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quinta-feira, 20 de maio de 2021

 fonte:Unopar-autor desconhecido

Esse processo de compreensão da motricidade humana, que permite a relação e interação do sujeito com o meio que ele vive, não acontece de maneira repentina, rápida e objetiva. Pelo contrário, essa compreensão do ser humano interagindo com o mundo, parte de um processo longo, dinâmico e contínuo.

 

Sugestão de leitura: “O Nascimento da Inteligência na Criança”, Jean Piaget, 1936.

 

A partir da compreensão das fases de desenvolvimento do ser humano, pode-se definir com o indivíduo estabelece a relação com seu meio.

 

 

Primeira e Segunda Fase

 

O princípio dessa interação com o mundo se realiza, inicialmente, pelo funcionamento dos movimentos reflexos, estes advindos da herança genética enquanto espécie humana. Piaget (1987, p. 39) apresenta que o reflexo é um "[...] mecanismo fisiológico hereditário e por muito bem fixado que pareça em seu automatismo imutável, nem por isso é menos suscetível de acomodação gradual à realidade exterior".

 

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA32YAB/epistemologia-genetica-piaget-resumo

 

O início do comportamento motor, para o autor, se apresenta no funcionamento dos reflexos. Quanto mais os reflexos vão se exercitando, mais vão se (re)organizando e, nessa (re)organização, adaptando-se a algumas modificações que, ao funcionar, vão se incorporando por influência do meio exterior.

 

Terceira Fase

 

Na terceira fase, os esquemas de ação se constituem em um conjunto mutuamente coordenado de movimentos e se compõem em uma totalidade indissociável, ou seja, há uma totalidade em bloco. Quando a criança se defronta com uma nova solicitação, à qual não possui um esquema constituído, ela lança mão desses esquemas. Portanto, ainda não há intencionalidade, toda tentativa de conservar o resultado interessante está fundamentada no passado.

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm

 

Quarta Fase

Já na quarta fase, a principal característica é a distinção desde o início entre os ‘esquemas meios’ e ‘esquemas fins’ e, essa distinção já pressupõe uma coordenação intencional. E para que possa haver esta distinção entres os esquemas, é necessário haver um processo de tomada de consciência, como ocorria já nas fases anteriores (tomada de consciência em atos), ou seja, a criança, em sua ação, passa dos êxitos desta (resultados) para os mecanismos que permitem atingir uma finalidade. 

 

 

Quinta Fase

Na quinta fase, a coordenação dos esquemas torna-se mais complexa, pois eles estão, agora, mais enriquecidos, mais flexíveis, se comparados com os estágios anteriores. A criança pode direcioná-los melhor para a resolução de problemas em uma tentativa dirigida.

 

Sexta Fase

Nessa sexta fase, também, encontramos uma continuidade e uma descontinuidade. É continuidade à medida que os mesmos esquemas são exercitados e coordenados tornando-se mais complexos. E é descontinuidade quando se realiza a "passagem" do plano motor para o plano mental, no qual a criança já não fica somente dependente de sua ação. Agora a ação é evocada mentalmente.

Para saber mais acesse o link e assista ao vídeo e aprofunde seu conhecimento sobre o desenvolvimento humano a partir da teoria de Jean Piaget:

 

 

A partir do entendimento de como a criança processa e assimila as informações na interação com o meio, desde o seu nascimento, podemos começar a pensar e refletir sobre as seguintes questões nas aulas de educação física, principalmente, reconhecendo a sua importância na formação e desenvolvimento dos indivíduos: Quais estímulos podem ser enfatizados ao longo do processo de ensino e aprendizagem que contribuirão com essa assimilação e acomodação? Quais conteúdos da educação física podem auxiliar nesse processo? Quais estratégias metodológicas podem ser aplicadas? De que forma podemos avaliar os nossos alunos? Todas essas questões implicam no entendimento de como uma aula de educação física deve ser estruturada e aplicada.

Refletindo sobre esses conhecimentos, identificamos, portanto, que a proposta de Manuel Sérgio, a partir da motricidade humana, considerando o desenvolvimento do homem em sua totalidade, pode ser melhor compreendida quando entendemos de que forma se dá o desenvolvimento da inteligência na criança. Ou seja, para que o movimento seja assimilado, ele precisa ter um significado para a criança, evitando, desse modo, aulas que priorizam apenas o saber fazer, negligenciado o entendimento do saber sobre e o saber ser.

 

Referências

 

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm

 

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA32YAB/epistemologia-genetica-piaget-resumo

 

O Nascimento da Inteligência na Criança. Jean Piaget. 1936.