamento das teorias pedagógicas e do conteúdo da própria matemática, o que acarreta prejuízo incalculável no desenvolvimento dos alunos.

Para os autores, é preciso difundir e aprofundar a discussão sobre o ensino e a aprendizagem de conceitos matemáticos, fundamentada na perspectiva desenvolvimental, na formação inicial dos professores.


Ferreira e Freitas (2014) defendem “uma revisão urgente e profundamente crítica da política de formação de professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental que hoje está vigente em nosso país. Caso isso não ocorra, permaneceremos ainda por muitas décadas assistindo o baixo desempenho de nossos alunos nas avaliações externas e internacionais de matemática, mas, sobretudo, o prejuízo de formação e de desenvolvimento que os estudantes levam para sua vida como cidadãos na sociedade” (FERREIRA; FREITAS, 2014, p. 549).


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 Aprendizagem da Matemática

A educação matemática no Brasil

Estudar a história da matemática é a mesma coisa que estudar a história do ensino de matemática?A resposta é não. Estudar a história da educação matemática não se resume em estudar a história da matemática ou em se estudar as políticas e os projetos educacionais ao longo do tempo. Esse estudo deverá envolver o conhecimento histórico das práticas pedagógicas dos professores e de como essa prática vem se modificando ao longo do tempo.


A primeira escola a se instalar no Brasil foi a jesuíta, que chegou ao país por volta de 1550, instalando-se primeiramente em Salvador. Nessas escolas, havia pouco espaço para o conhecimento matemático, visto que o objetivo principal era a formação em humanidades clássicas (GOMES, 2012).

Com a saída dos jesuítas do Brasil em 1759 em decorrência de uma ordem do Marquês de Pombal, a educação sofreu uma grande perda no país, visto que restaram apenas poucas escolas, que eram dirigidas por outras ordens religiosas, além de instituições de ensino militar.

Durante o Brasil Imperial, a matemática estava presente no ensino das primeiras letras, que para os meninos consistia em “ler, escrever, as quatro operações aritméticas, frações ordinárias, decimais e proporções, noções gerais de geometria, gramática da língua nacional, moral cristã e doutrina católica” (GOMES, 2012, p.15).

Com a criação do Imperial Colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1831, os alunos passaram a ter acesso às disciplinas de Aritmética, Álgebra, Geometria e Trigonometria. Nessa época, o público do colégio era constituído pela elite econômica masculina do país.Clique na imagem para observar o colégio atualmente.

Colégio Pedro II e Igreja de São Joaquim (1856). O templo foi demolido na reforma de Pereira Passos (1904).

Fonte: https://goo.gl/6cqBCV. Acesso em: 21 jun. 2017.

Vamos conhecer as datas de destaque para a matemática no Brasil:


1550 – Escola Jesuíta

1759 – Saída dos jesuítas

1772 – Aula Régia

1808 – Escolas de Engenharia

1831 – Colégio Pedro II

1890 – Reforma Benjamin Constant

Observe a seguir as datas de destaque a partir de 1900:


1920 – Escola Nova

1931 – Reforma Francisco Campos

1950 – Movimento da  Matemática Moderna

1970 – Abandono da geometria

1985 – Mudanças no ensino de matemática

1996 – Lei de Diretrizes e Bases

Entre as várias tendências em educação matemática, podem-se citar seis delas. Explore a galeria para conhecê-las.


Resolução de problemas – essa metodologia desenvolve no aluno a capacidade de utilizar seus conhecimentos, juntamente com as informações fornecidas, para solucionar um problema. Ela desenvolve no aluno a criatividade, o senso crítico, a capacidade de resolver situações desafiadoras, de interagir entre os pares e de desenvolver a comunicação.


Modelagem matemática – o uso de modelos matemáticos reais como metodologia de ensino instiga o aluno a investigar situações reais. Nessa metodologia, uma situação-problema é trazida do cotidiano para estudo e discussão, no intuito de formalizar um modelo, motivando os alunos à produção do conhecimento matemático e colaborando para a formação de um sujeito crítico reflexivo quanto ao papel da matemática na sociedade.


Etnomatemática – essa metodologia considera os saberes matemáticos adquiridos em ambiente não escolar para desenvolver os conhecimentos escolares. Conhecer o ambiente sociocultural do aluno é parte fundamental para o desenvolvimento dessa metodologia.


História da matemática -  o uso da história da matemática em sala de aula pode despertar nos alunos o interesse pelos matemáticos famosos, auxiliá-los a relacionar etapas da história da matemática com a evolução da humanidade e também promover a arte da descoberta e o seu método.


Jogos matemáticos – os jogos matemáticos aliam a atividade lúdica com a aprendizagem, despertando no aluno o interesse pelo assunto. Eles criam situações que permitem ao aluno desenvolver métodos de resolução de problemas e estimulam a sua criatividade num ambiente desafiador e ao mesmo tempo gerador de motivação.


Uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) -  O uso das TIC como suporte às aulas de matemática possibilitam que os alunos deixem de desempenhar um papel apenas de “coadjuvante” para exercer um papel de “colaborador” em todo o processo de ensino e aprendizagem, pois ela torna o aprendizado mais dinâmico, possibilitando uma interação maior entre alunos e professores.


Segundo D´Ambrósio,


“a descontextualização da matemática é um dos maiores equívocos da Educação moderna, o que efetivamente se constata é que a mesma matemática é ensinada em todo o mundo, com algumas variantes que são bem mais estratégias para se atingir um conteúdo universalmente acordado como devendo ser a bagagem de toda criança que passa por um sistema escolar.” (1996, p.7)


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