28 de Setembro de 2017 Imprimir
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Fonte : https://novaescola.org.br/conteudo/6895/lingua-portuguesa-quando-usar-virgula?
O guia definitivo para o uso da
vírgula
Saiba quando usar e quando evitar essa
pontuação
Por: Arlete Bannwart Vieira
Há quem acredite que
as vírgulas devem constar sempre que se pretende fazer uma pausa no texto. Mas
não é bem assim que funciona. Crédito: Getty Images
Por meio da pontuação, indica-se, na escrita,
as várias possibilidades de entonação da fala. Ela ajuda também a expressão de
pensamentos, de emoções, de sentidos e assim torna mais precisa a compreensão
de um texto. Dentre os sinais de pontuação, a vírgula é a que mais requer
atenção. Existem situações em que o uso desse sinal é obrigatório levando em
conta a estrutura da frase; em outras, se o deslocarmos, o sentido da frase
será totalmente alterado.
Em que casos a
vírgula é obrigatória e em que casos é proibida?
A estrutura da frase em Língua
Portuguesa é formada por pares indissociáveis: sujeito + verbo; verbo + complemento. A primeira regra de ouro do uso da vírgula é: não
se separam esses elementos com vírgula. Veja o exemplo:
O professor devolveu as provas corrigidas
O professor = sujeito
devolveu = verbo
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"
devolveu = verbo
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"
Quando algo "se intromete"
nessa estrutura, a vírgula será usada:
O professor, durante a aula, devolveu,
em silêncio, as provas corrigidas.
O professor = sujeito
durante a aula = adjunto adverbial de tempo
devolveu = verbo
em silêncio = adjunto adverbial
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"
durante a aula = adjunto adverbial de tempo
devolveu = verbo
em silêncio = adjunto adverbial
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"
Quando usar a
vírgula:
1) Separar o aposto (termo
explicativo):
Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos.
Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos.
2) Isolar vocativo (termo que chama a
atenção):
Marcos, estamos a sua espera!
Estamos, Marcos, a sua espera!
Estamos a sua espera, Marcos!
Marcos, estamos a sua espera!
Estamos, Marcos, a sua espera!
Estamos a sua espera, Marcos!
3) Isolar expressões que indicam
circunstâncias variadas como tempo, lugar, modo, companhia, entre outras
(adjuntos adverbiais invertidos ou intercalados na oração):
Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados.
Durante muitos anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante!
Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados.
Durante muitos anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante!
4) Antes dos conectivos mas,
porém, contudo, pois, logo:
Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas.
Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade.
Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas.
Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade.
5) Isolar termos explicativos tais
como isto é, a saber, por exemplo, digo, a
meu ver, ou melhor, as quais servem para retificar, continuar ou concluir o que se
está dizendo:
O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes.
Voltaremos a nos falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta.
O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes.
Voltaremos a nos falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta.
6) Separar termos coordenados (uma
lista, por exemplo):
Amor, fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade.
Durante a juventude viveu no Brasil, na França, na Itália.
Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar.
Amor, fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade.
Durante a juventude viveu no Brasil, na França, na Itália.
Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar.
Quando NÃO usar a
vírgula:
1) Para separar sujeito e predicado:
O tapete persa (sujeito, ser de quem se diz alguma coisa) nos serviu de cama durante muitos anos (predicado, tudo o que se diz do sujeito).
O tapete persa (sujeito, ser de quem se diz alguma coisa) nos serviu de cama durante muitos anos (predicado, tudo o que se diz do sujeito).
2) Entre verbo e complemento:
O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do verbo).
O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do verbo).
O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do verbo).
O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do verbo).
Questões de
vestibular
1) (ITA) Qual das sequências abaixo
jamais admitirá, de acordo com as nossas gramáticas, o emprego de duas
vírgulas?
a) O irmão meu que estava doente não chegou na hora.
b) Mesmo que tu chegues atrasado José não deixes de trazer as revistas que te emprestei sábado último.
c) A mulher se divide em quatro partes cabeça tronco membros e espelho.
d) Jamais lhe poderei dizer que isto se passou na casa de uma das mais tradicionais famílias da região os Mesquitas.
e) A muito custo após algumas horas disseram que não haviam chegado os impressos para formalizar a petição.
a) O irmão meu que estava doente não chegou na hora.
b) Mesmo que tu chegues atrasado José não deixes de trazer as revistas que te emprestei sábado último.
c) A mulher se divide em quatro partes cabeça tronco membros e espelho.
d) Jamais lhe poderei dizer que isto se passou na casa de uma das mais tradicionais famílias da região os Mesquitas.
e) A muito custo após algumas horas disseram que não haviam chegado os impressos para formalizar a petição.
2) (ESPM) Nesta frase de um imaginário
outdoor:
Este é o
refrigerante amigo, dos seus amigos!
a) O emprego da única vírgula é
suficiente para que se entenda amigo como um vocativo.
b) Falta uma vírgula depois de refrigerante, se a intenção é utilizar amigo como vocativo.
c) Falta uma vírgula depois de este, se a intenção é dar ênfase ao destinatário da frase.
d) O emprego da vírgula está correto, se a intenção é utilizar dos seus amigos como complemento do nome amigo.
e) A vírgula deve ser abolida, se a intenção é empregar amigo como vocativo.
b) Falta uma vírgula depois de refrigerante, se a intenção é utilizar amigo como vocativo.
c) Falta uma vírgula depois de este, se a intenção é dar ênfase ao destinatário da frase.
d) O emprego da vírgula está correto, se a intenção é utilizar dos seus amigos como complemento do nome amigo.
e) A vírgula deve ser abolida, se a intenção é empregar amigo como vocativo.
Respostas: 1)
d / 2) b
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