Hamlet, o
Príncipe da Dinamarca, obra dramática shakespereana mais adaptada e encenada
nos palcos de todo o mundo, é hoje uma das mais importantes e renomadas
tragédias do dramaturgo inglês William Shakespeare. Ela foi provavelmente
escrita entre 1599 e 1602, mas não há até hoje uma data comprovada da gênese
deste clássico da dramaturgia.
Tendo
como cenário a Dinamarca, mais precisamente o castelo de Elsinor, esta peça
traz sua versão do destino do Príncipe Hamlet, obrigado a empreender um
drástico ato de revanche contra seu tio Cláudio, acusado de assassinar o pai do
jovem para tomar o poder, depois de desposar a cunhada. O órfão, porém, não
apresenta nenhuma inclinação para cometer tal crime, que deveria ser
meticulosamente planejado e calculado, exigindo um sangue-frio de que o nobre
não dispõe.
Sua
posição, no entanto, o leva a se sentir na obrigação de percorrer este caminho
sem volta. Este ponto propicia uma das várias interpretações a que esta rica
história dá margem, a que aborda justamente os dilemas éticos e morais de
Hamlet, que supostamente justificariam sua vacilação no momento de levar
adiante seus planos.
Esta
peça é originalmente acessível aos estudiosos por meio das três primeiras
variantes que remanesceram no transcorrer do tempo, as cópias conhecidas como o
Primeiro Quarto (Q1), o Segundo Quarto (Q2) e o First Folio (F1). Entre elas é
possível detectar algumas diferenças, tanto em relação à extensão do texto,
quanto ao conteúdo, que se modifica ligeiramente de uma para outra. Afirma-se
que o bardo inglês teria criado Hamlet a partir da lenda de Amleto, que
permaneceu viva através do historiador Saxo Grammaticus em sua obra Gesta
Danorum, do século XIII. Posteriormente ela foi resgatada por François de
Belleforest, no século XVI, aparecendo logo depois em uma obra do teatro
isabelino denominada Ur-Hamlet.
Quanto à
composição desta obra, pode-se dizer que ela é a criação de Shakespeare mais
extensa, elaborada e árdua, construída com 4042 linhas, 29551 vocábulos, a
maior parte do texto transcrita poeticamente, uma porcentagem menor escrita em
prosa. Nesta história o inglês vai fundo na revelação da fronteira entre a
insanidade real e a pretensa loucura, enfocando questões como a traição, a
revanche, o incesto, a devassidão, princípios morais, entre outras.
A imagem
de Hamlet, mergulhado em uma loucura que não se sabe até que ponto é
verdadeira, trajado constantemente de preto, cultivando um luto sem fim, como
protesto ao assassinato de seu pai, configurando assim uma visão funesta,
imortalizou-se ao longo do tempo, tornando-se popular em todas as partes. Seu
ancestral dilema, ‘ser ou não ser’, confessado a uma caveira, foi incorporado à
história cultural e artística da Humanidade. As personagens femininas,
Gertrudes, a rainha-mãe, e Ofélia, a noiva prometida, têm sido resgatadas por
uma linhagem crítica mais feminista.
Considerada
uma das tragédias mais conhecidas e célebres da Inglaterra, Hamlet ocupa desde
1879 o primeiro lugar entre as peças mais requisitadas da Royal Shakespeare
Company, sendo a mais interpretada da história do teatro. São inúmeras as obras
e os estudos escritos sobre esta criação de Shakespeare. Vários autores famosos
discorreram sobre ela, entre eles Machado de Assis, Goethe, Charles Dickens e
James Joyce, além de um número sem fim de críticos literários e criadores de todo
o mundo.
Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamlet
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/hamlet.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamlet
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/hamlet.htm
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