Aspectos
pedagógicos
Didática,
algumas concepções filosóficas e ensino aprendizagem
Pedagogia- Ciência que tem como objetivo
refletir sobre a educação, a partir de questionamentos didáticos.
Didática- Arte de ensinar
“Investigação dos fundamentos, condições e modos de
realização da instrução e do ensino.
A ela cabe converte objetivos sócio-políticos e pedagógicos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos
entre ensino-aprendizagem, tendo em
vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos.” Libâneo
Toda
pedagogia supõe uma filosofia. Da mesma forma, a didática está calcada numa
concepção filosófica.
Evolução histórica
Antiguidade
– até o século XIX
·
Predominância
na prática escolar de uma aprendizagem do tipo passivo e receptivo.
·
Aprender
era quase exclusivamente memorizar. Neste tipo de aprendizagem a compreensão
desempenhava um papel muito reduzido.
·
Método
catequético era usado por todas as disciplinas e consistia na apresentação,
pelo professor, de perguntas acompanhadas de suas respostas já prontas.
·
Mudanças,
maior ênfase à compreensão do que a memorização.
·
Surgiram
teorias que tentaram explicar como o ser humano é capaz de aprender e assimilar
o mundo que o circunda. Fundamentados nessas teorias do conhecimento, alguns
princípios didáticos foram reformulados.
Filósofos que
elaboraram teorias sobre o ato de conhecer, que repercutiram no âmbito da
Pedagogia
Sócrates (séc. V a.C) “O saber não é algo que alguém (o mestre) transmite á pessoa que aprende
(discípulo). O saber, o conhecimento,
é um ato que se dá no interior do indivíduo”.
O
método socrático foi denominado de ironia e tem dois momentos: a refutação e a
maiêutica.
Refutação
– Sócrates levantava objeções às opiniões que o discípulo tinha sobre algum
assunto e que julgava ser verdade. Tinha como objetivo libertar o espírito das
opiniões, pois segundo Sócrates a consciência da própria ignorância é o
primeiro passo para se encaminhar na busca da verdade.
Maiêutica
– Partindo do conhecido para o desconhecido, do fácil para o difícil, Sócrates
vai fazendo a seu discípulo uma série de perguntas que o leva refletir, a
descobrir e a formular as próprias respostas. Ele afirmava que os mestres devem
ter paciência com os erros e as dúvidas de seus alunos, pois é a consciência do
erro que os leva a progredir na aprendizagem.
João Amos Comenius (1592 – 1670). O
objetivo da educação é ajudar o homem a atingir essa finalidade transcendente e
cósmica (o fim último do homem é a felicidade eterna), desenvolvendo o domínio
de si mesmo através do conhecimento de si próprio e de todas as coisas. Valorizar
o método indutivo como sendo a melhor forma de se chegar ao conhecimento
generalizado, e aplicou-se na sua prática instrucional. Afirmava que o método
indutivo estava mais “de acordo com a natureza” e propunha a inclusão do estudo
dos fenômenos físicos nos currículos e nos livros escolares.
Comenius
e sua obra Didática Magna (1632) - ressaltou que ao ensinar um assunto o
professor deve: apresentar o objeto ou idéia diretamente, fazendo demonstração,
pois o aluno aprende através dos sentidos, principalmente vendo e tocando;
mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na
vida diária; fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto
é, às suas causas; explicar primeiramente os princípios ferais e só depois os
detalhes; passar para o assunto ou tópicos seguintes do conteúdo apenas quando
o aluno tiver compreendido o anterior.
Heinrch Pestalozzi (1746 – 1827) –
acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um homem era formado
pelo ambiente que o rodeia. Para ele, a transformação da sociedade iria se
processar através da educação, que tinha por finalidade o desenvolvimento
natural, progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do ser
humano.
Para
Pestalozzi a educação era um instrumento de reforma social. Pregava a educação
das massas e proclamava que toda criança deveria ter acesso à educação escolar,
por mais pobre que fosse seu meio social e mesmo que suas condições fossem limitadas.
Foi o primeiro a formular de forma clara e explicita o princípio de que a
“educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil”.O principal objetivo da
educação era favorecer o desenvolvimento físico, intelectual e moral da criança
através da vivência de experiências selecionadas e graduadas, necessárias ao
exercício dessas capacidades.
Características
do método Pestalozziano: apresentava o conhecimento começando por seus
elementos mais simples e concretos, de forma a estimular a compreensão;
utilizava o processo por meio de uma série progressiva de exercícios graduados,
que se baseavam mais na observação do que no mero estuda de palavras.
Os
princípios educacionais formulados pro Pestalozzi podem ser assim resumidos:
1-
A
relação entre o mestre e o discípulo dever ter como base o amor e o respeito
mútuo;
2-
O
professor dever respeitar a individualidade do aluno;
3-
A
finalidade da instrução escolar deve basear-se no fim mais elevado da educação,
que é favorecer o desenvolvimento físico, mental e moral do educando;
4-
O
objetivo do ensino não é a exposição dogmática e a memorização mecânica, mas
sim o desenvolvimento das capacidades intelectuais do jovem;
5-
A
instrução escolar deve auxiliar o desenvolvimento orgânico por meio da atividade,
isto é, da ação tanto física como mental;
6-
A
aprendizagem escolar deve corresponder não apenas à aquisição de conhecimentos,
mas principalmente ao desenvolvimento de habilidades e ao domínio de técnicas;
7-
O
método de instrução deve ter por base a observação ou percepção sensorial (que
Pestalozzi chamava de intuição) e começar pelos elementos mais simples.
8-
O
ensino deve seguir a ordem psicológica, ou seja, respeitar o desenvolvimento
infantil.
O
método Pestalozzi trazia vários elementos inovadores: o emprego do cálculo
mental, o uso de técnicas silábicas e fonéticas na linguagem e do estudo da
geografia e das ciências feito em contato direto com o ambiente natural; combinar
as atividades intelectuais com o trabalho manual, fazendo os dois caminharem
juntos.
John Frederick Herbart (1776 – 1841) –
Seus princípios educacionais estão fundamentados na idéia de unidade do
desenvolvimento e da vida mental. Para ele, o ser humano não é
compartimentalizado em faculdades, mas é uma unidade. Para ele a característica
fundamental do ser humano é o seu poder de assimilação. Sua teoria educacional
gravita em torno da noção da função assimiladora, que ele denominou de
apercepção (é a assimilação de novas idéias através da experiência e sua
relação com as idéias ou conceitos já anteriormente formados. Considerava a
Educação como fator determinante no desenvolvimento do intelecto e do caráter.
É a responsável pela formação das representações e pela forma como estas
representações são combinadas nos mais elevados processos mentais. A função da
escola era ajudar o aluno a desenvolver e integrar essas representações
mentais, que provinham de duas fontes principais: do contato com a natureza,
através da experiência, e do contato com a sociedade, através do convívio
social.
Herbart
chamou de “instrução educativa” e para promovê-la, o trabalho escolar deve
começar por despertar no aluno o interesse pelas matérias de estudo – TEORIA DO
INTERESSE. Elaborou e aplicou um método instrucional que consistia numa série
de passos baseados na ordem psicológica de aquisição do conhecimento:
Preparação - apresentação - associação - sistematização - aplicação.
John Dewey (1859 – 1952). Sua concepção
de homem e de vida serve de base a sua pedagogia. ”A ação é inerente à natureza
humana”. A ação precede o conhecimento e o pensamento. Antes de existir como
ser pensante, o homem é um ser que age. A teoria resulta da prática. Logo, o
conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à prática,
à experiência. O saber tem um caráter instrumental, é um meio para ajudar o
homem na sua existência, na sua vida prática. Para Dewey o homem é um ser
eminentemente social.
O
trabalho em comum e a cooperação são elementos fundamentais da vida coletiva e
satisfazem as necessidades sociais e psíquicas do ser humano (vida humana=vida
social=cooperação).
A
escola deve tornar-se uma verdadeira comunidade de trabalho, em vez de um lugar
isolado onde se aprendem lições sem ligação com a vida. Deve aplicar o
princípio do aprender fazendo, agindo, vivendo.
O
papel da escola não é comunicar o saber pronto e acabado, mas ensinar as
crianças a adquiri-lo, quando lhes for necessário. Como? Desenvolvendo a
atenção e o pensamento reflexivo, a capacidade de estabelecer relações entre
fatos e objetos, a habilidade para diferenciar o essencial do acessório e para
remontar às causas e prever os efeitos. Ressalta que, na aquisição do saber, o
fundamental é a atividade mental. E que esta pode ou não vir acompanhada da
atividade física. Dewey é um grande defensor dos métodos ativos e prega o
ensino pela ação.
Pedagogia progressiva – Inícios dos anos
60 surgiram os movimentos de educação de adultos que geraram idéias pedagógicas
e práticas educacionais de educação popular, que veio denominar-se Pedagogia
Libertadora. Na segunda metade da década de 70, com a incipiente modificação do
quadro político repressivo em decorrência de lutas sociais por maios
democratização da sociedade, tornou-se possível a discussão de questões
educacionais e escolares numa perspectiva de crítica política das instituições
sociais do capitalismo. Vamos ter assim, a Pedagogia Libertadora e a Pedagogia
Crítico-social dos conteúdos.
A
Pedagogia Libertadora utilizada entre adultos que vivenciam uma prática
política e onde o debate sobre a problemática econômica, social e política pode
ser aprofundada com a orientação de intelectuais comprometidos com os
interesses populares.
A
Pedagogia Crítico-Social torna o partido dos interesses majoritários da
sociedade, atribuindo á instrução e ao ensino o papel de proporcionar aos
alunos o domínio de conteúdos científicos, os métodos de estudo e habilidades e
hábitos de raciocínio científico, de modo a irem formando a consciência crítica
face ás realidades sociais e capacitando-se a assumir no conjunto das lutas
sociais a sua condição de agentes ativos de transformação da sociedade e de si
próprios.
A
relação entre ensino e aprendizagem não é mecânica, não é uma simples
transmissão do professor que ensina para um aluno que aprende. Ao contrário, é
uma relação recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a
atividade dos alunos. O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar
o processo de aprendizagem dos alunos. A aprendizagem é a assimilação ativa de
conhecimentos e de operações mentais para compreendê-los e aplicá-los
consciente e autonomamente. A aprendizagem é uma forma do conhecimento humano –
relação cognitiva entre aluno e matéria de estudo – desenvolvendo-se sob as
condições específicas do processo de ensino. O ensino não existe por si mesmo,
mas na relação com a aprendizagem.
Tendências pedagógicas
1-
Tradicionalista: centrada no
professor (detentor do saber); aluno executa prescrições; ensino-aprendizagem
com ênfase em sala de aula para situações “ensinadas” pelo professor (instrução);
cópias de modelo do exterior que serão gravadas na mente individual; ignoram-se
as diferenças individuais.
2-
Comportamentalista (behaviorista –
ditadura militar –condicionamento): centrada no objeto
(conhecimento);estímulo-resposta(tecnicista);trabalhar o conteúdo para chegar
ao comportamento desejado(conhecimento sem questionamento – sem auto crítica;
comportamento modelador e reforçado; a educação se preocupa com aspectos
mensuráveis e observáveis; avaliação de caráter quantitativos – Skinner
(competência comportamental – indutiva –elogios, graus, notas, prêmios,
reconhecimento do mestre e dos colegas, prestígios, etc. – status).
3-
Humanista (Call Rogers –
o professor não ensina: apenas cria condições para que os alunos aprendam);
interacionista na análise do desenvolvimento humano e do conhecimento. Ensino
centrado no aluno - personalidade e conduta; ênfase na relação interpessoal,
centrado no desenvolvimento individual – a construção da realidade social do
aluno.
4-
Sócio-cultural
(Paulo Freire) – enfatiza
aspectos sócio-político-cultural; superação da relação opressor-oprimido; diálogo
(feedback/aluno-professor).
5-
Cognitiva
(Piaget/Bruner) –
capacidade do aluno de integrar informações e processá-las; a inteligência
deverá priorizar as atividades do sujeito, considerando-o num a situação
social.
Educação funcional – um veículo
educacional para um determinado fim, num aprendizado que funciona, geralmente o
tradicionalismo.
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