CONCURSO PÚBLICO PARA A SECRETARIA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
realizado
em 16/12/2012
PROFESSOR
I - LÍNGUA PORTUGUESA
ESPECÍFICO DA
DISCIPLINA
TEXTO 1:
Planetania
Deve-se ao
ex-governador do Acre, Jorge Viana, a
criação da
palavra “florestania”, em contraposição a
“cidadania”. À
palavra diferente corresponde um conceito
diferente.
Cidadania se refere a direitos e responsabilidades
dos moradores
das cidades democráticas. O termo está
vinculado aos
direitos e deveres dos cidadãos-urbanos,
distantes dos
moradores das florestas e ainda mais da
própria
floresta. Florestania significa a cidadania
adaptada aos
moradores da floresta e a responsabilidade
deles com o meio
ambiente natural onde vivem.
Apesar de um
enorme avanço, esse novo conceito
ainda ficou
restrito ao local.
No entanto, a
civilização de hoje exige um salto que
vá além da
cidadania e da florestania locais, que nos dê
uma visão de
cidadania e florestania em escala mundial:
a “planetania”.
A planetania
deve ter cinco características essenciais.
Primeiro,
diferentemente da cidadania e da florestania,
ela deve ser
global. Mesmo agindo nos limites de cada
país, a
cidadania não permitirá ações que tenham influência
nos assuntos de
toda a civilização. Os problemas de hoje
exigem
enfrentamentos globais. A cidadania não pode
mais se limitar
às eleições dentro de um país ou cidade,
ela deve levar
em conta a responsabilidade e os direitos
de cada cidadão
para com o mundo todo. O meio ambiente,
o terrorismo, a
economia, a migração, a ilicitude, o tráfico,
as drogas,
qualquer problema da vida social está vinculado
ao resto do
mundo. Cada país faz parte do condomínio
Terra, cada
pessoa já não é somente cidadão de um
país: faz parte
de toda humanidade.
Segundo, a
planetania precisa estar relacionada
com a natureza.
Não há cidadania moderna que não
leve em conta o
rural, as florestas, a água, a terra arável.
Além de global,
a nova cidadania deve ser ecológica.
(...)
Terceiro, a
planetania deve ser socialmente solidária
em escala
global. Em um tempo em que as informações
são globais e
instantâneas, qualquer lugar do mundo
está dentro de
qualquer sala em qualquer outra parte
do mundo e o
sofrimento de qualquer pessoa deve ser
um sentimento
global. Ninguém deve assistir em silêncio
às tragédias das
doenças na África, do desemprego
na Europa.
(...)
Eticamente, não
se justifica o abandono dos problemas
sociais de
países e regiões distantes.
Quarto, a
planetania, diferentemente da cidadania,
tem uma
percepção de longo prazo dos assuntos do mundo.
A cidadania
busca defender os cidadãos de hoje nos
seus interesses
imediatos e pessoais; no máximo, os
interesses de
curto e médio prazos das cidades ou do
país. A
planetania olha com responsabilidade para o
longo prazo e
para todo o planeta.
Quinto, a
planetania significa um compromisso global
com a educação
no mundo inteiro: com a garantia de
igualdade de
oportunidade a cada indivíduo e criação de
uma mentalidade
planetária. Em vez de centrar o processo
civilizatório e
o desenvolvimento no avanço e no crescimento
econômico, a
planetania defende uma revolução
global pela
educação de qualidade igual para todos.
(Cristovam
Buarque, artigo publicado no Jornal do Commercio (PE), em 10
de julho de
2009. Disponível em <http://cristovam.org.br>. Acesso
em 04/11/2012) -
Adaptado
01. Como registra o texto
1, a palavra “planetania”
resulta da
intenção de um ex-governador de questionar
o alcance do já
existente vocábulo “cidadania”.
Portanto, a
formação de “planetania” se caracteriza
originalmente
por ser uma contribuição
linguística com
a seguinte característica:
(A) arcaica
(B) diacrônica
(C)
idiossincrática
(D) imprópria
02. Segundo o texto
1, a criação do vocábulo
“planetania”
acompanha o mesmo processo
verificado em “florestania”.
Esse fato
exemplificaria,
no universo do texto dado, o que
José Carlos
Azeredo, em Fundamentos de Gramática
do Português,
caracteriza como:
(A) formação de
itens lexicais informais, exclusivos
de uma variedade
popular da língua
(B) mecanismo de
ampliação de significado, pela
alteração do
sentido dos morfemas
(C) transgressão
das normas gramaticais, pelo
desconhecimento
de léxico dicionarizado
(D) geração de
um modelo produtivo de léxico, a
partir de um ato
de criatividade
03. Apesar da
reconhecida semelhança na criação das
palavras, de
acordo com o autor do texto 1,
“florestania”
e “planetania” guardam entre si uma
oposição
fundamental entre o local e o global. Além
dos elementos
apresentados pelo autor em seu
texto, essa
oposição também poderia ser facilmente
identificada
pelo seguinte tipo de morfema:
(A) lexical
(B) flexional
(C) derivacional
(D) gramatical
04. Para o autor do texto
1, a era da globalização
deve estar a
serviço de posturas que se encontram
sintetizadas,
dentre outros, pelos seguintes
substantivos do
texto:
(A) criação –
deveres
(B) avanço –
construção
(C)
solidariedade - responsabilidade
(D) igualdade –
abandono
05. Apesar de o texto
1 propor, em seu segundo
parágrafo, uma
caracterização ou descrição da
“planetania”,
a tipologia textual predominantemente
identificada no
artigo de Cristovam Buarque é:
(A) narração
(B) argumentação
(C)
figuratividade
(D)
hipertextualidade
06. Acerca da
paragrafação do texto 1, é correto
afirmar que sua
construção contribui para a
coesão interna
do artigo de Cristovam Buarque
porque, em
grande parte, se verifica a seguinte
característica
dos parágrafos:
(A) dispensam os
tópicos frasais
(B) encadeiam
exemplificação detalhada
(C) apresentam
elementos narrativos
(D) atendem a
uma enumeração proposta
07. “A cidadania não
pode mais se limitar às eleições
dentro de um
país ou cidade, ela deve levar em
conta a
responsabilidade e os direitos de cada
cidadão para com
o mundo todo.”
A enunciação da
frase acima parece basear-se em
uma
pressuposição acerca da cidadania. De acordo
com o ponto de
vista apresentado no texto 1, pode-se
entender que
essa pressuposição corresponde a
uma crítica à
forma atual de exercício da cidadania,
que, frente aos
dilemas de hoje, apresenta a
característica
de:
(A) neutralidade
(B)
insuficiência
(C)
instabilidade
(D) amplitude
08. Um exemplo de
construção metonímica do texto
pode ser
claramente identificado em:
(A) “Cidadania
se refere a direitos e responsabilidades
dos moradores
das cidades democráticas.”
(B) “Eticamente,
não se justifica o abandono dos problemas
sociais de
países e regiões distantes.”
(C) “A
planetania olha com responsabilidade para
o longo prazo e
para todo o planeta.”
(D) “Ninguém
deve assistir em silêncio às tragédias
das doenças na
África, do desemprego na
Europa.”
09. Um exemplo do texto
1 em que houve a inversão
estilística dos
termos da oração é:
(A) “À palavra
diferente corresponde um conceito
diferente.”
(B) “Cada país
faz parte do condomínio Terra”
(C) “a
planetania precisa estar relacionada com a
natureza.”
(D) “a
planetania significa um compromisso global
com a educação
no mundo inteiro”
10. “Mesmo agindo
nos limites de cada país, a cidadania
não permitirá
ações que tenham influência
nos assuntos de
toda a civilização. Os problemas
de hoje exigem
enfrentamentos globais.”
No segmento
acima, os dois períodos poderiam
ser unificados
em apenas um, mantendo-se a relação
de sentido
estabelecida entre eles, por meio
do emprego do
seguinte conectivo:
(A) porém
(B) porque
(C) ainda que
(D) à medida que
11. O Dicionário
Eletrônico Houaiss registra as
seguintes
acepções para a palavra “cidadão”:
“1. habitante
da cidade; 2. indivíduo que, como
membro de um
Estado, usufrui de direitos civis e
políticos por
este garantidos e desempenha os deveres
que, nesta
condição, lhe são atribuídos”.
Considerando
principalmente a segunda acepção,
ao vincular o
sentido da cidadania ao composto
“cidadãos-urbanos”,
o autor do texto 1 reforça uma:
(A) restrição de
significado
(B) vulgarização
de emprego
(C)
neutralização de oposições
(D)
popularização do termo
12. Um exemplo de
advérbio ou locução adverbial com
função de
adjunto oracional se encontra em:
(A) “esse novo
conceito ainda ficou restrito ao local.”
(B) “A cidadania
não pode mais se limitar às eleições
dentro de um
país ou cidade”
(C) “A
planetania olha com responsabilidade para o
longo prazo e
para todo o planeta.”
(D) “Eticamente,
não se justifica o abandono dos problemas
sociais de
países e regiões distantes.”
13. “A planetania
deve ter cinco características essenciais.
Primeiro,
diferentemente da cidadania e da
florestania, ela
deve ser global.”
O trecho acima
exemplifica um uso reiterado do
verbo “dever”,
que contribui para a construção do
sentido do
texto, no qual Cristovam Buarque busca
expor, de
maneira convincente, suas opiniões acerca
das novas
demandas da cidadania no contexto da
globalização.
Por pertencer à classificação dos
chamados verbos
auxiliares “modais”, pode-se
concluir que a
contribuição do emprego do verbo
“dever”, no
texto dado, ocorre porque:
(A) colabora
para expressão de aspecto
(B) sugere um
distanciamento crítico
(C) expressa uma
atitude do enunciador
(D) indica
categorias gramaticais dos verbos
14. Tratando das
propriedades semânticas dos advérbios
ou sintagmas
adverbiais, José Carlos Azeredo
considera que
alguns adjuntos, ligados ao sintagma
adjetival e
ditos secundários, possuem conteúdo
avaliativo. Um
exemplo de advérbio ou sintagma
adverbial
correspondente a essa caracterização
está em:
(A) “Não há
cidadania moderna que não leve em
conta o rural,
as florestas, a água, a terra arável.”
(B) “Mesmo
agindo nos limites de cada país”
(C) “uma revolução
global pela educação de qualidade
igual para
todos.”
(D) “a
planetania deve ser socialmente solidária em
escala global.”
15. Tradicionalmente,
as gramáticas escolares descrevem
o sujeito e o
predicado como termos essenciais
da oração.
Quando as mesmas gramáticas tratam
da concordância
verbal, entretanto, há casos que
contradizem
claramente essa descrição do que
é essencial na
construção de orações. Baseando-se
na reflexão
sobre a concordância verbal, é correto
dizer que o
exemplo do texto 1 que contradiz a
noção de sujeito
como termo essencial, indispensável
à construção da
oração, é:
(A) “a
civilização de hoje exige um salto”
(B) “as
informações são globais e instantâneas”
(C) “Não há
cidadania moderna”
(D) “não se
justifica o abandono dos problemas
sociais de
países e regiões distantes.”
TEXTO 2: A rua
diferente
Na minha rua
estão cortando árvores
botando trilhos
construindo
casas.
Minha rua
acordou mudada.
Os vizinhos não
se conformam.
Eles não sabem
que a vida
tem dessas
exigências brutas.
Só minha filha
goza o espetáculo
e se diverte com
os andaimes,
a luz da solda
autógena
e o cimento
escorrendo nas formas.
(ANDRADE, Carlos
Drummond. Poesia completa e prosa. Rio
de Janeiro: José
Aguilar Editora, 1973, p. 60)
16. “Eles não
sabem que a vida / tem dessas exigências
brutas.”
As duas formas
pronominais grifadas são anafóricas,
ou seja, remetem
a enunciados anteriores. Entretanto,
enquanto a
primeira forma realiza um
processo comum
de substituição, a segunda permite
associar, ao que
fora enunciado anteriormente, o
seguinte
componente do sentido do texto 2:
(A) uma
referência intertextual
(B) um
julgamento do enunciador
(C) uma
circunstância de modo
(D) um elemento
prospectivo
17. O quarto
verso do poema apresenta a seguinte
figura de
linguagem:
(A) catacrese
(B) sinestesia
(C) símile
(D)
personificação
18. Ao tratar das
classes gramaticais, Bechara (2004)
cita a inclusão,
na Nomenclatura Gramatical Brasileira,
de palavras
denotativas, as quais, muitas
vezes, “têm
papel transfrástico e melhor atendem
a fatores de
função textual estranhos às relações
semântico-sintáticas
inerentes às orações em que
se encontram
inseridas”.
Um exemplo desse
tipo de palavra se encontra no
seguinte verso
do poema:
(A) “Só minha
filha goza o espetáculo”
(B) “botando
trilhos”
(C) “Os vizinhos
não se conformam.”
(D) “a luz da
solda autógena”
Concurso Público
Secretaria
Municipal de Educação - SME
Secretaria
Municipal de Administração
Coordenadoria
Geral de Gestão de Talentos - CGGT
5
2012 PROFESSOR I
- LÍNGUA PORTUGUESA
19. “e o cimento
escorrendo nas formas.”
A palavra
destacada, dependendo do timbre da
vogal, remete a
significados distintos, com diferentes
registros nos
dicionários: como “molde”
(/fôrma/) ou
como “formato, feitio” (/fórma/).
Com o último
acordo ortográfico, quando se tratar de
/fôrma/, a
acentuação gráfica tornou-se facultativa.
Observe a
utilização das palavras no poema “Os
sapos”, de
Manuel Bandeira:
“Vai por
cinquenta anos/ Que lhes dei a norma:
/ Reduzi sem
danos / A fôrmas a forma.”
Nesse exemplo, a
ausência do acento gráfico traria
a seguinte
decorrência:
(A)
representaria uma liberdade de expressão
poética
(B) configuraria
uma variante oral e coloquial
(C) expressaria
uma discordância em relação
a padrões
(D) dificultaria
a compreensão adequada do
enunciado
20. O emprego do
substantivo “espetáculo”, na
última estrofe
do poema, traz a seguinte contribuição
para o sentido
global do texto:
(A) demonstra o
distanciamento do enunciador em
relação à cena
(B) marca a
diferença de olhar entre a criança e
os moradores
adultos
(C) assinala a
rejeição da entrada do progresso no
cotidiano da rua
(D) indica uma
percepção esperada diante de
obras grandiosas
nas cidades
TEXTO 3
Todos os
diversos campos da atividade humana
estão ligados ao
uso da linguagem. Compreende-se
perfeitamente
que o caráter e as formas desse uso
sejam tão
multiformes quanto os campos da atividade
humana, o que, é
claro, não contradiz a unidade nacional
de uma língua. O
emprego da língua efetua-se em forma
de enunciados
(orais e escritos) concretos e únicos,
proferidos pelos
integrantes desse ou daquele campo
da atividade
humana. Esses enunciados refletem as
condições
específicas e as finalidades de cada referido
campo não só por
seu conteúdo (temático) e pelo estilo
da linguagem, ou
seja, pela seleção dos recursos
lexicais,
fraseológicos e gramaticais da língua, mas,
acima de tudo,
por sua construção composicional. Todos
esses três
elementos – o conteúdo temático, o estilo,
a construção
composicional – estão indissoluvelmente
ligados no todo
do enunciado e são igualmente determinados
pela
especificidade de um determinado campo
da comunicação.
Evidentemente, cada enunciado
particular é
individual, mas cada campo de utilização da
língua elabora
seus tipos relativamente estáveis de enunciados,
os quais são
denominados gêneros do discurso.
(BAKHTIN, M. Os
gêneros do discurso. In:______. Estética da criação
verbal. São Paulo:
Martins Fontes, 2003, p.261-262)
21. Ao vincular o
uso da linguagem aos campos da
atividade
humana, o texto 3 confirma a concepção
de Bakhtin,
segundo a qual a língua é:
(A) um sistema
estrutural e abstrato
(B) um fenômeno
marcado pela contextualização
(C) uma
expressão do pensamento individual
(D) uma reunião
de variedades linguísticas
22. A partir da
visão de língua do texto 3, o ensino fundamentado
nos gêneros do
discurso tem como eixo:
(A) as
tipologias textuais estabelecidas pela tradição
aristotélica,
que são a argumentação, a
descrição e a
narração
(B) as
estruturas organizadas hierarquicamente a
partir dos
elementos fonéticos, morfológicos
e sintáticos
(C) os tipos
relativamente estáveis de enunciados,
produzidos em
correlação com as esferas da
atividade humana
(D) os estilos literários
canônicos, que permitem
o tratamento
tanto dos estilos individuais quanto
da estilística
23. No texto 3,
há um predomínio do presente do
indicativo
porque, no contexto, esse tempo verbal:
(A) manifesta um
sentido mandatório
(B) expressa
crenças com valor de verdade
(C) remete a
fatos passados que se quer avivar
(D) indica ações
exercidas no momento em que
se fala
24. “O emprego da
língua efetua-se em forma de
enunciados
(orais e escritos)...”
Nesse segmento
do texto 3, observa-se que o
uso de parêntese
insere:
(A) enumeração
(B) resumo
(C) reiteração
(D)
recapitulação
25. “[...] e pelo estilo
da linguagem, ou seja, pela
seleção dos
recursos lexicais, fraseológicos e
gramaticais da
língua [...]”
No fragmento
acima, retirado do texto 3, o sentido
da expressão em
destaque pode ser elucidado,
utilizando-se a
estratégia de inferência lexical, por
meio da:
(A)
exemplificação
(B) sinonímia
(C) definição
(D) conotação
26. O texto 3 consiste
em um fragmento de “Os
gêneros do
discurso”, em que Bakhtin explicita:
(A) a visão de
que o sentido é imanente ao enunciado,
não construído
em relação com os sentidos de
outrem
(B) a
inexistência de uma relação do enunciado
com seu autor e
com os demais participantes
da comunicação
discursiva
(C) a defesa da
oração como unidade primordial da
comunicação e,
portanto, da análise linguística
e do ensino de
línguas
(D) o caráter
dialógico da linguagem, ou seja, a
existência de
uma relação intrínseca entre os
enunciados
TEXTO 4
Por que é
necessário ensinar estratégias de compreensão?
Em síntese, porque
queremos formar leitores
autônomos,
capazes de enfrentar de forma inteligente
textos de índole
muito diversa, na maioria das vezes
diferentes das
utilizadas durante a instrução. Esses
textos podem ser
difíceis, por serem muito criativos ou
por estarem mal
escritos. De qualquer forma, como
correspondem a
uma grande variedade de objetivos,
cabe esperar que
sua estrutura também seja variada,
assim como sua
possibilidade de compreensão.
Formar leitores
autônomos também significa formar
leitores capazes
de aprender a partir de textos. Para
isso, quem lê
deve ser capaz de interrogar-se sobre
sua própria
compreensão, estabelecer relações entre
o que lê e o que
faz parte do acervo pessoal, questionar
seu conhecimento
e modificá-lo, estabelecer generalização
que permita
transferir o que foi aprendido para
outros contextos
diferentes...
(SOLÉ, I. Estratégias
de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998, p.72)
TEXTO 5
Um leitor
competente sabe selecionar, dentre os
textos que
circulam socialmente, aqueles que
podem atender a
suas necessidades, conseguindo
estabelecer as
estratégias adequadas para abordar
tais textos. O
leitor competente é capaz de ler as
entrelinhas,
identificando, a partir do que está escrito,
elementos
implícitos, estabelecendo relações entre
o texto e seus
conhecimentos prévios ou entre o texto
e outros textos
já lidos.
(BRASIL/SEF. Parâmetros
curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do
ensino
fundamental. Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998, p.70.)
27. Os textos 4 e
5 reforçam a importância das estratégias
de leitura para
formar leitores competentes
e autônomos. As
estratégias são:
(A) operações
regulares de abordagem do texto
(B) mecanismos
para superar dificuldades de
leitura
(C) reforços
necessários para leitores não proficientes
(D) prescrições
detalhadas do andamento da
leitura
28. “Em síntese,
porque queremos formar leitores
autônomos”
Nesse segmento
do texto 4, o uso da 1ª pessoa
do plural tem o
papel de:
(A) designar um
sujeito coletivo que se responsabiliza
pelo enunciado
(B) evitar a 1ª
pessoa do singular como mecanismo
de polidez
(C) incluir
enunciador e leitor com a finalidade de
aproximá-los
(D) marcar um
sujeito institucional que assume o
enunciado
29. Nos textos 4
e 5, a concepção de leitura subjacente
considera que:
(A) o sentido
está no texto e cabe ao leitor identificar
letras, palavras
e orações para alcançá-lo
(B) o processo
leitor é linear e o sentido de cada
palavra é
imprescindível para a compreensão
(C) o
significado do texto existe apenas porque
um leitor, com
seus conhecimentos, é mobilizado
(D) o leitor
participa ativamente da construção de
sentidos e não
apenas decodifica textos
30. O texto 4 é
fragmento de um livro no qual Solé
afirma que as
estratégias de leitura permitem que
o leitor:
(A) compreenda o
texto de forma linear e em sua
totalidade
(B) elabore e
comprove inferências de diversos
tipos
(C) alcance a
intenção do autor ao construir o texto
(D) identifique
os vocábulos desconhecidos do
texto
TEXTO 6
A interação
linguística
A língua só tem
existência no jogo que joga na sociedade,
na interlocução.
E é no interior de seu funcionamento que
se pode procurar
estabelecer as regras de tal jogo. Tomo
um exemplo.
Dado que alguém
(Pedro) dirija a outro (José) uma
pergunta como: “Você
foi ao cinema ontem?”, tal fala de
Pedro modifica
suas relações com José, estabelecendo
um jogo de
compromissos. Para José, só há duas possibilidades:
responder (sim
ou não) ou pôr em questão o
direito de Pedro
em lhe dirigir tal pergunta (fazendo de
conta que não
ouviu ou respondendo “o que você tem a
ver com isso?”).
No primeiro caso, diríamos que José
aceitou o jogo
proposto por Pedro. No segundo caso, José
não aceitou o
jogo e pôs em questão o próprio direito de
jogar assumido
por Pedro.
Estudar a língua
é, então, tentar detectar os compromissos
que se criam por
meio da fala e as condições que
devem ser
preenchidas por um falante para falar de certa
forma em
determinada situação concreta de interação.
Dentro de tal
concepção, já é insuficiente fazer uma
tipologia entre
frases afirmativas, interrogativas, imperativas
e optativas a
que estamos habituados, seguindo manuais
didáticos ou
gramáticas escolares. No ensino da língua,
nessa
perspectiva, é muito mais importante estudar as relações
que se
constituem entre os sujeitos no momento em
que falam do que
simplesmente estabelecer classificações
e denominar os
tipos de sentenças.
A democratização
da escola
Tal perspectiva,
ao jogar-nos diretamente no estudo
da linguagem em
funcionamento, também nos obriga a
uma posição, na
sala de aula, em relação às variedades
linguísticas.
Refiro-me ao problema, enfrentado cotidianamente
pelo professor,
das variedades, quer sociais,
quer regionais.
Afinal - dadas as diferenças dialetais e
dado que
sabemos, hoje por menor que seja nossa formação,
que tais
variedades correspondem a distintas
gramáticas -,
como agir no ensino?
(...)
A democratização
da escola, ainda que falsa, trouxe
em seu bojo
outra clientela e com ela diferenças dialetais
bastante
acentuadas. De repente, não damos aulas só para
aqueles que
pertencem a nosso grupo social. Representantes
de outros grupos
estão sentados nos bancos
escolares. E
eles falam diferente.
Sabemos que a
forma de fala que foi elevada à categoria
de língua nada
tem a ver com a qualidade intrínseca
dessa forma.
Fatos históricos (econômicos e políticos)
determinaram a “eleição”
de uma forma como a língua
portuguesa. As
demais formas de falar, que não
correspondem à
forma “eleita”, são todas postas num
mesmo saco e
qualificadas como “errôneas”,
“deselegantes”, “inadequadas
para a ocasião” etc.
Entretanto, uma “variedade
linguística ‘vale’ o que ‘valem’
na sociedade os
seus falantes, isto é, vale como reflexo do
poder e da
autoridade que eles têm nas relações econômicas
e sociais. Essa
afirmação é válida, evidentemente, em termos
internos quando
confrontamos variedades de uma mesma
língua, e em
termos externos pelo prestígio das línguas no
plano
internacional” (Gnerre, 1978).
(...)
Agora, dada a
situação de fato em que estamos, qual
poderia ser a
atitude do professor de língua portuguesa? A
separação entre
a forma de fala de seus alunos e a variedade
linguística
considerada “padrão” é evidente. Sabendo-se
que tais
diferenças são reveladoras de outras diferenças e
sabendo-se que a
“língua padrão” resulta de uma imposição
social que
desclassifica os demais dialetos, qual a postura
a ser adotada
pelo professor?
(GERALDI, J.W.
Concepções de Linguagem e Ensino de Português. In:
______ (Org.). O
texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997,
p.42-43.) -
Adaptado
31. No texto 6,
observa-se um/a:
(A) crítica ao
ensino descontextualizado da
metalinguagem
(B) defesa do
ensino da variedade linguística
padrão
(C) apreciação
negativa da preservação das diferenças
dialetais
(D) elogio a
novas abordagens metodológicas no
ensino de língua
32. O uso de aspas
em uma série de palavras no
8º parágrafo do texto 6 cumpre
o papel de:
(A) designar o
signo linguístico em si mesmo
(B) sugerir um
questionamento do uso no contexto
(C) marcar a
presença do discurso direto
(D) assinalar um
uso conotativo dos vocábulos
33. O texto 6 é
um fragmento de “Concepções de
Linguagem e
Ensino de Português”, em que
Geraldi
explicita sua posição no que diz respeito
à questão das
variedades linguísticas. Essa
posição está
expressa em:
(A) “valorizar
as formas dialetais consideradas
não cultas, mas
linguísticamente válidas,
tomando-as como
o objeto do processo de ensino.”
(B) “a escola
deveria assumir a variedade linguística
das classes
populares como instrumento
legítimo do
discurso escolar (dos professores,
dos alunos e do
material didático).”
(C) “as
atividades de ensino deveriam oportunizar
[...] o domínio
de outra forma de falar, o dialeto
padrão, sem que
signifique a depreciação da
forma de falar
predominante em sua família,
em seu grupo
social etc.”
(D) “respeitar e
preservar a variedade linguística
das classes
populares, e sua peculiar relação
com a linguagem,
consideradas tão válidas e
eficientes, para
comunicação, quanto a
variedade
linguística socialmente privilegiada.”
Secretaria
Municipal de Administração
Coordenadoria
Geral de Gestão de Talentos - CGGT
Concurso Público
Secretaria
Municipal de Educação - SME
8
2012 PROFESSOR I
- LÍNGUA PORTUGUESA
34. Sobre o emprego
das pessoas do discurso nos
textos 3, 5 e 6,
é INCORRETO afirmar que:
(A) no texto 5,
verifica-se a presença da
impessoalidade,
tendo em vista que se trata
de um documento
oficial
(B) no texto 6,
privilegiam-se as primeiras pessoas,
o que inscreve o
enunciador no enunciado e o
aproxima do
leitor
(C) nos textos 3
e 6, há o predomínio de formas
pessoais, com a
existência de marcas visíveis
do enunciador no
enunciado
(D) nos textos 3
e 5, busca-se uma ruptura com a
situação de
enunciação por meio do predomínio
de formas
impessoais
35. O segmento do texto
6 que evidencia uma estreita
relação teórica
entre este e o texto 3 é:
(A) “Refiro-me
ao problema, enfrentado cotidianamente
pelo professor,
das variedades”
(5º parágrafo)
(B) “A
democratização da escola, ainda que falsa,
trouxe em seu
bojo outra clientela e com
ela diferenças
dialetais bastante acentuadas.”
(6º parágrafo)
(C) “Fatos
históricos (econômicos e políticos)
determinaram a ‘eleição’
de uma forma como
a língua
portuguesa.” (7º parágrafo)
(D) “A língua só
tem existência no jogo que joga
na sociedade, na
interlocução.” (1º parágrafo)
36. A respeito da
presença do discurso direto no
2º parágrafo do texto 6,
pode-se afirmar que:
(A) é uma
maneira de recriar vozes de outros como
uma tentativa de
aproximar enunciador e leitor
(B) tem o
objetivo de simular um texto dialogado
para, com isso,
reforçar a argumentação desenvolvida
(C) reproduz o
dizer alheio de maneira não literal,
a partir de uma
aproximação à palavra do
outro
reformulada
(D) reforça a
ideia de que o enunciador não adere
ao que é dito,
pois marca o discurso relatado
por meio das aspas
37. “Afinal - dadas
as diferenças dialetais e dado
que sabemos,
hoje por menor que seja nossa
formação, que
tais variedades correspondem a
distintas
gramáticas -, como agir no ensino?”
(5º parágrafo)
Nesse segmento
do texto 6, o conceito “gramática”
é empregado com
o sentido de:
(A) conjunto de
prescrições sobre uma língua
(B) conhecimento
internalizado dos falantes sobre
a língua
(C) base comum
que subjaz a todas as línguas
naturais
(D) princípios
que regem o funcionamento de uma
língua
38. “Sabemos que a
forma de fala que foi elevada à
categoria de
língua nada tem a ver com a qualidade
intrínseca dessa
forma.” (7º parágrafo)
A partir desse
segmento do texto 6, pode-se afirmar
que o conceito
de “língua” é tomado como:
(A) uma dado
natural
(B) um fato
psíquico
(C) uma
construção social
(D) um fenômeno
abstrato
39. O fragmento dos
Parâmetros Curriculares Nacionais
de Ensino
Fundamental – Língua Portuguesa
(BRASIL/SEF,
1998) que NÃO expressa sentidos
presentes no texto
6 é:
(A) “As
possibilidades de aprendizagem dos alunos
colocam limites
claros para o tratamento
que dado
conteúdo deve receber.” (p.38)
(B) “O objeto de
ensino e, portanto, de aprendizagem
é o conhecimento
linguístico e discursivo
com o qual o
sujeito opera ao participar das
práticas sociais
mediadas pela linguagem.”
(p.22)
(C) “Ao
ingressarem na escola, os alunos já dispõem
de competência
discursiva e linguística
para
comunicar-se em interações que envolvem
relações sociais
de seu dia-a-dia [...].”
(p.24)
(D) “Um dos
aspectos da competência discursiva
é o sujeito ser
capaz de utilizar a língua de
modo variado,
para produzir diferentes efeitos
de sentido
[...].” (p.26)
40. “A
democratização da escola, ainda que falsa, trouxe
em seu bojo
outra clientela e com ela diferenças
dialetais
bastante acentuadas.” (6º parágrafo)
Nesse fragmento
do texto 6, “dialetal” é entendido
como relativo a
um/a:
(A) língua não
oficial
(B) modalidade
regional
(C) idioma
padrão
(D) variedade
linguística
FUNDAMENTOS
TEÓRICO-METODOLÓGICOS E
POLÍTICO-FILOSÓFICOS
DA EDUCAÇÃO
41. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais
(1998), o ensino
de Língua Portuguesa deve tomar
“a linguagem
como atividade discursiva, o texto
como unidade de
ensino e a noção de gramática
como relativa ao
conhecimento que o falante tem
de sua linguagem”.
Nesse sentido, a atividade de
análise
linguística deve:
(A) utilizar a
metodologia de definição,
classificação e
exercitação e identificar fatos
gramaticais
(B) refletir
sobre os recursos expressivos presentes
nos textos, e
quais efeitos de sentido se
constroem a partir
da seleção desses recursos
(C) partir do
conhecimento da nomenclatura
gramatical para
sistematizar os recursos
expressivos
utilizados nos textos
(D) descrever os
diferentes níveis linguísticos,
tendo em vista a
aquisição de paradigmas
morfológicos e
sintáticos
42. “Como professor
devo saber que sem a curiosidade
que me move, que
me inquieta, que me insere
na busca, não
aprendo, nem ensino.”
A citação de
Paulo Freire (1996) define a curiosidade
como
característica essencial do professor.
Isso significa que
a prática pedagógica deve:
(A) estimular -
em professores e alunos - a
pergunta e a
reflexão crítica sobre a própria
pergunta
(B) privilegiar
as explicações discursivas do
professor em
relação ao aluno- aprendente
(C) possibilitar
ao aluno o desenvolvimento de uma
postura de
aceitação dos saberes
escolarizados
(D) reforçar a
autoridade do professor ao avaliar a
criatividade e o
poder de síntese dos alunos.
Responda às
questões de números 43, 44 e 45 de
acordo com os
pressupostos da abordagem históricocultural
do
desenvolvimento humano, a partir das
contribuições de
L. S. Vygotsky (Multieducação:
Núcleo
Curricular. RJ, 1996.)
43. Tendo em vista
essa abordagem, pode-se afirmar que
desenvolvimento
e aprendizagem são processos:
(A)
independentes, que não se influenciam
mutuamente
(B)
interdependentes, pois a aprendizagem
depende
exclusivamente do desenvolvimento
(C) excludentes,
pois o desenvolvimento só
depende de
fatores biológicos
(D)
relacionados: a aprendizagem favorece o
desenvolvimento
44. “[...] a
reorganização das experiências de aprendizagem
deve considerar
o quanto de colaboração o
aluno ainda
necessita para chegar a produzir determinadas
atividades de
forma independente.”
(Multieducação:
Núcleo Curricular Básico. RJ, 1996)
O conceito que
fundamenta essa afirmativa é o de:
(A) estágios do
desenvolvimento humano
(B) reflexo
condicionado
(C) zona de
desenvolvimento proximal
(D) reforço
positivo
45. Segundo esses os
pressupostos, o ser humano
se desenvolve
principalmente a partir:
(A) da
interação, da troca consigo próprio e com
outros sujeitos,
pela qual o sujeito vai internalizando
conhecimentos,
papéis e funções sociais
(B) de fatores
biológicos característicos da espécie,
que permitem
ampliar seus esquemas de ação
(C) da ação de
sujeitos mais experientes que
determinam o
processo de aquisição de
conhecimento, ao
transmitir conceitos e valores
(D) do acúmulo
de informações memorizadas a
partir de
diferentes fontes, dentre elas se destacando
o professor
46. As orientações
curriculares da Secretaria Municipal
de Educação -
SME/RJ apontam para um ensino
de Língua
Portuguesa que priorize:
(A) a leitura de
textos dos diferentes gêneros
discursivos
(B) a análise de
textos literários dos diferentes
estilos
(C) a escrita
seguindo o padrão ortográfico vigente
(D) a leitura
como descoberta da intenção do autor
47. Ao definir o
currículo de Língua Portuguesa, o
ensino de
gramática se impõe como objeto de
discussão e
polêmica. Segundo os Parâmetros
Curriculares
Nacionais (1998), esse ensino deve:
(A) descrever a
variante padrão, explicitando as
regras e a
nomenclatura necessárias ao bom
uso do idioma
(B)
fundamentar-se em exercícios que favoreçam
o
estabelecimento e a memorização dos
padrões
linguísticos
(C) ser definido
a partir das necessidades
apresentadas
pelos alunos nas atividades de
produção,
leitura e escuta de textos
(D) estar
relacionado à vasta exemplificação,
utilizando-se
como base textos de literatura
brasileira de
diferentes épocas
48. A Lei 9394, de
20 de dezembro de 1996 (LDB),
estabelece o
princípio da gestão democrática,
definindo o
Projeto Político-Pedagógico como
instrumento
fundamental para concretizar esse
princípio. Com
relação a esse aspecto da Lei, o
Artigo 13,
define, como dever do professor:
(A) elaborar a
proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino e
executá-la
(B) gerenciar as
estratégias de utilização dos
recursos
financeiros da instituição
(C) notificar ao
Conselho Tutelar a relação dos
alunos com
percentual elevado de faltas
(D) participar
da elaboração da proposta
pedagógica do
estabelecimento de ensino
49. Paulo Freire
(1996), em sua obra “Pedagogia da
autonomia”,
elege como saber necessário à prática
educativa
compreender que a educação é uma
forma de
intervenção no mundo. Essa intervenção
exige do
professor:
(A) compreender
que é seu dever se posicionar
de forma
imparcial e neutra, priorizando o
puro ensino dos
conteúdos
(B) perceber que
toda prática pedagógica inevitavelmente
só atua como
reprodutora da
ideologia
dominante
(C) considerar
tão importante o ensino dos conteúdos
quanto o seu
testemunho ético ao
ensiná-los
(D) adotar uma
postura de autoridade e segurança
que deixe claro
para o aluno a supremacia do
saber docente
50. Segundo Andrea
Ramal (Revista Pátio, ano 4, nº 14, 2000),
na cultura
digital ocorrem mudanças que exigirão
repensar alguns
dos elementos básicos da escola,
tais como os
currículos, pois:
(A) a
linearidade dará lugar ao hipertextual, ao
móvel, ao
flexível, à contínua produção e à
negociação de
sentidos
(B) os saberes
enciclopédicos serão o foco, tendo
em vista sua
memorização e posterior uso
social
(C) o professor
deverá definir os discursos possíveis
no espaço
escolar, restringindo as possibilidades
de diálogo
(D) a definição
dos saberes, organizados em
sequências
pré-determinadas pelos docentes,
será
imprescindível para a aprendizagem escolar
PROVA DISCURSIVA
VOCÊ DEVERÁ
ESCOLHER, PARA RESPONDER
NO CADERNO
DEFINITIVO, APENAS 01 (UMA) DAS DUAS QUESTÕES A SEGUIR:
Seja qual for a
questão escolhida, para respondê-la leia o texto com atenção:
ANA E CARLA
Ana e Carla são
amigas desde o primeiro dia de aula. Ana brinca de boneca com Carla quando a
professora vai
ao pátio as
outras amigas delas chama e ela não vai eu nunca vou a ruma outra amiga como a
Carla, eu não
quero me se para
de minha grande amiga Carla.
(Texto produzido
por aluno do Ensino Fundamental)
Como afirma
Antunes (p.47 e p.48, 2003) a escrita, na diversidade de seus usos, cumpre
funções comunicativas
socialmente
específicas e relevantes. [...] socialmente, não existe escrita “para nada”, “para
não dizer”, “para
não ser ato de
linguagem”. Daí por que não existe, em nenhum grupo social, a escrita de
palavras ou de frases
soltas, de
frases inventadas, de textos sem propósito, sem a clara e inequívoca definição
de sua razão de ser.
1ª QUESTÃO
Sabe-se da
importância da função dos professores como mediadores do processo de aquisição
e uso proficiente
da escrita.
Analise o texto “Ana e Carla” quanto aos aspectos morfológicos e sintáticos.
Escolha (02) dois exemplos em que a escrita se afasta da norma padrão e
explique o que motiva essa ocorrência.
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2ª QUESTÃO
Aponte no texto “Ana
e Carla” 02 (dois) casos de desvio da norma para a língua escrita padrão
quanto à
ortografia e ao
uso de sinal de pontuação.
Tendo em vista
os desvios apontados, apresente uma estratégia de abordagem com turma de 7º
ano, a fim de
tornar os alunos
proficientes no uso da escrita.
ATENÇÃO!
O seu texto de
resposta à questão escolhida deve:
• ser escrito de
forma legível;
• ser produzido
em língua escrita padrão;
• conter no
mínimo 20 e no máximo 25 linhas;
• ater-se
objetivamente à questão proposta, sem realizar transcrições de partes de
textos apresentados na prova.
Gabarito
1 C 11 A 21 B
2 D 12 D 22 C
3 A 13 C 23 B
4 C 14 D 24 A
5 B 15 C 25 C
6 D 16 B 26 D
7 B 17 D 27 A
8 C 18 A 28 C
9 A 19 D 29 D
10 B 20 B 30 B
31 A 41 B
32 B 42 A
33 C 43 D
34 C 44 C
35 D 45 A
36 B 46 A
37 D 47 C
38 C 48 D
39 A 49 C
40 D 50 A