fonte:Unopar-autor desconhecido
Esse processo de compreensão da
motricidade humana, que permite a relação e interação do sujeito com o meio que
ele vive, não acontece de maneira repentina, rápida e objetiva. Pelo contrário,
essa compreensão do ser humano interagindo com o mundo, parte de um processo
longo, dinâmico e contínuo.
Sugestão de leitura: “O Nascimento
da Inteligência na Criança”, Jean Piaget, 1936.
A partir da compreensão das fases de desenvolvimento
do ser humano, pode-se definir com o indivíduo estabelece a relação com seu
meio.
Primeira
e Segunda Fase
O princípio dessa interação com o
mundo se realiza, inicialmente, pelo funcionamento dos movimentos reflexos,
estes advindos da herança genética enquanto espécie humana. Piaget (1987, p.
39) apresenta que o reflexo é um "[...] mecanismo fisiológico hereditário
e por muito bem fixado que pareça em seu automatismo imutável, nem por isso é
menos suscetível de acomodação gradual à realidade exterior".
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA32YAB/epistemologia-genetica-piaget-resumo
O início do comportamento motor, para
o autor, se apresenta no funcionamento dos reflexos. Quanto mais os reflexos
vão se exercitando, mais vão se (re)organizando e, nessa (re)organização,
adaptando-se a algumas modificações que, ao funcionar, vão se incorporando por
influência do meio exterior.
Terceira
Fase
Na terceira fase, os esquemas de ação
se constituem em um conjunto mutuamente coordenado de movimentos e se compõem
em uma totalidade indissociável, ou seja, há uma totalidade em bloco. Quando a
criança se defronta com uma nova solicitação, à qual não possui um esquema
constituído, ela lança mão desses esquemas. Portanto, ainda não há
intencionalidade, toda tentativa de conservar o resultado interessante está
fundamentada no passado.
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm
Quarta
Fase
Já na quarta fase, a principal
característica é a distinção desde o início entre os ‘esquemas meios’ e
‘esquemas fins’ e, essa distinção já pressupõe uma coordenação intencional. E
para que possa haver esta distinção entres os esquemas, é necessário haver um
processo de tomada de consciência, como ocorria já nas fases anteriores (tomada
de consciência em atos), ou seja, a criança, em sua ação, passa dos êxitos
desta (resultados) para os mecanismos que permitem atingir uma
finalidade.
Quinta
Fase
Na quinta fase, a coordenação dos
esquemas torna-se mais complexa, pois eles estão, agora, mais enriquecidos,
mais flexíveis, se comparados com os estágios anteriores. A criança pode
direcioná-los melhor para a resolução de problemas em uma tentativa dirigida.
Sexta
Fase
Nessa sexta fase, também, encontramos
uma continuidade e uma descontinuidade. É continuidade à medida que os mesmos esquemas
são exercitados e coordenados tornando-se mais complexos. E é descontinuidade
quando se realiza a "passagem" do plano motor para o plano mental, no
qual a criança já não fica somente dependente de sua ação. Agora a ação é
evocada mentalmente.
Para saber mais acesse o link e
assista ao vídeo e aprofunde seu conhecimento sobre o desenvolvimento humano a
partir da teoria de Jean Piaget:
A partir do entendimento de como a
criança processa e assimila as informações na interação com o meio, desde o seu
nascimento, podemos começar a pensar e refletir sobre as seguintes questões nas
aulas de educação física, principalmente, reconhecendo a sua importância na
formação e desenvolvimento dos indivíduos: Quais estímulos podem ser
enfatizados ao longo do processo de ensino e aprendizagem que contribuirão com
essa assimilação e acomodação? Quais conteúdos da educação física podem
auxiliar nesse processo? Quais estratégias metodológicas podem ser aplicadas?
De que forma podemos avaliar os nossos alunos? Todas essas questões implicam no
entendimento de como uma aula de educação física deve ser estruturada e
aplicada.
Refletindo sobre esses conhecimentos,
identificamos, portanto, que a proposta de Manuel Sérgio, a partir da
motricidade humana, considerando o desenvolvimento do homem em sua totalidade,
pode ser melhor compreendida quando entendemos de que forma se dá o
desenvolvimento da inteligência na criança. Ou seja, para que o movimento seja
assimilado, ele precisa ter um significado para a criança, evitando, desse
modo, aulas que priorizam apenas o saber fazer, negligenciado o entendimento do
saber sobre e o saber ser.
Referências
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA32YAB/epistemologia-genetica-piaget-resumo
O Nascimento da Inteligência na
Criança. Jean Piaget. 1936.