Projeto Espaço Griô
A
palavra griô é de origem francesa, e traduz o termo da língua africana banaman
dieli (jéli ou djeli), que significa “o sangue que circula”. Essa língua tem
sua origem no antigo Império do Mali, hoje dividido em vários países do
noroeste da África. A palavra griô designa os contadores de histórias,
genealogistas, mediadores políticos, contadores, cantores e poetas populares
que vivem em alguns países africanos, no Sudão e em parte da zona guineense.
Os
griôs são bibliotecas vivas da tradição oral de vários povos africanos. No
continente africano, um griô nasce griô, seu ofício não é escolhido,
relaciona-se a uma herançae à sua origem. Quando nasce um griô, a ele são
atribuídos direitos e deveres, ele é responsável por guardar e transmitir a
história do seu povo. Quando um griô morre, diz-se que uma biblioteca se foi,
porque ele carrega consigo a sabedoria e as tradições desse povo.
É
por meio da tradição oral que o griô transmite às novas gerações o que sabe, especialmente
às crianças. Existem mulheres e homens que são griôs e griotes. Além das
tradições de seu povo, essas pessoas conhecem o som dos animais, dos grandes
aos pequenos, das cigarras aos elefantes.
De acordo com Hampaté Bâ, os
griôs classificam-se em três categorias:
• os griôs músicos que tocam qualquer instrumento (monocórdio, guitarra,cora,
tantã etc). Normalmente são excelentes cantores, preservadores, transmissores
de música antiga e, além disso, compositores;
• os griôs embaixadores e cortesãos, responsáveis pela mediação entre as grandes
famílias em caso de desavenças. Estão sempre ligados a uma família nobre ou
real, às vezes a uma única pessoa;
• os griôs genealogistas, historiadores ou poetas (ou os três ao mesmo tempo), que, em geral, são igualmente
contadores de história e grandes viajantes, não necessariamente ligados a uma
família (BÂ, 2011, p.193).
O
autor ainda relata que a tradição confere aos griôs um status especial e
diferente dos nobres, pois eles têm o direito inclusive de ser cínicos e gozam
de grande liberdade de fala. Podem se
manifestar livremente, até mesmo impunemente e, por vezes, chegam a zombar das coisas mais sérias
e sagradas, sem que isso lhes acarrete graves consequências. Além disso, podem
contar mentiras e ninguém as tomará no sentido
próprio. Nesses casos, as pessoas podem até saber que não estão falando totalmente
a verdade, mas aceitam como se o fosse e não se deixam enganar. Nesse último
caso, Hampaté Bâ adverte: é importante considerar que nem todos os griôs são
necessariamente desavergonhados ou cínicos. Pelo contrário, entre eles existem
aqueles que são chamados de dieli-faama, ou seja, ‘griôs reis’. Eles não são inferiores
aos nobres no que se refere à coragem, virtude e sabedoria e jamais abusam dos
direitos que lhes foram concedidos por costume (BÂ, 2011, p.195).
Nas
sociedades africanas, a oralidade é um elemento central na produção e manutenção
das mais diversas culturas, dos valores, conhecimentos, ciência, história,
modos de vida, formas de compreender a realidade, religiosidade, arte e ludicidade.
A palavra falada, para os povos africanos, possui uma energia vital, capaz de
criar e transformar o mundo e de preservar os ensinamentos. As narrativas orais
são registros tão complexos como os textos escritos. Essas narrativas se
articulam à musicalidade, à entonação, ao ritmo, à expressão corporal e à
interpretação. São guardadas e verbalizadas por narradores ou griôs, treinados
desde a infância no ofício da palavra oral. Eles se apropriam e transmitem
crenças, lendas, lições de vida, segredos, saberes, e têm o compromisso com
aquilo que dizem.
Segundo
J. Vansina, nas sociedades africanas reconhece-se a fala não apenas como uma forma
de comunicação cotidiana, mas também como uma forma de preservação da
sabedoria, por meio daquilo que chamamos de tradição oral. A tradição, nesse
caso, é entendida como um testemunho transmitido verbalmente de uma geração à
outra. Na maioria das civilizações africanas, a palavra tem um poder
misterioso, pois palavras criam coisas. [...] as civilizações africanas, no
Saara e ao sul do deserto, eram em grande parte civilizações da palavra falada.
Isso
acontecia até mesmo nos lugares onde havia a escrita, como na África Ocidental
a partir do século XVI, pois um número reduzido de pessoas sabia escrever. A
escrita ficava relegada a um segundo plano em relação à palavra falada.
Todavia, o mesmo autor nos alerta para o fato de que seria um erro reduzir a
civilização da palavra falada a algo negativo, como uma ‘ausência da escrita’ e
perpetuar os preconceitos sobre esses povos, suas histórias e costumes. Tal
atitude seria uma demonstração da total ignorância em relação à natureza dessas
civilizações orais. Inspirados pela tradição africana, no Brasil, há pessoas
que são denominadas e consideradas griôs. São pessoas que trabalham com a
cultura, arte e educação popular, reconhecidas pela própria comunidade como
mestres das artes, da cura, líderes religiosos de tradição oral, músicos que
sabem tocar instrumentos tradicionais, contadores de histórias de suas
comunidades que socializam as raízes dos povos a que pertencem, são também
cantores e poetas.
Pessoas
que, por meio da oralidade, das experiências vividas e da corporeidade,
desenvolvem uma pedagogia que valoriza o poder das palavras (VANSINA, 2010, p.
139).
O
trabalho com o Projeto Espaço Griô, inspirado na tradição oral africana, poderá
contribuir para que os professores da educação infantil compreendam um pouco
mais sobre.o poder da oralidade na sociedade
africana e aprendam a explorá-la no contexto brasileiro.
Objetivos do Projeto
O
objetivo do Projeto Espaço Griô é tomar a oralidade como objeto de ações planejadas
e de aprendizagem. Crianças e professores constroem colaborativamente um espaço
social nas instituições de educação infantil, no qual podem contar e ouvir histórias,
comentá-las e produzir outras, ser escutados, compartilhar e conhecer a si mesmos,
aos seus antepassados e aos outros. A linguagem oral abarca todas essas ações, por
meio de cantigas, parlendas, adivinhas, fórmulas de escolha, lendas, contos,
causos, provérbios, brincadeiras com palavras etc. Além disso, a oralidade relaciona-se
diretamente ao processo de apropriação da escrita. Aguçar o ouvido, escutar
atentamente e produzir textos com os recursos da fala, do corpo, da sonoridade,
da imaginação e da poesia colaboram diretamente para a formação de futuros
leitores e usuários plenos da língua escrita. É um espaço que concentra um
acervo de variados gêneros oral e que propicia a participação em situações variadas
de fala e de escuta.
As
atividades propostas neste capítulo integram o repertório de experiências orais
das crianças, ampliam e fortalecem a oralidade, sendo centradas na palavra e no
diálogo entre as pessoas, em intercâmbios, brincadeiras e trocas. Por esses
motivos, dá-se o nome a este espaço de Griô, um lugar que retoma a
ancestralidade africana do povo brasileiro, valoriza a oralidade e os modos
populares de ser e de viver para compartilhar e produzir cultura por meio da
palavra e guardar a memória.
O que desenvolver no projeto?
O
Projeto Espaço Griô, na educação infantil, envolve a organização de um local
para a expressão oral, em suas múltiplas formas, e de um acervo com variados
gêneros orais.
Tem como objetivo favorecer o desenvolvimento
da oralidade por meio da participação em eventos variados de produção de
linguagem e ampliar o repertório de experiências de comunicação oral e dos
demais sentidos. Assim como os griôs aprendem seu ofício desde o nascimento,
propõe-se que as crianças, desde muito cedo, participem de situações planejadas
que focalizam a comunicação oral em suas múltiplas formas e variações na
educação infantil.
Contação de histórias africanas/Um
espaço para ouvir e contar histórias
Nesta
atividade, o desafio será organizar um espaço aconchegante para crianças pequenas
ouvirem e brincarem com as mais diversas narrativas. Os professores poderão
utilizar panos coloridos, tapetes, almofadas, colchões, enfim, tudo que ajudar
a criar um lugar dedicado à contação de histórias.
Os
griôs, como já dito, são responsáveis por guardar e transmitir a história dos
reis e de seu povo. Ao contar histórias, fábulas, contos, poesias etc., eles
assumem a função de educar e encorajar seu povo, preservando a memória, a
consciência e o coração daqueles que os procuram. Esses guardiões da memória
utilizam recursos das expressões oral e corporal para transmitir seus
conhecimentos, contribuindo assim com a valorização, o fortalecimento e a
perpetuação das raízes culturais de seus povos.
A
tradição oral africana é caracterizada por uma grande diversidade de gêneros:
conto, fábula, mito, épica, genealogias, provérbios, charadas, enigmas e
canções. Propomos o trabalho com as narrativas ficcionais, fábulas e contos que
são construídos a partir da imaginação e da fantasia, atribuindo aos
personagens (animais, plantas, frutos etc.) qualidades e poderes diversos que
se relacionam ao comportamento humano, a atitudes e valores culturais, a
crenças e saberes de diversos grupos e povos. Tanto as fábulas como os contos
africanos têm algo de extraordinário e de sobrenatural, e visam a divertir,
instruir e orientar os modos de agir, de acordo com uma ordem moral, própria
das culturas que criaram e preservam essas narrativas.
Outra
característica comum a esses textos é a convivência entre homens e animais, entre
seres do mar, da terra, do ar, do mundo e de outros mundos (visíveis e
ocultos). São essas as razões para dar continuidade à construção do Espaço Griô,
oferecendo às crianças fábulas, vindas do continente africano.
A
fábula, especialmente, é um gênero literário que se caracteriza como uma pequena
história de caráter moralizante. Algumas delas possuem uma moral, introduzida
no prólogo ou ao final da história. Esses elementos da fábula facilitam
identificar uma atitude ou um comportamento valorizado e aqueles que devem ser
modificados. No entanto, nem todas as fábulas apresentam-se dessa maneira, pois
em algumas delas a moral permeia toda a história.
É
interessante pensar que esse gênero faz parte da cultura de diversos povos, continentes
e países, para além do continente africano. Como descreve o linguista brasileiro,
José Luiz Fiorin, a fábula “é uma história de gente, não uma história de bichos
ou de vegetais” (FIORIN, 2007, p. 108), apresentando certos elementos que permitem
perceber que se referem à contecimentos relativos a seres humanos.
Nessas
narrativas o comportamento humano é analisado, evidenciando-se as consequências boas e ruins de
ações desencadeadas numa determinada situação.
Portanto,
trabalhar com fábulas africanas é mais do que abordar histórias de animais. Essas
narrativas carregam mensagens sobre atitudes, comportamentos e valores respeitados
pelos povos que habitam o continente africano, tratam das culturas locais e não
de sua rica e variada fauna. Assim, podemos encontrar nas fábulas africanas
personagem representando valores como o leão, representando a força e a
autoridade; a gazela, a vaidade; o macaco e o morcego, a falta de escrúpulos; a
tartaruga, a esperteza. As aventuras encarnadas por esses personagens trazem uma
lição de vida aos que as ouvem ou as leem. Vale lembrar que, para as crianças pequenininhas,
as características físicas desses bichos apresentam-se como um mote lúdico e
imaginativo que pode ser explorado com elas. Para organizar o espaço de contar
e ouvir fábulas, além da organização do espaço físico, é necessário organizar
um acervo desse gênero, selecionando textos adequados para crianças de 0 a 3
anos, seja por sua extensão, pela dimensão lúdica, ou pela aproximação das
crianças com novas palavras e novos modos de dizer e contar. Essa é uma
situação fundamental em que as crianças ampliam seus repertórios de linguagem e
participam de situações que envolvem outras linguagens. Por isso, é importante
que a contação seja acompanhada de ilustrações e fotografias grandes histórias.
Essas
imagens constituem-se em um acervo para ser manuseado pelas crianças e podem
ser coladas em cartolina e protegidas com adesivos ou folhas de plástico, arredondando
as pontas e cantos. Para as crianças de berço, móbiles podem ser confeccionados,
como os produzidos com as fotos dos familiares, indicados anteriormente na
Atividade Ancestralidade. Além disso, é preciso selecionar e adquirir livros
com fábulas africanas. Algumas dessas obras são feitas de panos ou de outros desenhos
e coloridas dos personagens materiais
adequados a crianças pequenas.
Para
que as crianças reconheçam a atividade de contação de fábulas em sua rotina, sugerimos
que a primeira atividade seja a escuta da canção que abre e fecha esta atividade.
Sugerimos a canção “Leão”, de Vinicius de Moraes, gravada na coletânea “A Arca
de Noé” (CD), especialmente porque, de modo geral, o leão é um animal presente
nas fábulas que atrai e encanta as crianças pequenas pelas características.
Os
professores devem apresentar a canção, trazendo para a sala de aula ilustrações
com os personagens da canção. Tais imagens (fotografias ou ilustrações) podem ser
colocadas em variados locais da sala, para que as crianças possam relacionar a
canção às imagens. Esta é uma situação propícia para que as crianças pequenas aprendam
a nomear esses animais ou indique-os pelo som que fazem ou outra característica
física (a juba, os dentes, as garras etc.). Os professores devem espalhar várias
figuras pelo chão. Enquanto ouvem a música, as crianças devem identificar, pegar,
nomear e mostrar umas para as outras as figuras que pegaram.
Essa
atividade inicial servirá para introduzir a contação de fábulas da África. Na sequência,
os professores, em roda, com as crianças devem perguntar quem conhece histórias
sobre animais e dar espaço para que todas falem.
Ouvindo fábulas
Para
dar início à contação, sugere-se que as crianças ouçam a canção “Leão”, que sinaliza
o começo desta atividade. Além disso, é preciso informá-las sempre sobre o que
vai acontecer: “Agora, vou ler histórias de bichos que vivem na África para
vocês!”.
É
importante que se faça uma cuidadosa seleção dos livros de histórias que serão utilizados com as crianças. Além disso, faz-se
necessária uma boa preparação para conduzir uma leitura gostosa, agradável e
que prenda a atenção dos pequenos ouvintes. É preciso lembrar ainda de que a
organização do espaço físico e do ambiente é fundamental. Caso a instituição
infantil tenha crianças com deficiência, o ambiente deverá ser pensado para
elas também.
Um
dos livros que pode ser utilizado para as leituras para as crianças é “Contos
do baobá”, adaptação e ilustração de Maté, livro inspirado no repertório dos
griôs e que traz quatro narrativas da África Ocidental: “A lebre o rinoceronte
e o hipopótamo”; “Anansi e o presente de Deus”; “O camaleão e o chimpanzé”.
Outro
livro recomendado e disponível para acesso na internet é “Boneca de pano”.
Trata-se de uma coletânea de
contos infantis, organizada por Adriana Botelho de Vasconcelos, Neusa Dias e
Tomé Bernardo, escritores angolanos que reuniram contos tradicionais deste
país, publicados pela União de Escritores Angolanos (UEA). Desta obra,
indicam-se as fábulas: “O castigo da raposa”, “Kibala”, “O rei leão”, “O
caçador”, “O jacaré e a pedra negra”, “A águia e as galinhas”.
Ao
final da leitura das fábulas, os professores podem retomar com as crianças quais
eram os personagens das narrativas. Seria interessante brincar com suas características
físicas dos animais, como movimento, sons, forma etc. As crianças podem escolher
um dos animais que figuraram nas histórias e fazer alguma imitação, definindo
elas mesmas se será um movimento, um som etc.
Histórias contadas pelas famílias
Para
esta etapa, é preciso organizar o local de maneira bastante confortável para as crianças. Recomenda-se
utilizar colchões e almofadas para delimitar um espaço grande, pois a ideia é
que as crianças pequenininhas (0 a 3 anos) também possam participar desse
momento. Além disso, disponibilizar novamente gravuras, fotografias e livros
infantis sobre animais africanos. Mais uma vez, a canção escolhida para abrir esta
etapa deve ser tocada para sinalizar que a atividade terá início, e também é importante
dizer o que vai acontecer para as crianças: “Vocês vão ouvir histórias contadas
por suas famílias”. Essas histórias poderão ser coletadas pelos professores.
Para isso, deverão propor um agendamento com as pessoas próximas às crianças e
que são responsáveis pelo seu cuidado e educação. A gravação da história é
fundamental para o desenvolvimento dessa atividade. As famílias devem gravar
histórias que escutaram na infância, de preferência que abordem a temática de
bichos. Caso não tenham condições de fazê-lo em suas casas, é possível que os
professores combinem com aquelas famílias que tiverem maior disponibilidade,
uma ida à instituição de educação infantil para realizar a gravação. Para isso,
a ajuda da coordenação pedagógica e da gestão é necessária para realizar a
gravação, organizar o tempo do profissional para realizar essa tarefa, ou para
receber a família na instituição.
Além
da realização da atividade em si, essa é uma forma bastante positiva de promover
interação das famílias e responsáveis pelas crianças com a instituição, com os
professores e com as outras crianças. Uma dimensão importante da cultura familiar
estará presente no desenvolvimento das atividades pedagógicas delineadas.
A
proposta visa também a possibilitar que lembranças e memórias sejam acionadas na
própria família e compartilhadas posteriormente. Todos os elementos resgatados e
sistematizados serão importantes para a construção da identidade das crianças pequenas.
Para
motivar as crianças, é importante criar formas alternativas de indicar quem vai
contar a história, mostrando a fotografia, criando adivinhas ou fazendo
perguntas para que as crianças descubram. Ao escutar as histórias, pode-se
chamar a atenção das crianças, indagando-as: “Quem está falando? Quem está
contando? É a mãe da Maria? Maria é sua mãe que está contando a história?” etc.
Também
seria interessante combinar com algum familiar que tenha disponibilidade e que
venha até à instituição para participar de uma roda de histórias. Ao final, é
importante retomar a história, explorando os nomes dos bichos que aparecem nas
narrativas. Todas as crianças devem ter a oportunidade de ouvir as histórias
contadas por sua família e também de comentá-las.
Festa dos bichos
Para
encerrar esta atividade, recomenda-se criar máscaras que personifiquem os animais
das fábulas. Os professores devem colocar a canção que sinaliza o início da atividade,
em seguida dizer às crianças o que irá acontecer: “Vamos pintar nossos rostinhos
com as imagens dos nossos animais e personagens preferidos”. Em roda, devem
retomar com as crianças os nomes dos animais africanos que conheceram por meio
das músicas, das histórias contadas pelos familiares, ou pelos professores.
As
crianças, nesse momento, serão convidadas a falar sobre o personagem que mais gostou
de conhecer e qual deles quer ser. Essa escolha definirá a máscara que será pintada
em cada criança.
Todo
o material utilizado nas etapas anteriores deverá estar disponível no centro da
roda, como livros de pano, livros de histórias, assim como as gravuras e as
fotografias que representam os personagens das fábulas.
Na
sequência, os professores devem organizar o espaço físico e o material para
pintar as crianças. É importante que os professores utilizem tintas apropriadas
e específicas para essa finalidade, pois tintas inadequadas podem causar sérios
problemas na pele das crianças muito sensíveis. É o caso da tinta guache que,
se passada na pele, pode causar irritações, reações alérgicas e até
queimaduras. Portanto, é preciso pesquisar marcas adequadas ou produzir uma
tinta com pasta d’água dermatológica e anilina comestível.
É
importante que o responsável pela coordenação da última etapa de pintura de bichos
nos rostinhos consiga dar uma atenção individual a cada criança no momento que
ela estiver envolvida na sua criação. Nesse momento, é preciso estimular a criança
com perguntas sobre o animal escolhido, como nome, som, movimento, forma etc.
Quando
todas as crianças estiverem prontas, pedir que apresentem seu bicho para os
colegas por meio de uma imitação. Para concluir a atividade, pode-se propor outras
brincadeiras, como uma corrida dos animais e uma grande dança de todos os
animais.
Dicas importantes:
Pinturas
*Um nariz preto, pouco bigode e um
par de orelhas. Esta cara de tigre é fácil de criar.
*Faça primeiro os olhos, em
seguida pinte a boca de branco, depois de amarelo o complemento do rosto. Por
último, pinte o nariz, os bigodes e o contorno da boca de preto. Esta cara de
onça também é fácil de criar.
*Um nariz preto, pouco bigode e
um contorno amarelo para lábios e pálpebras. Esta cara de borboleta é simples. Faça
primeiro o contorno da borboleta no rosto e depois use a criatividade para preenchê-lo
com cores bem vivas. Cara de borboleta
Contação de histórias
ITAÚ CULTURAL. Te dou minha
palavra. São Paulo, 2007. Disponível em:
<http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2752&categoria=34324>.
A realização desta animação foi
feita por meio do Projeto A Cor da Cultura, e apresentada no programa “Livros
Animados”, pela TV Futura.
Livros animados
ALMEIDA, Gercilda de. Bruna e a
galinha d’Angola. Disponível em: <http://
youtu.be/eqvqBT41lWY>. Acesso
em: 04 out. 2011.
MACHADO, Ana Maria. Menina bonita
do laço de fita. Disponível em:
<http://youtu.be/gzMdC-Hwo2I>.Acesso em:
04 out. 2011.
Sites
CASA DAS ÁFRICAS. Disponível em:
<http://www.casadasafricas.org.br/>.
Traz um belo acervo de cultura,
arte, textos, imagens, livros e publicações relacionadas ao continente
africano, além de filmes, palestras em vídeo, pesquisas, boletins, mapas, entre
outras sugestões do centro “Casa das Áfricas”.
CAVALCANTI, Gil. Memorial da
capoeira pernambucana. Disponível em:
<http://www.memocapoeirapernambucana.com.br/>.
Acesso em: 04 nov. 2011.
Neste site é mostrada a
interpretação, feita pelo Mestre Gil Velho (Gil Cavalcanti), sobre a capoeira, seus personagens e suas
relações identitárias e territorial no contexto sociocultural de sua inserção, objeto principal
do Projeto Memorial da Capoeira Pernambucana.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES.
Disponível em:
<http://www.palmares.gov.br/>.
Apresenta a Fundação Cultural
Palmares (FCP), entidade pública vinculada ao Ministério da Cultura que formula
e implanta políticas públicas a fim de potencializar a participação da
população negra no processo desenvolvimento do Brasil.
CDs, DVDs e CANÇÕES:
AFRICAN playground. Putumayo Kids.1 CD.
O álbum reúne músicas do mundo
para crianças viajarem à África, um continente exuberante e rico em música e
cultura. “African Playground” compila grandes canções de artistas do Senegal e
da África do Sul, além de incluir uma faixa inédita de Angelique Kidjo.
MESTRE KLAITY. A arte de fazer
arte brincando de capoeira. Brasil-RS. 1 CD
MORAES, Vinícius. O leão. In:
Arca de Noé 2. 1 CD. Disponível em:
MOURA, Fernando; NEGREIRO, Carlos
(Produção e Composição). Gonguê: a herança africana que construiu a música
brasileira. Rio de Janeiro:
Fundação Roberto Marinho, 2006. 1
CD. Disponível em: <http://www.acordacultura.org.br/pagina/Kit%20a%20Cor%20da%20Cultura>.
Acesso em: 04 out. 2011.
PERES, Sandra; TATIT, Paulo.
Clipes da Palavra Cantada. São Paulo: Palavra Encantada, TV Cultura, 2001. 1
DVD.
RAMEH, Rita. Família. Canção
disponível em: <http://www.myspace.com/cdporque/music/songs/familia-12470016>.
TATIT, Paulo. Eu. In: PALAVRA
CANTADA. Canções de brincar. 1 CD.
Disponível em:
<http://vimeo.com/28479527>. Acesso em: 04 out. 2011.
ITAÚ CULTURAL. Te dou minha
palavra. 2007. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2752&categoria=34324>.
Acesso em: 04 nov. 2011.
Contos populares, folclóricos,
causos, mitos e lendas de diversas origens foram gravados ao vivo na sede do Itaú Cultural em
2007. Profissionais do teatro, educadores e professores revelam mundos cheios
de fantasia, além de apresentar as diferentes maneiras de contar uma história!
MESTRE DIDI. Ancestralidade
africana no Brasil. Disponível em:
<http://www.mestredidi.org/egungun.htm>.
O site, dedicado a mestre Didi,
líder espiritual da comunidade Nagô no Brasil, reúne informações a respeito da influência africana
sobre os costumes, línguas, concepções, dramatizações, literatura, mitologia,
visão de mundo e religião dos brasileiros.
MUSEU AFRO BRASIL. Disponível em:
<http://www.museuafrobrasil.org.br/>.
Site dedicado ao Museu Afro
Brasil, localizado no parque do Ibirapuera, que traz informações sobre o acervo, a estrutura,
a instituição, a programação e os acontecimentos do museu.
PORTAL AFRO. Disponível em:
<www.portalafro.com>.
Reúne informações sobre novidades
e acontecimentos relacionados à África, à relação entre Brasil e África e aos
africanos e afrodescendentes. Traz desde notícias políticas até curiosidades e
divulgação sobre shows e eventos.
PORTAL CAPOEIRA. Informações
sobre capoeira. Disponível em:
<http://portalcapoeira.com/index.php>.
Acesso em: 04 nov. 2011.
Site que concentra informações
sobre a história da capoeira, biografias de mestres e vídeos com trechos de
apresentações do jogo.
REVISTA RAÇA. Disponível em:
<http://racabrasil.uol.com.br/>.
Site da “Revista Raça”, com
informações sobre curiosidades, eventos, notícias e cultura.
MUSEU AFRO BRASIL. Disponível em:
http://www.museuafrobrasil.org.br/
PORTAL AFRO. Disponível em:
<www.portalafro.com>.
Dica
Os professores da educação
infantil que trabalharão com o Projeto Espaço Griô, focalizados e inspirados na
tradição oral africana recriada no Brasil, deverão compreender que há outra dinâmica
em civilizações e grupos culturais em que a palavra falada e a escrita possuem
valores e funções diferentes. Não se trata de uma oposição entre língua oral e
escrita, mas do reconhecimento das especificidades de cada uma e dos usos que
se produzem para dar conta de demandas sociais de cada grupo. Na coleção
“História geral da África” (UNESCO, 2010), encontramos informações importantes
para sabermos um pouco mais sobre os griôs e a tradição oral em países do continente
africano.
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