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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Assim, o  reforço é um instrumento utilizado para fazer com que os
comportamentos considerados corretos permaneçam na criança. Já a punição
é utilizada  para minimizar ou eliminar os comportamentos considerados
inadequados.
Desta forma...  É de pequenino que se torce o pepino é um dito que
ilustra bem tal concepção.
Nessa perspectiva, o planejamento das condições ambientais é
determinante para a aprendizagem de novos comportamentos. Na escola, o
professor passa a ter papel fundamental. O sucesso da aprendizagem depende
dele, visto que é ele o único responsável pelo planejamento, organização e
execução das atividades pedagógicas. Baseado nesta concepção encontramos
a repetição como um “método” de aprendizagem.
É comum, ainda, encontrarmos em algumas práticas pedagógicas,
exercícios nos quais as crianças precisam copiar cinco ou mais vezes a mesma
palavra, ―resolver‖ vinte ―continhas‖ de adição, responder a um questionário
exatamente como está no texto lido, etc. Afinal, dizem... Água mole em pedra
dura, tanto bate até que fura.
Podemos observar também que o erro é visto como um
comportamento inadequado, e como tal, precisa ser extinto através
da ―dor‖ (punição). Dessa forma, não é muito difícil encontrarmos
crianças tendo que copiar corretamente três vezes a palavra escrita
errada, ficando de castigo (sendo privada do recreio ou das
atividades que mais gosta) fazendo cópias etc. Afinal...  Quando a
cabeça não pensa, o corpo é que paga.

Por que falamos português?
Os
behavioristas
defendem que
―A organização
das condições
para que a
aprendizagem
ocorra exige
clareza e
respeito aos
objetivos que se
quer alcançar
(objetivos
instrucionais ou
operacionais), a
estipulação da
seqüência de
atividades que
levarão ao
objetivo
proposto e a
especificação
dos
reforçadores
que serão
utilizados.
(Cláudia Davis
e Zilma de
Oliveira)

Por que somos filhos de brasileiros? Por que vivemos em um país onde
se fala  português?  Ou por que, desde que  nascemos, estamos em contato
com pessoas que falam português e que nos mostram o nome das coisas?
Enquanto os inatistas priorizam os fatores internos e os ambientalistas os
fatores  externos, a concepção  interacionista nos indica que  nem tanto ao
mar nem tanto a terra.
Esta corrente teórica nos mostra que a aprendizagem e o
desenvolvimento resultam da interação entre fatores internos e externos.
Nas concepções anteriores, o homem é visto como um ser passivo, não
tendo participação no seu processo de aprendizagem, já que ou ele nasce com
suas potencialidades prontas ou o ambiente é que irá moldá-lo. Para os
interacionistas, o homem é visto como um ser ativo ou interativo, participante
do seu processo de aprendizagem. Aprendizagem que é resultado da interação
homem-meio, sendo o meio entendido não apenas como ambiente físico, mas
sim como um ambiente marcado pela cultura, em um determinado momento histórico e em todas as relações interpessoais que são estabelecidas.



É através da interação com outras pessoas, adultos e crianças, que desde o nascimento,
o bebê vai construindo suas características (seu modo de agir, de pensar, de sentir) e sua
visão de mundo (seu conhecimento).
(Cláudia Davis e Zilma de Oliveira)


Desde que nascemos estamos interagindo com o mundo físico e social. É
a partir dessas interações que vamos conhecendo as características e
peculiaridades do mundo.
A aquisição de conhecimento é um processo individual, construído
durante toda a vida, no meio cultural. O conhecimento pode ser comparado a
uma espiral, onde as experiências anteriores servirão de base para novos
conhecimentos, mediados pela relação que o indivíduo estabelece com o meio.
O erro é encarado como parte do  processo de aprendizagem, sendo

importante para a prática pedagógica, pois a partir do ―erro‖ o professor poderá
perceber como o aluno está pensando e planejar atividades que lhe
possibilitem avançar no seu conhecimento. A sabedoria popular que há muito
nos diz: Quem tem boca vai a Roma, se identifica com a visão interacionista.

Temos como maiores defensores da concepção
interacionista, Piaget e Vygotsky. Apesar de enfatizarem que o
conhecimento ocorre a partir da interação de fatores internos e
externos, esses dois autores apresentam uma visão diferente
de como ocorre a interação entre os mesmos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o que eles
pesquisaram?
A TEORIA CONSTRUTIVISTA DE PIAGET
Segundo Piaget, a busca do equilíbrio (ou adaptação com
seu meio) é uma característica essencial do ser humano. Para
ele, o “desenvolvimento cognitivo ocorre através de constantes
desequilíbrios e equilibrações. O aparecimento de uma nova
possibilidade orgânica no indivíduo ou a mudança de alguma
característica do meio ambiente, por mínima que seja, provoca
a ruptura do estado de repouso, da harmonia entre organismos
e meta – causando um desequilíbrio”. (Davis, p. 38).


Jean Piaget
(1896-1980).
Nasceu na Suíça.
Formado em
Biologia e
Filosofia, teve
como maior
preocupação
investigar como
ocorre o
conhecimento.
Estudou o
desenvolvimento
da espécie
humana desde o
nascimento até a
idade adulta
(ontogênese) e
destacou que as
crianças pensam
diferente dos
adultos.
Assimilação e
acomodação são
processos
distintos e
opostos, que
ocorrem
simultaneamente

Para voltar a uma nova situação de  equilíbrio, dois mecanismos são
acionados. É o que Piaget denominou de assimilação (o organismo não altera
a sua estrutura) e  acomodação (o organismo é obrigado a alterar a sua
estrutura para se ajustar às demandas impostas pelo meio).
Quando estamos diante de um novo conhecimento  (desafio), nos
sentimos “desequilibrados” intelectualmente. Buscamos, a partir das nossas
experiências anteriores, desenvolver ações destinadas a atribuir significações

aos elementos do ambiente com os quais interagimos (assimilação). Quando
esses conhecimentos não são suficientes para dar conta do desafio (estado de
equilíbrio), precisamos ampliar ou modificar nossas ações (físicas ou mentais)
para atingirmos o novo conhecimento (acomodação).











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