A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso,
isto é, a ideia
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido
entre os
interlocutores.
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo
ou em um
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem
mesmo
falamos sozinhos.
É de fundamental importância sabermos classificar os textos
dos quais
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso,
precisamos saber que
existem tipos textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato
presenciado
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado
assunto,
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda,
fazemos um
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos
os
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração,
Descrição e
Dissertação.
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como
exemplo
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre
determinado
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário
escrito em
prosa.
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é
diferente, pois se
conceituam
como
gêneros
textuais
as
diversas
situações
sociocomunciativas que participam da nossa vida em
sociedade. Como
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma
reportagem, uma
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos
classificar-se-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio
eletrônico), texto
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho
científico.
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para
compô-la, é
extremamente importante que saibamos a maneira correta de
produzir esta
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos
aperfeiçoando
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte
O Conto
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três
momentos per-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado
inicial de equilí-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição
de um conflito,
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a
resolução desse
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do
equilíbrio perdido.
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que
estabelecem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem
elementos de
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o
suspense.
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena
persona-
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a
apresen-
tação das características destes personagens, assim como
para as indica-
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do
diálogo das
personagens, apresentado com os sinais gráficos
correspondentes (os
travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
A observação da coerência temporal permite ver se o autor
mantém a
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas
de tempo na
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou
avanços ao
futuro).
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo
inicial. Os
contos tradicionais apresentam fórmulas características de
introdução de
temporalidade difusa: "Era uma vez...",
"Certa vez...".
Os tempos verbais desempenham um papel importante na
construção
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o
perfeito predo-
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas
descri-
ções e nos diálogos.
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja
incidência
chega ao momento da narração: "Rosário olhava
timidamente seu preten-
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais
sobre a histó-
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as
ações concluídas no
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas
de barro, olhou
sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou
furioso na sala".
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da
definibilida-
de: são introduzidas mediante uma construção nominal
iniciada por um
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é
substituído pelo
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher
muito bonita entrou
apressadamente na sala de embarque e olhou à volta,
procurando alguém
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme
romântico dos
anos 40."
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os
fatos que
constituem o relato, é a voz que conta o que está
acontecendo. Esta voz
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta
os fatos
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma
terceira pessoa
que não intervém nem como ator nem como testemunha.
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições,
diferentes pon-
tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo,
isto é, o que
as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de
tudo: o que fa-
zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o
que lhes
acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados
oniscientes.
A Novela
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior
número de
complicações, passagens mais extensas com descrições e
diálogos. As
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações
secundá-
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que
terminam por
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas
independentes.
A Obra Teatral
Os textos literários que conhecemos como obras de teatro
(dramas,
tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias,
vão desenvol-
vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística
das personagens,
quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os
participantes
nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção
construído
pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que
conta os fatos,
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/
ou monólogos
das personagens.
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se
possível encon-
trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na
linguagem espon-
tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de
alterações
da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos
de lugar e
tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais
auxiliares servem
para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo,
estabelecem
os turnos de palavras.
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através
da repre-
sentação cênica: elas são construídas para serem
representadas. O diretor
e os atores orientam sua interpretação.
Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a
progressão
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para
cada conta-
to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes
cenas, determi-
nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por
diferentes qua-
dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva:
são as
chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá
indicações aos
atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as
diferentes
cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento
da ação.
Estas notações apresentam com frequência orações unimembres
e/ou
bimembres de predicado não verbal.
O Poema
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma
distribuição es-
pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos
em estrofe dão
relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da
página com
uma silhueta especial que nos prepara para sermos
introduzidos nos miste-
riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em
voz alta, para
captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem
que pre-
tende extrair a significação dos recursos estilísticos
empregados pelo
poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas
emoções, sua
versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de
surrealismo,
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou,
ainda, para apre-
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao
valor sono-
ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema,
é parte
essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica
constituída por uma série
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das
palavras que
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo:
a musicali-
dade depende desta distribuição.
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender
unicamente à
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam
algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças
constituem as chama-
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os
ditongos em suas
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que
não constitu-
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba
final de uma
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie
com vogal ou
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os
acentos finais também
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última
palavra é paro-
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona,
soma-se uma
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória
dos versos,
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de
uso frequen-
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total
ou parcial dos
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a
consoante (coin-
cidência total de vogais e consoante a partir da última
vogal acentuada) e a
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da
última vogal
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde
duas até de-
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que,
pelo acento,
são considerados dissílabos.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas
dife-
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos
vinculam-se à
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem
uma unidade
informativa vinculada ao tema central.
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos
meca-
nismos de substituição e de combinação, respectivamente,
culminam com a
criação de metáforas, símbolos, configurações
sugestionadoras de vocábu-
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e
outros recursos
estilísticos que dão ambiguidade ao poema.
TEXTOS JORNALÍSTICOS
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de
seu por-
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro
predomínio da
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais
relevantes no mo-
mento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta
primazia da
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a
difundir as
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os
mais varia-
dos temas.
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes
seções:
informação nacional, informação internacional, informação
local, sociedade,
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão
e o
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores
importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o
tema abor-
dado.
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As
mais comuns
são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as
reportagens, as
crônicas, as resenhas de espetáculos.
A publicidade é um componente constante dos jornais e
revistas, à me-
dida que permite o financiamento de suas edições. Mas os
textos publicitá-
rios aparecem não só nos periódicos como também em outros
meios am-
plamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por
isso, nos referi-
remos a eles em outro momento.
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer
uma de
suas seções, devem cumprir certos requisitos de
apresentação, entre os
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma
diagramação
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar
a informa-
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que
fundamentam as expli-
cações do texto.
É pertinente observar como os textos jornalísticos
distribuem-se na pu-
blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma.
Fundamentalmente,
a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior
das folhas dos
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta
localização
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao
conteúdo desses
textos.
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a
considerar sobre
a posição adotada pela redação.
A Notícia
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos
ou
pessoas.
As notícias apresentam-se como unidades informativas
completas, que
contêm todos os dados necessários para que o leitor
compreenda a infor-
mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores
(por exemplo,
não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para
interpretá-la), ou de
ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em
publicações
similares.
É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida:
começa
pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes.
Consta de três
partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o
desenvolvimento.
O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central
e atrair a
atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por
exemplo: do Jornal
El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam
treze
palavras. A introdução contém o principal da informação, sem
chegar a ser
um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os
detalhes
que não aparecem na introdução.
A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve
manter-se à
margem do que conta, razão pela qual não é permitido o
emprego da
primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que,
além de omitir
o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por
exemplo,
não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões
tais como
nosso país ou minha cidade).
Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade
e veracida-
de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não
consegue com-
provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma
recorrer a
certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece,
não está descar-
tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por
alguma fonte,
recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será
tratado na Câmara
dos Deputados durante a próxima semana .
O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática
canônica. Apesar das
notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz
ativa, também é
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram
perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes
foi feita
por um patrulheiro.
A progressão temática das notícias gira em tomo das
perguntas o quê?
quem? como? quando? por quê e para quê?.
O Artigo de Opinião
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema
da atua-
lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou
internacional, já é
considerado, ou merece ser, objeto de debate.
Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de
análise ou pesqui-
sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais
expressam a
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com
sua ideologia,
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as
opiniões de
seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas
vezes, opiniões
divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em
geral se
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com
a identifica-
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e
alcance, e
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a
formulação de uma
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de
forma a justificar
esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição
adotada no
início do texto.
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência
dos
argumentos expostos como também com as estratégias
discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos
encontrar as
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as
insinuações,
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao
contrário, a tomada de
distância através do uso das construções impessoais, para
dar objetividade
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos
descritivos - deta-
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas
de pesquisa
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das
fontes da
informação. Todos eles são recursos que servem para
fundamentar os
argumentos usados na validade da tese.
A progressão temática ocorre geralmente através de um
esquema de
temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com
seus
respectivos comentários.
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade
informativa, apresen-
tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também
incluam,
com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à
sua trama
argumentativa. As primeiras servem para relativizar os
alcances e o valor
da informação de base, o assunto em questão; as últimas,
para convencer
o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No
decorrer destes
artigos, opta-se por orações complexas que incluem
proposições causais
para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos
efeitos, con-
cessivas e condicionais.
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a
postura
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e
precisar sob que
circunstâncias e com que propósito foi organizada a
informação exposta.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos
utilizar
estratégias tais como a referência exofórica, a integração
crítica dos dados
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura
atenta das
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está
implícito.
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das
estratégias
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos
frente a um
texto de trama argumentativa, através do qual o autor
procura que o leitor
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras
ou falsas,
cenas e opiniões como positivas ou negativas.
A Reportagem
É uma variedade do texto jornalístico de trama
conversacional que,
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho
de uma
figura-chave para o conhecimento deste tópico.
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que
representa a pu-
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece
despertar a
atenção dos leitores.
A reportagem inclui uma sumária apresentação do
entrevistado, reali-
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve
o diálogo. As
perguntas são breves e concisas, à medida que estão
orientadas para
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do
entrevistador.
A Entrevista
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente
medi-
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência
este tecido
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma
maior liberdade,
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula
pergunta-resposta, mas
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e
transcreve
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com
travessões a mu-
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução
extensa com
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as
perguntas
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou
refutações
sobre as declarações do entrevistado.
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve
necessa-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na
atualidade, embora a
conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona
que muitas
destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática
linear ou a temas
derivados.
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não
existe
uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode
respeitar a vez
de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo
argumentativo
de propostas e de réplicas.