TEXTO NARRATIVO
•• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
dos fatos.
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
heroína, personagem principal da história.
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota-
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
contracena em primeiro plano.
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-
ção.
O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen-
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações
perante os acontecimentos.
•• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o
desenlace ou desfecho.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte-
resses entre as personagens.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.
•• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici-
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê-
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central,
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela-
cionados ao principal.
•• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
narrativo.
•• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa-
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos,
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
to que aconteceu depois.
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
espírito.
•• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já disse-
mos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
zado por :
-- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
-- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrati-
va que é feito em 1a pessoa.
-- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aqui-
lo que é observável exteriormente no comportamento da persona-
gem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é
um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
•• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apre-
sentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a
história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em
1a pessoa ou 3a pessoa.
Formas de apresentação da fala das perrsonagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
três maneiras de comunicar as falas das personagens.
•• Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
vés do diálogo.
Exemplo:
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verd- - - a-
de. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaaval a cidaade
é do povo e de ninguém mais”.
No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
•• Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
xemplo:
“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passaados, os
meus primeiros passos em liberdade, a fraaternidade que nos re- - - u-
nia naquele momento, a minha literatura e os meenos sommbrios por
vir”.
•• Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
Exemplo:
“Os trabalhadores passavam para os partidos, converrsando alto.
Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares,
ddeeram--me bons--dias desconfiados. Talvez pensassem que est- - - i-
vesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora , sem
fazer nada de caabeça no tempo, um branco de pés no chão como
eles? Só sendo doido mesmo”.
(José Lins do Reego)
TEXTO DESCRITIVO
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
unificada.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
pouco.
Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Língua Portuguesa A Opção Certa Para a Sua Realização
3
•• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
•• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
cial e econômico .
•• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o ob-
servador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para
depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes
mais típicas desse todo.
•• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos am-
bientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visu-
alização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típi-
cos.
•• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um
incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
•• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais
da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário
mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É pre-
dominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer con-
vencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos,
a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques-
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
do o contexto.
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
•• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamen-
tais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva
da definição do ponto de vista do autor.
•• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan-
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
sencadeia a conclusão.
•• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in-
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese
e opinião.
-
Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é
a obra ou ação que realmente se praticou.
-
Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
-
Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou de-
saprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos
descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
respeito de algo.
Ótima postagem sobre os elementos do texto narrativo. Muito bem explicado. Vou usar essas informações com meus alunos!
ResponderExcluirObrigada, Jorge pela visita.Fico feliz que gostou da nossa postagem.Fique a vontade para compartilhar com seu alunos.Aproveite para compartilhá-lo com seus alunos.
ResponderExcluir