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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Veja o que podemos fazer por meio das fichas de culturas do método Paulo Freire adaptando-as para A Produção textual , também no fundamental II em Língua Portuguesa..deixo a diga e você a desenvolve...

Reler o Mundo: as fichas de cultura

 O pessoal do círculo convocado e então “a coisa”
começa.
Quando sente que dá, o animador coloca diante de todos o primeiro cartaz das
fichas de cultura. Ele chama a atenção para o desenho, a gravura.



Sugere que digam o que estão vendo: o que a figura mostra? Quais são as partes,os elementos dela? O que será que ela quer dizer? Com o que é que parece?
 A discussão dele pode tomar todo o tempo da primeira reunião do círculo. Pode continuar
no outro dia. Sobre esta gravura:

“1ª situação — o homem no mundo e com o mundo. Natureza e cultura.
“Através do debate desta situação, em que se discute o homem como um ser de
relações, se chega à distinção entre os dois mundos — o da natureza e o da cultura.
Percebe-se a posição normal do homem como um ser no mundo e com o mundo”.
“Como um criador e recriador que, através do trabalho, vai alterando a realidade.
Com perguntas simples, tais como: quem fez o poço? Por que o fez? Como o fez?
Quando?, que se repetem com relação aos demais ‘elementos’ da situação, emergem
dois conceitos básicos: o de necessidade e o de trabalho e a cultura se explicita num
primeiro nível, o de subsistência, O homem fez o poço porque teve necessidade de água.
E o fez na medida em que, relacionando-se com o mundo, fez dele objeto de seu
conhecimento. Submetendo-o, pelo trabalho, a um processo de transformação. Assim,
fez a casa, sua roupa, seus instrumentos de trabalho. A partir daí, se discute com o
grupo, em termos evidentemente simples, mas criticamente objetivos, as relações entre
os homens, que não podem ser de dominação nem de transformação, como as
anteriores, mas de sujeitos” (Educação como Prática da Liberdade).

Nos primeiros tempos do método as outras situações eram as seguintes:
2ª) o diálogo entre os homens mediatizado pela natureza;
3ª) o caçador iletrado, o índio;
4ª) o caçador letrado, a cultura letrada, diferenças de culturas,
5ª) o caçador gato, cultura e natureza;
6ª) o homem transforma a matéria da natureza através do seu trabalho, um jarro,
produto do trabalho do homem com a natureza, utilidade e beleza, a arte;
uma poesia, a cultura espiritual; padrões de comportamento dos homens;
8ª) uma poesia, a cultura espiritual;
9ª) padrões de comportamento dos homens e entre os homens;
10ª um círculo de cultura funcionando, síntese de todas as discussões anteriores





É uma boa ideia transcrever também o que Paulo Freire falou há
muitos anos a respeito desta última “situação existencial provocadora”. Ela é um
exemplo de como se sugeria indicar o andamento das discussões para se desenvolver 
 o  pensamento sobre o homem e a educação.

“10ª situação — círculo de cultura funcionando. Síntese das discussões
anteriores.

“Esta situação apresenta um círculo de cultura funcionando. Ao vê-Ia,
facilmente se identificam na representação. Debate-se a cultura como aquisição
sistemática de conhecimentos e também a democratização da cultura, dentro do quadro
geral da ‘democratização fundamental’, que caracteriza o processo brasileiro.



“A ‘democratização da cultura’
. Além desses debates a propósito da cultura e de sua
democratização, analisava-se o funcionamento de um círculo de cultura, seu sentido
dinâmico, a força criadora do diálogo, o aclaramento das consciências. Em duas noites
são discutidas estas situações, motivando-se intensamente os homens para iniciar, na
terceira, a sua alfabetização, que é vista, agora, como uma chave para abrir a eles a
comunicação escrita.
“Só assim a alfabetização cobra sentido. E a conseqüência de uma reflexão que o
homem começa a fazer sobre sua própria capacidade de refletir. Sobre sua posição no
mundo. Sobre o mundo mesmo. Sobre seu trabalho. Sobre seu poder de transformar o
mundo. Sobre o encontro das consciências. Reflexão sobre a própria alfabetização, que
deixa de ser assim algo externo ao homem, para ser dele mesmo. Para sair de dentro de
si, em relação com o mundo, como uma criação.
“Só assim nos parece válido o trabalho da alfabetização, em que a palavra seja
compreendida pelo homem na sua justa significação: como uma força de transformação
do mundo. Só assim a alfabetização tem sentido. Na medida em que o homem, embora
analfabeto, descobrindo a relatividade da ignorância e da sabedoria, retira um dos
fundamentos para a sua manipulação pelas falsas elites. Só assim a alfabetização tem
sentido. Na medida em que, implicando em todo este esforço de reflexão do homem
sobre si mesmo e sobre o mundo em que e com que está, o faz descobrir que o mundo é
seu também, que o seu trabalho não é a pena que paga por ser homem, mas um modo...
de amar — e ajudar o mundo a ser melhor” (Educação como Prática da Liberdade).

Estas são as finalidades das fichas de cultura, que sugerem os debates a partir
das imagens das situações existenciais: levar o grupo de educandos a rever criticamente
conceitos fundamentais para pensar-se e ao seu mundo; motivá-lo para assumir, critica e
ativamente, o trabalho de alfabetizar-se. 
 O trabalho com as fichas de cultura introduz questões, inaugurava conceitos e convida a ideias de um pensar que é, na verdade, o do próprio fundamento do método: de sua filosofia e de sua

pedagogia. 

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