A leitura feita pelo professor tem que ser
constante na alfabetização
Ouvir permite às crianças ampliar o repertório cultural, aumentar a
familiaridade com a língua, desenvolver o comportamento leitor e iniciar o
processo formal de alfabetização
Luiza Andrade (novaescola@novaescola.org.br), reportagem
sugerida pela leitora Josélia de Castro Silva, Petrópolis, RJ
COMPORTAMENTO
LEITOR É fundamental que toda a turma participe da atividade, expondo suas
ideias sobre o que foi lido.
Sempre que o professor lê para a
turma, revela as múltiplas possibilidades que os textos oferecem. Essa é uma
das quatro situações didáticas básicas no processo de alfabetização. "As
crianças conhecem narrativas, lugares, personagens e autores e têm a
oportunidade de se encantar com a leitura. O desejo de aprender a ler para
decifrar os livros preferidos com autonomia e descobrir novas histórias aumenta
de intensidade", diz Ana Flavia Alonço, pedagoga e formadora de
professores do Projeto Entorno, da Fundação Victor Civita.
A leitura, como prática social, pode
ser ensinada em situações em que a turma toda participe, comentando o que foi
lido, levantando e explicitando hipóteses, debatendo ideias. Atitudes como
essas compõem o chamado comportamento leitor, capaz de ser desenvolvido desde
muito cedo com a ajuda dos mais experientes. A figura de pais e professores é
fundamental, pois eles assumem o papel de condutores de seus ouvintes para um
mundo fantástico. Nas palavras da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro,
"a leitura é um momento mágico, pois o interpretante informa à criança, ao
efetuar essa ação aparentemente banal, que chamamos de 'um ato de leitura', que
essas marcas têm poderes especiais: basta olhá-las para produzir
linguagem".
É preciso, porém, ter em mente a
intenção da leitura. Não basta simplesmente fazer uma sessão por dia sem
propósito comunicativo. "Quando o professor lê, tem de considerar sua ação
como prática social que entretém, emociona, informa e diverte. Mas também deve
estar ciente dos objetivos didáticos a que ela se destina - por exemplo,
diferenciar a linguagem escrita da falada ou conhecer o estilo de um autor",
afirma Célia Prudêncio, formadora do Programa Ler e Escrever, do governo do
estado de São Paulo. Segundo ela, se os objetivos não estiverem claros, a
leitura, por si só, não dá conta de alavancar o processo de alfabetização, pois
faltam os procedimentos necessários à mediação entre o professor, os alunos e a
linguagem escrita.
Fonte: http://novaescola.org.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/pequenos-leitores-431328.shtml
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